Acordei com Marco me chamando do outro lado da porta, e já me levantei para me arrumar e ir à escola.
Ontem havia sido divertido; cansativo, mas divertido, a experiência de estar em uma competição atlética era realmente incrível, porque eu sentia como se os outros estivessem nas mesmas condições que eu, então eu tinha alguma chance de ganhar. E sim, quando a competição começou, meu objetivo era ganhar, me sentir capaz de algo; mas independente disso eu me diverti muito, na realidade, depois que a corrida acaba, você não liga mais para ganhar, e sim para fazer de novo.
"Celular. Horas.", eu pedi após me vestir.
"Dez horas.", respondeu a voz robótica e eu arregalei os olhos, surpresa, mas não me apressei, não gostava de ir à escola mesmo.
Na verdade, eu me deitei novamente, mesmo já estando de roupa trocada e sabendo que já eram dez horas, eu queria dormir mais.
Me aconcheguei meio aos lençóis novamente e fechei os olhos, pronta para voltar a dormir... Até que Daisy pulou na minha cama e lambeu meu rosto.
Eu ficaria brava se ela não fosse a coisa mais fofa do mundo, mas como ela era, logo comecei a rir.
"Tá bom, tá bom, já entendi Daisy, vou levantar.", eu disse à ela que latiu em resposta.
Levantei novamente e limpei meu rosto, esticando minha cama em seguida. Saí do quarto escovei os dentes e parei frente à escada.
"Marco?", chamei franzindo as sobrancelhas, não o deixaria me assustar novamente.
"Não vai querer tentar sozinha dessa vez? Que milagre...", ele brincou e escutei-o se aproximar.
"Quer saber?! Vou sim.", respondi decidida, já dando o primeiro passo.
"Ei, espera! Eu estava brincando, ok?", ele confidenciou segurando meu pulso. "Eu até prefiro te ajudar, assim você não corre nenhum risco.", completou me fazendo abrir um pequeno sorriso.
"Eu sei que estava brincando, eu só estava te testando.", respondi enquanto ele passava meu braço ao redor do seu pescoço.
"Sem-graça.", ele comentou emburrado e eu ri.
"Não era para ter graça mesmo, o objetivo dos testes é provar algo.", brinquei entre risos.
"Ah, então você gosta de testar as pessoas para saber o quanto se importam com você?", ele questionou no mesmo tom.
"Não. Só gosto de te testar por causa da sua preocupação exagerada. Isso sim é engraçado.", debochei e ele soltou aquela risada claramente falsa, que diz "nossa, que engraçado".
"Certo, senhorita. Agora é melhor tomar café para irmos.", me avisou com tédio e eu franzi as sobrancelhas enquanto ele me ajudava a sentar.
"Nós vamos para a escola?", perguntei. "Ah Marco, para que irmos? Já perdemos três aulas! Podemos faltar hoje, não podemos?", resmunguei fazendo bico. "Diz que sim, porque estou escutando a cama me chamar.", completei.
Sem mais nem menos ele riu, não só ele, como o senhor e a senhora Diaz também, e eu, claro, fiquei sem entender a graça, afinal, o que eu havia dito não era nenhuma piada.
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For Your Eyes
Hayran KurguMarco Diaz é um garoto de catorze anos que agora está enfrentando um pequeno problema: a pobreza; para sua infelicidade, seus pais foram despedidos ao mesmo tempo e agora estão vivendo das economias, mas fora isso sua vida é ótima! Tem bons amigos...