☾ Capítulo 14 ☽

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"A conversa está ótima, mas é hora de fazer uma visitinha á Star.", disse minha mãe se levantando do sofá e indo á cozinha.

"Eu ainda não entendo como a convenceu.", disse Janna pelo celular.

"Nem eu. Mas se funcionou, para que entender?", perguntei sarcástico.

"Como 'para que'?! Para conseguirmos também, oras!", exclamou Janna tão alto que o celular vibrou.

"Tá bom, tá bom. Não precisa gritar.", eu disse e Jackie riu.

"O importante é que as coisas estão se concertando.", ela disse á Janna.

"É...", Janna afirmou, parecia mais tranquila.

"Agora só falta descobrir como tira-la do quarto.", comentei e as duas ficaram em silêncio.

Um silêncio desconfortável.

"Foi mal... Eu não queria...", pedia notando que estraguei o momento de alegria delas.

"Não, Marco, você tem razão.", Janna disse e fitei o celular. "Temos que dar um jeito nessa antropofobia dela. E com 'temos' quero dizer 'você tem'.", ela afirmou e me surpreendi.

"Eu?! Mas ela não gosta de mim! Seria mais fácil você convence-la!", exclamei aproximando o celular da boca.

"O caminho mais rápido nem sempre é o mais eficaz.", ela respondeu e eu fitei Jackie pedindo com os olhos para que contriariasse Janna.

"E a pressa é inimiga da perfeição.", ela completou e arregalei os olhos.

"Até você Jackie?!", perguntei indignado.

"Você quer que ela confie em você ou não?", ela retrucou e eu desviei o olhar.

"É Diaz. Nem eu estou mais confiando em você depois dessa que ela passou.", complementou a morena do outro lado da linha.

"Mas eu já disse mil vezes que não era eu!", exclamei jogando os braços para o alto.

"Se não foi você, qual o problema de fazer um esforço maior que nós?", perguntou Janna incomodada com meu comportamento.

"O problema Janna, é que a Star não quer sair do quarto há quase uma semana, está traumatizada com essa experiência e tudo que avançamos nesse tempo é equivalente a quase nada! Ainda não a convencemos a sair do quarto por vontade própria, não descubrimos quem fez isso com ela e nem preciso dizer que não estamos nem perto de convence-la a sair!", exclamei como se ela realmente estivesse na minha casa.

"Sim, Marco! As coisas estão difíceis para ela; acredite, eu sei! Mas se realmente queremos que ela se sinta melhor em sair de casa, você precisa convence-la, porque se ela sentir que pode confiar em você talvez ela se sinta mais segura e acredite que as pessoas não são tão más como ela pensa!", retrucou irritada.

Eu cruzei os braços sem comentários, porém ainda não convencido de que isso seria o melhor a se fazer do que Janna vindo visita-la todos os dias e ficar com ela por horas.

Jackie pôs a mão em meu ombro fazendo com que eu levantasse meu olhar á ela que me fitava pedindo com os olhos um "por favor".

Por fim, suspirei cansado.

"Ela não vai me dar ouvidos.", respondi desviando o olhar.

"Não era você quem sempre dizia 'vale a pena tentar'?", Jackie perguntou pegando em meu queixo com delicadeza e fazendo com que eu a olhasse nos olhos.

"Sim...", respondi.

"E por que para isso está sendo tão diferente?", ela perguntou.

"Porque eu não acredito que minha ajuda vale alguma coisa.", respondi e ela assentiu.

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