Estava trancada no quarto com a sensação de que havia um buraco em meu estômago, e ao mesmo tempo, não sentia fome e nem vontade de comer.
Ainda deitada na cama da minha amiga, sentindo aquela dor insuportável no braço, pensava em como lidaria com tudo a partir de agora.
Aos dez anos, quando decidi que não queria mais ter que encarar as pessoas, foi algo fácil, minha melhor amiga ia á escola cinco dias por semana e voltava tão cansada do que ela chamava de chatice que dormia, e dos outros dois dias ela fazia uso de apenas parte de um para tentar me convencer a sair com ela; meus pais viviam ocupado e por mais que tentassem não tinham mais do que uma hora no mês para tentar me convencer de que não precisava ser assim; quanto ao meu namorado, não tinha um, e nem sei o que deu em mim naquele dia para resolver dar outra chance para o universo me encaixar em algum canto de paz.
Agora eu estava aqui, com catorze anos, no quarto da minha nova amiga, cheia de cortes e arranhões por todo o meu corpo, um hematoma no braço, um buraco no estômago e no mínimo duas pessoas com bastante tempo para tentar me convencer a sair.
"Como eu saio dessa agora?", murmurei á mim mesma me encolhendo na cama na tentativa de anular ou pelo menos diminuir a dor que sentia, tanto física quanto emocional.
"Star, já são seis da tarde, que tal abrir a porta para pelo menos pegar algo para comer? Por favor...", Janna insistiu pela te ira vez do outro lado da porta.
"Ainda não estou com vontade, Janna...", eu respondi e a escutei suspirar.
"Você não pode ficar aí para sempre.", ela disse.
"Eu sei, eu vou oltar para a casa do Diaz amanhã, de algum jeito. Eu prometo.", respondi conaiderando de que se eu saísse do quarto acompanhada da Janna ela não me deixaria voltar, se eu saísse acompanhada do Diaz seria uma tortura, se eu saísse acompanhada da Jackie, Janna daria um jeito de convence-la a não voltar mais para o quarto, e se isso chegasse aos meus pais eles mandaria algum dos impregados para me ajudar reforçando o fato de que eles não tem tempo para mim.
Em outras palavras, eu não queria ficar ali para não ter pessoas pondo pressão para que eu saísse, mas também não queria voltar para Mewni e me trancar em meu quarto para ter a cada dia mais consciência de que as pessoas importantes para mim não têm tempo para estar comigo.
"Sabe que não foi o que quis dizer." Janna respondeu. "Você presisa comer, se exescitar, respirar ar puro... Conviver com os outros...", ela explicou. "E você me disse que é uma princesa de outra dimensão, então algum dia terá que lidar com bilhares de pessoas.", cometou e senti a pressão sobre mim.
"Também te disse que três meses antes do meu aniversário meus pais deram um jeito de me tirar do quarto só para me dizer que eu seria a primeira princesa regente ao trono que não receberia a relíquia mais importante da minha família há séculos.", retruquei um tanto irritada. "Quem sabe eles também não tiram meu direito de reinar? Estariam me fazendo um favor!", completei.
Só de imaginar que eu era apenas uma princesa e já tinha noção da pressão e decepção que todos tinham sobre mim uma dor me corroía juntamente á raiva e rancor; não queria pensar como seria se eu chegasse a reinar.
O silencio tomou conta do cômodo a partir de então, Janna devia ter saído de frente da porta.
Porcaria, eu era tão bipolar.
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For Your Eyes
FanficMarco Diaz é um garoto de catorze anos que agora está enfrentando um pequeno problema: a pobreza; para sua infelicidade, seus pais foram despedidos ao mesmo tempo e agora estão vivendo das economias, mas fora isso sua vida é ótima! Tem bons amigos...