Que falta de sorte

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O professor encostou seus lábios aos da grifinória de forma urgente, Hermione imediatamente correspondeu o beijo que cobiçava há tanto tempo. Severo a pegou pela cintura puxando-a para mais perto de si, Hermione entrelaçou seus braços ao pescoço de Severo. Agora o beijo era mais ardente, eles exploravam a boca um do outro.

O coração falava mais alto que a razão naquele momento, os corpos se desejavam, involuntariamente.

Nenhum dos dois raciocinava naquele momento, o porquê daquilo ou quem poderia ver, apenas desfrutavam daquele beijo, do que estavam sentindo.

Os lábios foram se afastando aos poucos. Já estavam sem fôlego.

Em seguida os corpos se afastaram. Hermione não se conteve e um sorriso estampou-se em sua face. Já Severo, permanecia com um semblante indecifrável, até que sua fisionomia foi retornando a sua carranca habitual, ou pior.

– Jamais diga isso a alguém! Ou melhor, isso nunca aconteceu! Ou terei que oblivia-la. – O sorriso de Hermione transformou-se em fúria.

– Não se atreveria!

– Pode apostar que sim!

– Não é necessário me obliviar, pode ter certeza de que não perderei meu tempo lembrando disso.

– Assim espero!

Hermione o encarou enraivecida, mas Severo ignorou, deu as costas e começou a subir pelas escadarias da gárgula. Ela ficou algum tempo tentando assimilar o que havia acontecido ali há pouco e após subiu as escadas, afinal, Dumbledore a esperava.

Chegando ao gabinete, Severo já estava lá em uma conversa com o diretor, a aluna bateu na porta, mesmo estando aberta para informar que estava ali.

– Pode ir Severo, conversamos mais tarde.

Ao retirar-se da sala Snape lançou um olhar de desprezo à Hermione, o que a afetou muito.

– Srta. Granger, entre e sinta-se à vontade. – O diretor a recepcionou apontando a cadeira à frente de sua mesa para que se acomodasse.

– Com licença. Hermione entrou e acomodou-se. – Obrigada senhor.

– Bem, nossa conversa é uma continuidade da anterior, que tivemos na Ordem. Não se assuste. – Ele a acalmou ao perceber sua reação. – Só quero preveni-la de algumas coisas.

– Me prevenir? De que? O que está acontecendo?

– Tenho que informá-la de que sei sobre seus sentimentos pelo professor Snape, caso tenham algum tipo de envolvimento, seria proibido e contra a ética vocês terem esse envolvimento dentro de Hogwarts.

– Mas, senhor! Eu... bem...

– Dumbledore, ou Alvo se preferir.

– Professor Dumbledore, esse tipo de envolvimento que está se referindo é algo impossível.

– Ah, claro, por que nunca houve nada entre vocês, nem sequer olhares, não é? – Alvo encaminhou um olhar divertido à grifinória. Hermione o encarou assustada, sabia que há instantes, aconteceu algo muito maior que apenas olhares.

– Entretanto, o amor está acima de todas as coisas, e os ajudarei caso precisem.

– Mas, nós não... – O semblante da jovem se entristeceu. – Não estamos juntos, não temos nada. E nem teremos!

– Veremos em breve. – O diretor piscou. – Contudo, o assunto principal desta noite é outro. – A expressão de Alvo ficou séria. – Coisas terríveis estão para acontecer, apenas o que lhe peço é que confie em Severo, apesar de tudo, confie nele, sei que agora não entenderá o que estou dizendo, mas chegará o momento que compreenderá perfeitamente. Em breve a chamarei novamente em minha sala para finalizarmos nossa conversa e lhe entregar algo. E só mais uma observação, não comente nada sobre o que conversamos a ninguém, nem mesmo ao Harry. Já a Srta. Weasley eu autorizo, ela lhe ajudará a colocar as ideias no lugar. Obrigado Hermione, por me ceder um pouco de seu tempo.

A aluna assentiu e logo se movimentou para a saída. Estava confusa com tudo o que havia escutado. Que coisas terríveis estavam para acontecer, a única coisa que se lembrava no momento era a guerra. Haveria algo além disso que poderia acontecer?

A grifinória já estava nos corredores, mas não prestava atenção por onde andava, de repente esbarra em algo, ou melhor, em alguém.

– Olhe por onde anda, Granger!

– Que falta de sorte! – Hermione murmurou, porém foi audível ao homem com vestes longas e negras à sua frente.

– Acha falta de sorte? Sua falta de sorte iniciará no primeiro dia de detenção a partir da próxima semana, ou melhor, iniciará agora que perderá 50 pontos da Grifinória.

– Detenção? Por quê? Apenas nos esbarramos sem querer, peço desculpas. Mas detenção? É abuso de autoridade!

– Perdeu sua sanidade? O que aconteceu há pouco a afetou de tal maneira que a fez perder seu bom senso.

– Ora ora, queria me obliviar, mas quem fica relembrando o acontecido é você! – Após as palavras ditas com deboche, Hermione arrependeu-se do fundo da alma, não poderia ter falado com um professor daquela maneira. Ela o encarava, repreendendo-se mentalmente.

– Como se atreve a falar assim comigo sua garota insolente! – Severo havia perdido o pingo de paciência que havia dentro de si. – Saiba que aquele beijo é o que mais quero esquecer. – Severo lamentou-se pelas ultimas palavras proferidas.

– Então não esqueceu? Se quer esquecer, é porque não está conseguindo. – Havia um brilho no olhar de Hermione, um brilho de esperança.

– Saia da minha frente ou...

– Ou? – Hermione posicionou-se bem a frente de Severo o impedindo que desse mais um passo, os deixando a uma mínima distância. – Não tenho nada a perder, já perdi pontos e já tenho detenção.

– A senhorita prefere sair de Hogwarts como heroína para batalhar na guerra ou manchar todos os seus anos acadêmicos com uma expulsão? – Severo lançou um sorriso malicioso ao perceber que o que dissera afetou a aluna.

Hermione o encarou por alguns segundos, não sabia se parava por ali com aquela discussão, mas era grifinória, havia muita coragem dentro dela, por mais que quisesse parar, algo dentro dela a fazia continuar.

– E vai me expulsar por quê? Ah, claro! – O sarcasmo na voz de Granger era evidente. – Depois de ter me beijado e ameaçado a me obliviar, vai me expulsar por ter... esbarrado em você?

– Saia já daqui! Sua detenção começa amanhã!

– Não era na próxima semana?

Severo agarrou Hermione pelo braço, consequentemente os aproximando novamente, ele não tinha controle ao sentir aquele perfume, aquele olhar doce, de certa forma o acalmava.

O corpo de Hermione respondeu rapidamente ao toque de seu professor, arrepios surgiram por todo seu corpo, o olhar profundo que a fitava a deixava desconcertada.

– Saia... daqui... agora! E prepare-se para a detenção amanhã!

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