Acordei com os gritos do garoto irritante que conviverei por seis longos meses, já que não era possível ser acordada pelos brilhantes raios de Sol de que tantos falam.
"Ei! Star! Acorde, já são seis e quinze!", ele exclamou batendo em minha porta.
"Seis e quinze da tarde?!", perguntei levantando alarmada.
"Ahn... Não? São seis e quinze da manhã, Star.", ele respondeu e eu supostamente revirei os olhos, mesmo sem saber bem o que ou como fazer isso já que eu não vejo mudança alguma de direção consequentemente não sabia se havia ou não revirado os olhos.
"Só pode estar de brincadeira...", murmurei já de mau humor. "Para que me acordou á esta hora, idiota?!", perguntei me levantando consciente de que eu não conseguiria dormir novamente depois deste susto.
"Porque aqui na Terra acordamos esta hora para ir á escola.", ele respondeu e eu parei de respirar por alguns segundos.
Escola...
De repente, senti uma raiva me consumir e caminhei á passos pesados, porém rápidos até a porta, abrindo-a bruscamente em seguida.
"Que tipo de brincadeira sem-graça é essa, Diaz?!", questionei indignada, com vontade de chutar tudo que eu sentia estar próximo á mim.
"Não é brincadeira alguma, você vai á escola como eu e todos os outros.", ele respondeu.
Senti uma espécie de desespero me consumir e se misturar com a raiva.
De forma alguma eu iria àquele lugar!
"Nem doida! Perdeu a noção?! Vou te dizer algumas coisas que talvez não tenha pensado: Primeiro, eu sou cega e não vou enxergar por onde ando, poderei me perder nos corredores, esbarrar com delinquentes maiores e mais fortes que eu e não saberei em quem confiar num lugar tão cheio de gente; segundo, eu não sei ler! Terceiro, eu odeio professores profundamente; quarto, eu vou acabar perdendo a minha audição naquele lugar onde todos gritam; quinto, primeiro, segundo, terceiro e quarto.", eu reclamava em alto tom, e como seu objetivo era me levar á escola e eu estava recusando de forma 'super delicada', presumi que estivesse expressando raiva. "E pode deixar de me olhar assim que não tenho culpa de nada! A não ser que eu tenha culpa de ter nascido!", exclamei e me virei o suficiente para chutar a parede.
Eu estava ofegante após tudo aquilo, mas não arrependida, já que era a mais pura verdade.
"Já terminou?", ele perguntou com tédio e pensei fita-lo com raiva, já que o mesmo estava em frente da porta até agora. "Se já terminou se troque que talvez dê tempo de comermos algo no caminho.", ele comentou e arregalei meu olhos em descrença.
Antes que eu pudesse argumentar qualquer coisa, escutei passos caminhando para o que eu presumia ser minha esquerda e ficando cada vez mais inaudíveis, Marco havia descido às escadas.
Bati a porta de forma brusca e me virei pronta para deitar na cama novamente e dormir, tentando apenas esquecer os sentimentos e lembranças que essa discussão me causou.
Mas quem começou tudo isso não queria cooperar...
"Seus pais ficarão sabendo que você se recusa a aprender se virar!", ele disse alto o suficiente para que eu escutasse, porém calmo.
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For Your Eyes
Fiksi PenggemarMarco Diaz é um garoto de catorze anos que agora está enfrentando um pequeno problema: a pobreza; para sua infelicidade, seus pais foram despedidos ao mesmo tempo e agora estão vivendo das economias, mas fora isso sua vida é ótima! Tem bons amigos...