"Vamos ao cinema!", propôs Jackie, de repente, e eu ri fraco.
"Assistir que filme?", perguntei curioso, tinha um romance em cartaz, mas eu sabia que não seria esse, ela nunca foi muito fã de romances dos filmes.
"O novo filme de terror que saiu ontem! Ele parece incrível!", respondeu animada.
"De terror?", eu perguntei já desanimando. "Eu não sei, não...", odeio filmes de terror, eles sempre tiram meu sono durante a noite.
"Vamos! Vai ser divertido! Se ficar com medo pode me abraçar.", provocou me dando uma cotovelada.
"Eu não preciso ter desculpa para te abraçar.", a abracei sorrindo convencido. "E se eu fosse usar essa desculpa idiota de ficar com medo durante o filme, nem te abraçaria; aliás se você ficar com medo, quem vai querer abraço não serei eu.", completei.
"Claro, porque sou eu quem se recusa a tomar banho de banheira.", Jackie riu e eu senti meu rosto esquentar.
"E-Eu assisti esse filme ano passado! Estava des-despreparado, tá bom?!", tentei me defender.
"Tá. Então não vai se importar em assistir esse filme comigo hoje.", ela sorriu vitoriosa e eu suspirei.
"Tá bom, vamos...", me rendi. "Mas antes vou passar em casa pegar meu celular e avisar que volto mais tarde.", avisei me levantando e tirando a carteira do bolso para pagar nossa banana split.
"Tá, eu também vou lá na minha casa avisar.", se levantou, tirando a carteira da minha mão. "Depois de dividir a conta.", sorriu.
"Nossa, claro, porque é muito cara!", exclamei sarcástico. "Deixa isso quieto Jackie, eu pago e você vai para sua casa convencer os seus pais, porque não são tão liberais quanto os meus.", a empurrei para fora da loja e peguei minha carteira de volta, pagando logo em seguida, sem a dar tempo para discutir. "Prontinho.", sorri guardando a carteira no bolso do moletom novamente.
"Dá próxima não será tão fácil.", apertou meu nariz
"Veremos.", mostrei a língua, apertando o dela. "Agora sério, vai, quanto antes for, antes vamos nos ver.", sorri para ela e encontrei nossos lábios num beijo calmo e apaixonado, porém curto.
Logo nos despedimos e cada um foi para um lado com pressa, claro, meus pais eram os mais legais de todos, ou simplesmente os que mais não dão importância para o filho... Mas eu acho que é a primeira opção mesmo, ou pelo menos é a que eu prefiro.
Queria chegar e sair logo para dar uma mãozinha para a Jackie convencer os pais dela, que eram quase o oposto dos meus, afinal, eu era o garoto prudência, alguém que, em momentos como esse, eu me orgulhava de ser.
"Oi, mãe, pai, Star. Vou ao cinema com a Jackie.", avisei com pressa, subindo para pegar o celular e descendo em seguida, sem sequer dar tempo para que eles respondessem ou para que eu olhasse bem ao redor.
Quando voltei para me despedir deles novamente, foi quando me dei conta que eu mencionei três pessoas, mas apenas duas estavam aqui.
"Uh... Cadê a Star?", franzi as sobrancelhas. "Levaram ela para a casa da Janna?", questionei e eles negaram com a cabeça, suspirando em seguida.
"Ela disse que não estava se sentindo muito bem e que ficaria no quarto.", respondeu a minha mãe um tanto preocupada. "Perguntamos o que ela tem, mas parece que também não sabe explicar, embora diga que é normal se sentir assim em Mewni quando se acumula muita negatividade.".
"Pedimos para ela explicar direito, mas tudo que disse é que não precisávamos nos preocupar e que só pularia o café da tarde.", continuou meu pai. "Tentamos insistir para que ela comesse, mas continuou firme na decisão. E inevitavelmente, estamos meio preocupados.".
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For Your Eyes
FanfictionMarco Diaz é um garoto de catorze anos que agora está enfrentando um pequeno problema: a pobreza; para sua infelicidade, seus pais foram despedidos ao mesmo tempo e agora estão vivendo das economias, mas fora isso sua vida é ótima! Tem bons amigos...