Capítulo 16

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Bem mais tarde, no final do dia, ele sinalizou para Raquel que já estava saindo e a esperaria no local de sempre

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Bem mais tarde, no final do dia, ele sinalizou para Raquel que já estava saindo e a esperaria no local de sempre. Após alguns minutos, Raquel e Alexandre já se encontravam conversando na praça de alimentação do shopping.

- Você tinha razão, Alexandre. Trazer Alice para trabalhar comigo foi a pior coisa que eu poderia ter feito.

Ele escutava atencioso e calado, pois sabia ouvir. Passando a olhar as lágrimas copiosas que rolavam no rosto de Raquel, desejou apará-las, mas não podia. Respeitava sua amiga, afinal ele a amava e acreditava no amor incondicional. Se era desse jeito que Raquel queria, assim seria. Alexandre somente aproximou sua cadeira de Raquel para ficar mais perto e a fim de ouvi-la melhor. Raquel queria lhe contar algo, mas sua emoção não deixava, embargando lhe a fala que ele não conseguia entender. Em dado momento, a amiga pareceu perder o controle das emoções. Queria falar, mas os soluços a impediam. Foi então que um choro compulsivo, quase desesperador, a dominou.

Não resistindo, Alexandre se viu compelido a colocar seu mão nas costas de Raquel; abraçando -a, recostou-a em si. Raquel parecia muito tensa, mesmo assim não o repeliu e chorou algum tempo em seu ombro.

Envergonhada pela situação, ela abaixou a cabeça e, enquanto ele lhe afagava os cabelos, pediu com a voz rouca, sussurrando:

- Alexandre, me leva embora daqui, por favor? 

- Claro, vamos concordou gentil e prestativo.

Ajudando-a se levantar, ele a abraçou com generoso cuidado e a conduziu para que saíssem dali. Raquel estava envergonhada, aquele era um lugar público e muitos olhavam curiosos, não tinham discrição. Ela recostou seu rosto no peito de Alexandre, usando os cabelos para encobri-lo a fim de que ninguém a visse chorando, entregando-se aos cuidados do amigo.

Atencioso, sofrendo por vê-la naquele estado emocional, ele a levou para o seu carro, a fez entrar e logo saíram do shopping. Raquel não dizia nada, só chorava, pois seus pensamentos estavam impregnados de ideias pelas vibrações de amigos espirituais que a castigavam com induções.

Nesse caso, o mentor sabiamente não interferia. Havia um bem ocorrendo no suposto mal. Raquel começava a vencer um medo que há muito sofria e deixava-se abraçar por alguém de caráter em quem poderia confiar. Em breve, ela descobriria que, por falta de preces nos momentos aflitivos, deixava seus pensamentos desguarnecidos de fé.

Após dar algumas voltas, Alexandre decidiu ir para o seu apartamento e, ao vê-lo entrar na garagem subterrânea do prédio, ela perguntou, com voz vacilante:

- Onde estamos? 

- Calma, Raquel. Estamos em um lugar tranquilo e seguro. Não vamos ficar na rua "dando sorte ao azar", correndo o risco de sermos assaltados ou coisa assim.

Amedrontada, com os olhos assustados, a moça parecia estar em choque. Após estacionar o carro, Alexandre saiu do veículo, contornou-o, abriu a porta e convidou com generosidade, ao estender a mão para ajudá-la:

UM MOTIVO PARA VIVEROnde histórias criam vida. Descubra agora