O primeiro beijo

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- Eu... não sei! – Severo a olhava confuso. – Quando a vi, por um instante veio em minha mente esse nome e falei.
A confusão do rosto da grifinória transformou-se em desapontamento. Ela tinha esperanças de que ele se lembraria dela, mas ao mesmo tempo se ele se recordasse dela, lembraria que estão brigados.

- Tenho que ajuda-lo. – Ela pensava. - Por mais que me doa saber que com sua recuperação se unirá a Clarke, ele não pode ficar assim, ele sofre tanto. Eu o quero bem, mesmo que não seja ao meu lado.

- Professor. Tenho uma proposta a lhe fazer.

- Diga senhorita.

- Durante esses dias que ainda estarei em Hogwarts quero te ajudar em sua recuperação. Vamos ver fotos, ler jornais, recordar acontecimentos que poderão ajudar em sua recuperação.

- Aceito! E quando começaremos?

- Agora se preferir.

- Sim.
Ela abriu um lindo sorriso para Snape, que consequentemente sentiu seu coração pulsar com mais força e velocidade.

- Parece-me estranho, mas me sinto muito bem e feliz ao lado dela. A proposta que ela me fez, umas 5 pessoas já tentaram, mas aceitei porque gosto de estar com ela e quando ela abriu aquele sorriso, senti... algo que não deveria sentir. – Ele repreendeu-se por seus pensamentos. – Por Merlin Severo! Ela é sua aluna! Acabou de conhecê-la e...

- Professor? – Os pensamentos de Severo foram interrompidos. – Vamos?

- Vamos, mas... antes quero perguntar algo. – Ela o fitava aguardando a pergunta. – Recordei-me de seu nome, então creio eu que nossa convivência de aluna e professor seja de alguma forma mais forte do que minha convivência com os demais alunos. Mas por que me lembrei de seu nome e não de seu sobrenome? Tratamo-nos tão intimamente assim?

- Ahm... – Hermione parecia estar sem saída em como responder tal pergunta. – Você irá descobrir durante nossos encontros para recuperar sua memória.


Os dias pareciam passar mais rápido que o normal.
Todos os dias no mesmo horário, Hermione encontrava-se com Severo na biblioteca. Lá viam algumas fotos e liam várias coisas que poderia ajudar com a memória dele. Também iam para algumas partes do castelo e Hermione o contava sobre os episódios que aconteceram em cada local. Sempre se encontravam escondidos de Emilly, apesar de ser complicado, pois ela não largava Severo.
Eles estavam mais próximos que nunca. A cada dia que Severo passava ao lado de Hermione, ia se apaixonando cada vez mais.

- Hermione, nem sei como te agradecer por tudo que está fazendo por mim. – Eles caminhavam pelos corredores do castelo.

- Não precisa agradecer Severo. Gosto de estar com você.

- Eu também. Sua presença me faz bem.
Eles então chegaram à gárgula de acesso à sala da diretora.

- Por que nunca passamos por aqui? Houve algum acontecimento?
Eles pararam exatamente no mesmo lugar em que deram seu primeiro beijo.

- Não! – Ela respondeu tristemente por não poder lhe contar o que havia ocorrido ali. – Não aconteceu nada aqui.

- Então acho que está na hora de acontecer.

- O que?

- Sim. – Ele respirou fundo, estava nervoso. – Preciso te falar algo.

- O que aconteceu?

- Hermione. Não me lembro de você ou como nos tratávamos no passado, mas eu...

- Você... – Ela o incentivou a continuar.

- Estou me apaixonando por você.

- Severo... – Aquelas palavras a deixou atônita.

- Sei que não é certo. Apesar de não sermos mais aluna e professor, eu tenho uma noiva. – Ele abaixou a cabeça frustrado por lembrar-se disso. – Mas eu não amo Emilly. Não a quero como eu quero você.

- Severo, eu tenho que te contar algumas coisas sobre nós. Mas vou contar apenas no sábado de manhã.

- Então quer dizer que há algo entre nós? E por que apenas no sábado? Hermione o que está me escondendo? – Snape já começava a se exaltar.

- Houve algo entre nós, mas saberá somente no sábado, pois será o dia da minha formatura e depois partirei de Hogwarts, não estarei mais aqui e não poderá me pressionar como está fazendo agora.
Ele então a segurou pelos ombros resultando na aproximação dos dois.

- Hermione, por favor, eu não aguento mais não saber sobre mim.
Granger ficava cada vez mais nervosa, Severo não imaginava o que aquela simples aproximação causava nela. Ambos se olhavam como se não existisse mais nada ali, apenas os dois. A respiração descompassada vinha de ambos os lados. Então foi exatamente ali, no mesmo lugar que deram seu primeiro beijo, que o ato se repetiu.
As mãos de Snape deslizaram para a cintura da jovem e utilizou-as para puxa-la para mais perto de si. Ela então entrelaçou seus braços ao pescoço dele, fazendo com que acabasse qualquer distância que houvesse entre eles.
Quando o ar lhes faltou, foram separando os lábios lentamente.
Severo não se conteve e abriu um de seus raros sorrisos.

- Não, não podemos. – Hermione soltou-se do abraço. – Você irá se casar! E pode não se lembrar, mas estava muito feliz no dia em que iria anunciar seu noivado.

- Mas, Herm...

- Não insista Snape! – Pode não gostar dela agora, mas e quando recuperar sua memória? Irá me abandonar e correr atrás de sua amada.
Ela então deu meia volta e saia em direção ao final do corredor.
Ele ainda surpreso pela reação dela, antes que sumisse de seu campo de visão, perguntou em voz alta:

- Vamos nos encontrar no sábado?

- Não sei se deveria. – Ela disse antes de ir.
Severo permaneceu por um instante sozinho, pensando no que acabara de acontecer. Ao tocar seus lábios para lembrar-se do beijo, sentiu uma forte pontada na cabeça e de repente veio em sua mente o primeiro beijo deles naquele mesmo lugar.

- Nós... já nos beijamos. – Ele olhou em volta observando onde estava. – E exatamente aqui.

Por que tem que ser você?Onde histórias criam vida. Descubra agora