"Está na...", a voz do Diaz se fez presente logo cedo e forcei minhas pernas a andarem firmes até a porta, por mais que isso me cansasse. "Hora... Você acordou cedo para quem não queria ir.", ele comentou ao me ver já trocada.
"Acordar? Eu nem consegui dormir.", também forcei minha voz a sair, hoje teria que dar o meu máximo para parecer bem.
"Mesmo? Dormiu de mais ontem e ficou sem sono durante a noite?", ele questionou enquanto me direcionava ao banheiro para escovar os dentes.
"Não. Não foi isso.", eu disse breve e entrei no banheiro e fechando a porta sem esperar por outra pergunta.
Assim que girei a chave, me encostei na posta deixando o cansaço tomar conta de mim e deslizando até o chão.
E eu só havia feito isso por um minuto ou menos...
Suspirei cansada, me sentindo ainda pior do que há segundos atrás, aguentar isso por cinco horas e meia seria difícil...
Mas é como dizem: vou fazer isso ou morrer tentando... Mesmo que talvez eu não morra.
Levantei-me não forçando tanto minha mente para agir normalmente como antes, ou seja, invés da dor de cabeça torturadora eu estava apenas sentido a maldita tontura, a moleza nas pernas e o sono imenso.
Escovei meus dentes de pé, me forçando a acostumar com o quão esgotada aquilo me deixava e logo em seguida saí do banheiro voltando a por todas as forças em agir normalmente e sentir a insuportável dor de cabeça.
Logo em seguida Marco entrou no banheiro e eu me direcionei as escadas.
Em um piscar de olhos minha cabeça começou a doer mais (se é que isso era possível), eu não conseguia me concentrar no tamanho dos degraus e em agir normalmente, e descer em velocidade normal fazia parte de agir normalmente.
Meu coração que já palpitava rápido acelerou mais e o pouco ar que entrava e saía dos meus pulmões simplesmente deixou de existir.
Sabia que eu podia muito bem desce devagar e com cuidado, mas eu nunca havia descido escadas sem saber o tamanho de seus degraus, estava com medo de tropeçar e rolar escada à baixo.
Eu sentia que iria ter um ataque cardíaco quando alguém pôs a mão em meu ombro fazendo eu me virar assustada.
"Quer ajuda?", ele perguntou e eu neguei com a cabeça, e assim que voltei a esforçar minha mente para descer as escadas comecei a tremer, arriscando descer o primeiro degrau.
Ele suspirou cansado, pegou em minhas mãos sem autorização e tomou à frente do caminho. Então pânico aumentou por alguém que eu ainda não confiava estar me guiando pela escada e o ar faltou totalmente.
Senti uma pontada fraca em minha cabeça e tombei um pouco para frente, mas felizmente retomei o controle e não caí.
"Tudo bem?!", ele perguntou preocupado e eu assenti, por mais que aquilo fosse a maior mentira.
"Eu só...", puxei minhas mãos para mim e o ar voltou em meus pulmões, estava ofegante. "Prefiro tentar sozinha.", completei tentando controlar a velocidade com que o ar passava por mim.
"Mas você não está bem...", ele disse preocupado.
"Então por que você perguntou?", exclamei estressada e minha cabeça latejou, mais uma vez senti uma leve pontada e quase caí, dessa ver para trás.
"Calma Star. Relaxe. Ninguém aqui vai te fazer mal.", escutei o que parecia ser a voz da senhora Diaz e passos subindo a escada.
Eu estava começando a não conseguir diferenciar uma voz da outra de tão nervosa que estava, e isso era por algo simples, só de pensar que ainda teria que ir à escola o pânico triplicou.
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For Your Eyes
FanfictionMarco Diaz é um garoto de catorze anos que agora está enfrentando um pequeno problema: a pobreza; para sua infelicidade, seus pais foram despedidos ao mesmo tempo e agora estão vivendo das economias, mas fora isso sua vida é ótima! Tem bons amigos...