Quando desculpas são ditas.

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Tiago viu Snape sair do salão logo após Lilian, e por algum motivo, decidiu ir atrás dos dois. Seguiu por uma das passagens e chegou na torre da Grifinória antes de Lilian. Entrou correndo na torre e foi até o seu dormitório, pegou sua capa de invisibilidade e cobriu-se saindo do quarto em seguida, desceu as escadas, e parou no início da passagem de entrada da torre.

A porta estava aberta, as amigas de Lilian havia acabado de passar ao lado de Tiago, que encostou contra a parede para não ser descoberto, e saiu para a escadaria, ficando a poucos metros de onde Lilian e Severo discutiam.

Viu Severo se jogar aos pés de Lilian pedindo perdão pelo que havia dito mais cedo a garota. Que ridículo! Tiago pensou observando a cena, ainda sem saber ao certo porque estava espionando os dois daquela forma. Viu Lilian pedir para que Severo não a procurasse nunca mais e entrar no portal de entrada da torre, deixando o Sonserino ali no meio da escadaria.

Snape começou a descer as escadas, e movido pelo mesmo impulso que o levou a estar ali usando a capa de invisibilidade, Tiago o seguiu. Ficando sempre a uma distância segura, embora, vez ou outra Snape voltava a cabeça para trás, como se tivesse notado a presença de Tiago ali, porém, como não via nada, continuava seu caminho.

Andou por vários minutos, atravessando vários corredores, indo por caminhos que ficavam cada vez mais vazios. Quando parou, Tiago olhou ao redor, estavam num corredor completamente vazio e escuro, havia apenas duas janelas pequenas, cuja vidraça deixava a luz da lua adentrar o lugar, dando um pouco de visibilidade ao caminho.

Tiago estava ainda afastado de Snape, observando-o de longe, quando o viu sentar junto a parede do corredor, encolhendo-se com os joelhos junto ao corpo. O Potter deu alguns passos silenciosos, aproximando-se lenta e silenciosamente, sabia que um movimento em falso e poderia ser descoberto. Conforme se aproximava de Severo, mas o choro do rapaz se tornava audível.

Tiago parou a pouco mais de um metro de onde Snape estava, sentou-se no chão frio ao lado do sonserino, e ficou ali, em silêncio, coberto pela capa. Queria abraçar Ranhoso. Não sabia o porquê. Apenas queria o abraçar. Porém, se conteve. Ficou apenas ali, ao lado de Snape, em silêncio, escondido sob a capa de invisibilidade.

Observou Snape chorar copiosamente até que não houvesse mais lágrimas em seus olhos, e sua respiração estivesse tão entrecortada que precisava puxar o ar fortemente pela boca. Tiago, de repente, puxou a capa de invisibilidade do rosto e olhou para Snape. O rapaz demorou alguns instantes até notar que o grifinório havia surgido ao seu lado, aparentemente do nada.

— Confesso que nunca imaginei que te veria chorando um dia.

— Puta merda! — Snape praguejou limpando o rosto e puxando o ar pelo nariz com força, levantando-se do chão, assustado, com a súbita aparição do Potter. — O que você quer?

— Desculpe te assustar desse jeito. — O Potter falou, meio sem jeito.

— Como...? — Snape começou a falar, então viu na luz fraca que apenas parte do corpo do Potter estava aparecendo. — Capa de Invisibilidade? — Perguntou com ar desconfiado, o Potter balançou a cabeça positivamente. — De quem a roubou? Talvez do professor Dumbledore?

— Não roubei nada de ninguém, Ranhoso. Meu pai me deu. — Tiago falou ficando de pé também. — Não que isso seja da sua conta.

— O que estava fazendo aqui, afinal? — Snape perguntou, seu olhar inquisitivo.

— Estava andando pelo castelo, e te vi aqui. — Omitiu a parte de que estava andando pelo castelo atrás de Snape. — Resolvi fazer companhia.

— Até parece! — Snape falou e deu as costas, começando a andar pelo mesmo corredor por onde viera.

Dias de um Passado EsquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora