♡ Capítulo 24 ♡

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Marco pegou minha mão para me levar à algum lugar enquanto eu tentava voltar à realidade.

Eu iria... Aprender a ler...

Eu sempre achei que era impossivel, e mesmo assim, passava semanas tentando de todas as formas, na maioria das vezes eu ficava acordada até não aguentar mais, virava uma noite, duas, três, quatro... E logo os dias viravam semanas, das quais nunca se transformavam em meses. Tudo isso para aprender a ler...

"Star?", Marco me chamou e só então me dei conta que não devia ser a primeira vez.

Ele não segurava mais minha mão. Eu estava sentada em uma cadeira confortável e ele ao meu lado, havia algo à nossa frente... Uma mesa ou escrivaninha, algo assim segundo a textura.

"D-Desculpa... Eu estava... Só pensando...", respondi tentando não voltar naqueles pensamentos.

"Mesmo? Tem certeza que está bem?", ele perguntou e assenti levemente.

"A dor de cabeça nem é tão forte assim...", comentei, sabendo que ele se referia à isso.

"Se você diz...", respondeu um pouco desconfiado, mas ignorei, estava muito ansiosa para aprender a ler. "Vamos começar...", disse pondo algo sobre a mesa. "Começaremos pela pontuação...", ele disse e franzi as sobrancelhas.

"Não seria mais fácil aprender as letras primeiro? Elas são o básico para formar palavras, já conheço o alfabeto e as silabas que podem ser formadas com cada letra.", comentei tentando facilitar isso de aprender a ler, porque com certeza não seria tão fácil...

"Sim, mas Braille é um pouco diferente... Tem algumas letras que são simbolizadas da mesma forma que os números de zero à nove, então é importante saber diferenciar.", explicou e tentando não ser levada pela agonia e ansiedade argumentei.

"Mas se são simbolizadas da mesma forma não há diferença.", disse querendo começar logo.

"Sim, há diferença, mas para isso precisa saber dos sinais!", ele retrucou e eu bufei cansada.

"Tá. Então me ensina a porcaria dos sinais, conheço as regras para usa-los também, de qualquer forma...", me rendi apenas pela ansiedade e ele suspirou.

"Ótimo... Então...", ele começava a explicar até ser interrompido.

"Marco? Star?", chamou a senhora Diaz que parecia estar na porta do quarto "O almoço está na mesa.", avisou e eu bufei novamente.

"Eu não estou com fome agora... Posso comer mais tarde?", menti, afinal embora eu realmente não estivesse com fome, não me importaria em comer; apenas queria começar logo.

"Star, detesto parecer chata, mas às vezes é necessário... E você sabe que não! Ainda não se recuperou totalmente!", respondeu e fiz uma careta, coisa que já havia virado costume.

"Mas já melhorei em quarenta por cento...", murmurei me contendo para não bocejar.

"Exato. Isso significa que você não está nem na metade do caminho. Vamos, depois vocês voltam e...", ela começou autoritária e fez uma curta pausa. "Estudam... Braille...", completou.

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