Quando laços se formam.

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Passaram-se alguns dias desde o beijo de Tiago e Snape. O sonserino estava tentando ao máximo evitar falar com o Potter. Sempre que Tiago aparecia onde quer que fosse, Severo mudava seu caminho. Nas aulas conjuntas, que para a felicidade de Snape eram poucas, ele sentava o mais longe possível de Tiago e de seus amigos.

Severo se perguntava quanto Tiago havia ganhado para fazer aquilo, porque com toda certeza havia sido alguma aposta feita com os amiguinhos dele. Tiago não podia gostar de Severo, ele não podia, era impossível.

Em uma tarde, Severo havia ido até a biblioteca estudar. Acabou perdendo a noção do tempo e quando saíra do lugar já era tarde da noite e a bibliotecária estava para fechar o lugar. Saiu porta afora, com um sermão da mulher e seguiu pelo corredor já completamente vazio. Estava pensando no que tinha lido, um livro de poções, quando foi repentinamente retirado de seus pensamentos por alguém que puxou seu braço e o colocou contra a parede. Seu primeiro instinto foi empurrar quem quer que fosse.

— Ei! — Tiago falou em tom de reprovação. — Porque tanta agressividade, Ranhoso?

— Ah, é você. — Severo falou revirando os olhos. — O que você quer?

— Gostaria de saber por quê tem me evitado. — Tiago falou com um sorriso no canto dos lábios.

— Não sei do que está falando. — Severo disse tentando desconversar.

— Como não? Vai se fazer de desentendido, Ranhoso?

— Tiago, eu realmente não sei do que você está falando. Agora, por favor, me deixe ir embora.

— Você tem fugido de mim como o diabo foge da cruz e queria que eu não notasse?

— Eu não tenho fugido de você, apenas ando sem tempo para baboseiras! — Severo disse, já em tom irritado.

— Ah, Ranhoso, eu não sou cego, sabia? Você foge de mim quando me vê, evita até mesmo contato visual. Eu sei que você não gosta dos meus amigos por conta das brincadeiras, mas, nos últimos dias, você tem sumido com muita frequência. Muito mais que o normal. — Tiago falou e então sorriu. — Parou até de aparecer nos meus treinos de quadribol!

— Tiago, eu não sei que tipo de asneira você anda pensando, mas, eu preciso ir embora. Já está tarde. — Snape falou e começou a andar para longe, mas Tiago o segurou pelo braço novamente.

— Calma aí, Ranhoso, será que não podemos manter uma conversa civilizada?

— Você teria que se tornar civilizado, em primeiro lugar!

— Mas eu já pedi desculpas pelo que aconteceu! — Tiago suspirou, e então uma ideia passou por sua mente. — Vamos fazer o seguinte: como você mesmo disse, está tarde, mas ainda há o amanhã. Me encontre depois das aulas naquela árvore grande perto do lago, você sabe qual é. Então, nós poderíamos conversar um pouco, e tentar acertar as nossas diferenças.

— Não garanto que estarei lá, Potter. Talvez eu esteja ocupado demais.

— Ocupado com o que? Enchendo os livros de óleo? — Tiago disse risonho.

Snape empurrou Tiago e começou a andar para longe.

— E depois se diz civilizado! — Falou Severo enquanto caminhava a passos curtos e rápidos para longe de Tiago.

— Está marcado, Ranhoso? — Tiago perguntou correndo para perto de Snape.

— Já disse, não garanto nada. — Severo falou e empurrou Tiago contra a parede, que caiu e ali mesmo ficou.

Tiago não pode ver, mas havia um pequeno sorriso nos lábios de Snape.

No dia seguinte, depois das aulas, Tiago inventou uma desculpa qualquer para os amigos e foi para o lago. Certificou-se de desviar o caminho várias vezes, para garantir que não fosse seguido pelos amigos, e até mesmo usou a capa de invisibilidade enquanto atravessava o jardim. Tinha certeza que ninguém o seguiria e atrapalharia no que poderia ser a sua única chance de conversar com Severo na qual o outro estivesse ali de livre e espontânea vontade.

Dias de um Passado EsquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora