#30

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Pov Aaliyah

Acordei com a luz do sol que passava pela janela. Jack não estava mais lá.

Estranhei o silêncio que estava aquela casa. Com os meninos de volta, tem sempre risos e conversas vindas da sala, mas hoje não tinha nada.

Levantei e desci as escadas. Estavam todos na cozinha, mas sem trocar uma palavra, ou olhar um pra cara do outro. Me senti mal por ser a causa disso tudo.

Me: Bom dia. --disse, relutante.

Eles responderam com um Bom dia desanimado, e Daniel se limitou a um resmungo.

Peguei um pouco de suco e um donut, que estava na caixa em cima do balcão.

Fiquei ao lado do Jack no balcão. Me sinto segura perto dele, agora. Se ontem, depois da briga, não tivéssemos passado aquele tempo sozinhos, eu ficaria perto do Corbyn, porque ele sempre foi meu "refúgio".

Percebi que, involuntariamente, mexia no pingente do meu colar, como costumo fazer quando estou brisando. Aquele colar. É incrível como as coisas passam de um objeto tão amado, pra um que você deseja nunca mais ver.

Puxei o colar pra baixo, para que se soltasse do meu pescoço. (N/A: Alguns colares e brincos são  presos por pressão, ai você puxa e ele solta) Andei até o Daniel, segurei a mão dele, e coloquei o colar lá, olhando nos olhos dele, e tentando conter minhas lágrimas. Quando ele não esboçou reação, de novo, desviei o olhar. No pescoço dele, o colar dele ainda estava lá, balançando pra frente e pra trás, o que fez meu coração doer e as lágrimas insistirem em descer. Sai dali, e caminhei em direção à escada. Mas, antes que eu pudesse sair da cozinha, Daniel resolveu falar, e eu me virei para ouvir.

Daniel: Vou dar para a Angie.

Jonah: Daniel! --Daniel respondeu com uma cara de E daí?

O nó em minha garganta se apertou, gerando mais lágrimas. Subi pro meu quarto, e bem ali na minha mesinha de músicas, estava aquela carta que Daniel escreveu quando foi embora aquele dia. A carta que adiou minha partida por um tempo, e depois pra sempre. Mas agora, também é a carta que me lembra as coisas horríveis que saíram da boca dele.

Fui até ela, com lágrimas me escorrendo pelo rosto. A segurei em minhas mãos, e a dor no coração voltou, trazendo mais lágrimas de tristeza e de raiva. Com um impulso, a rasguei ao meio, e depois em várias partes. Me sentei no chão, aos soluços e com alguns pedaços de papel ainda nas mãos.

Como se soubesse que eu precisava dele, Jack abre a porta do quarto.

Jack: Aali, o que aconteceu aqui?

Me: D-Daniel. --disse, ainda lutando contra os soluços causados pelo choro.

Ele me envolveu no melhor abraço do mundo, e fez carinho na minha cabeça.

Jack: Olha, eu te trouxe um donut. --ri fraco e peguei o donut da mão dele. Mordo um pedaço, e algumas lágrimas vão junto, deixando meio salgado, mas ainda assim estava bom.

Me: Por que, Jacky? Por que ele me iludiu todo esse tempo? (N/A: O "y" no final da palavra faz ficar no diminutivo, é como se ela chamasse ele de Jackzinho)

Jack: Ele não te iludiu.

Me: Não?! Então como explica tudo isso que ele falou e fez?

Jack: Ele também está triste, sei disso. Ele só tenta não demostrar.

Me: Ele mentiu pra mim esse tempo todo. E eu fui trouxa de acreditar que ele gostava de mim. -- Eu tentava soar com raiva, mas os soluços não permitiam. Eu soava como uma garotinha mimada.

Not Just Friends || Daniel SeaveyOnde histórias criam vida. Descubra agora