Capítulo 4

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Marcos, sem dizer nada, saiu junto com Elói para ver  o que ocorria. Raquel chocada com a expressão da cunhada, respirou profundamente, alçou a cabeça e saiu logo atrás do irmão. ela não queria ficar ali com Alice.

Pouco tempo se passou e Marcos adentrou em casa segurando o filho Nilson pelo braço e advertindo-o.

- Nada justifica isso!  Estou cansado de vê-lo rolando na rua como um animal.

- Ele me xingou!...  Qual é? Quer que eu seja um covarde?

- Vê se me respeita moleque! - gritou Marcos furioso.

Alice que possuía o dom de interferir negativamente, opinou: - Quer que ele seja igual a você, Marcos? Engraçado, outro dia você disse que ele já tem dezessete anos e que deveria arrumar um emprego e ir trabalhar. agora o chama de moleque!

Nesse instante, entre o casal, inicio-se uma briga.

Nilson, intrometendo-se, foi punido fisicamente pelo pai, o que o mandou para o quarto.

Raquel, em outro cômodo, permanecia em silêncio e aflição.

Tendo em vista a atitude dos encarnados, os pensamentos queixosos e críticos, o palavreado carregado de sentimentos inferiores, no plano espiritual daquele lar, espíritos sofredores, de baixo valor moral, se achegavam compatíveis às vibrações criadas pelos moradores dali.

Naquele instante, enquanto Marcos e Alice discutiam, eles possuíam  verdadeiros aliados espirituais, tal qual um grupo de torcida que vibra a fim de incentivar seu escolhido.

A falta de respeito mútuo, a ausência de paciência, o excesso de reclamações, a falta de fé em Deus e de prece, deixa qualquer lar a mercê de desarmonia , do desequilíbrio e de irmãos que, na espiritualidade, se aproximam e se instalam nesses ambientes. São espíritos que, ignorantes e até maldosos, passam a influenciar, a envolver através  de suas vibrações e até, muitas vezes, começam a manipular os encarnados levando-os ás discórdias, aos aflitos, desejando que tragédias sejam concretizadas por eles.

Esses espíritos, como já dissemos, ignorantes e sofredores, se comprazem com tais acontecimentos funestos. Porém, eles só podem atuar, quando o encarnado se deixa dominar por idéias incorretas, negativas e lamuriosas, expressando também, em atos, tais sentimentos inferiores.

Logo na primeira noite na casa de seu irmão, Raquel não conseguiu dormir, passando a rolar de um lado para o outro em busca do sono. Em vão.

Ao levantar pela manhã, tomou somente uma xícara de café e se foi. Logo após Alice decidiu ir buscar o pão para os filhos fazerem o desejum e saiu reclamando.

- Agora vou virar empregada dessa madame aí! Nem se incomodou de ir buscar o pão e só tomou café porque eu levantei cedo e fiz!

Ao retornar, antes de entrar em sua casa, uma vizinha, a qual Alice confiava-lhe alguns particulares, cumprimentou-a.

- Bom dia!

- Oi Célia.

- Que cara, aconteceu alguma coisa?

Alice, desviando desviando poucos passos do seu portão, parou em frente a Célia que parecia querer puxar conversa.

- Só posso estar com essa cara, né?

- Quem é aquela que eu vi saindo agora a pouco da sua casa? Você recebeu visita logo cedo?

- Antes fosse visita. Essa é a minha cunhada a Raquel. Você não se lembra dela?

- Hum... Parece que conheço, mas...

- Pois é, Célia, " quanto mais rezo, mais assombração me aparece". Estamos numa situação tão difícil, menina.... Sabe, a Raquel veio morar com a gente para ajudar com as despesas.

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