Snape estava impaciente. Ele aguardava o sábado para entender enfim o que havia entre ele e Hermione.
Ele já se recordava de algumas coisas de sua vida, alguns acontecimentos que surgiam em sua memória, mas a maioria insignificante e de pouca importância.
Em algumas lembranças ele percebeu que era injusto com os alunos da Grifinória, mas não entendia o porquê odiava tanto aquela casa, mas a única lembrança que povoava sua mente em todo momento foi o primeiro beijo que deu em Hermione, e o outro que se repetiu no mesmo lugar.
Ele não ficaria parado ali apenas pensando, ele precisava buscar respostas. Então saiu andando pelo castelo à procura de informações, mas foi chamado por alguém no meio do caminho.- Severo. Querido! Aonde vai?
- Ah, Clarke. – Ele ficava entediado na presença da noiva. – O que quer?
- Clarke? – Ela ficou desapontada pela forma que seu noivo a tratava. – Meu amor, precisamos voltar a ter nossa intimidade. Somos noivos e as pessoas achariam estranho se o vissem me chamando pelo meu sobrenome.
- Desculpe Emilly. O que quer?
- Assim ficou melhor meu amor, mas com o tempo você irá se acostumar a me chamar da mesma forma que o chamo. – Ela depositou um selinho nos lábios dele. – Quero que marquemos a data do nosso casamento.
- O que? Não havíamos combinado que só continuaríamos os preparativos quando eu recuperasse minha memória?
- Sim sim, mas, não quero ficar noiva para sempre. Quero me casar com você meu amor. Então te dou até sábado para me informar uma data.
- Sábado? – Ele a olhou perplexo. – Não acha que está muito perto?
- Não está. Só quero que nosso amor seja concretizado com nossa união Sev.
Ao ser chamado de Sev, como todas as vezes que se lembrava de um momento de seu passado, sentiu uma forte pontada na cabeça e ao mesmo tempo se recordou de momentos da sua infância e adolescência, de uma garota ruiva que o chamava assim "Sev". Também se lembrou de quatro jovens que sempre o provocava e atacava, conhecidos como os marotos e em especial do jovem Potter que era o qual ele mais odiava.- Querido, está tudo bem?
- Estou. – Ele massageava suas têmporas para aliviar sua dor. – Vou à enfermaria.
- Vou com você.
- Não! Não é necessário. – Ele seguiu em direção à ala hospitalar, mas antes ouviu sua noiva dizer:
- Não se esqueça meu amor, sábado!
Enquanto caminhava furiosamente até a ala hospitalar, conversava consigo mesmo.- Agora entendo porque odeio a Grifinória. Maldito Potter! Malditos Marotos!
Ao chegar à ala hospitalar percebeu que a mesma estava quase vazia, estando apenas a curandeira-chefe e um bebê que não sabia quem era.- Snape! O que houve? Como se sente?
- Sinto uma forte pontada em minha cabeça toda vez que me lembro de algo. É uma dor quase insuportável, e surge apenas no momento em que lembranças invadem minha mente.
- Fez muito bem em vir. Vou examinar seu ferimento. Pode segurar o Ted, por favor? – Ela sem aguardar a resposta, já entregou a criança nas mãos de Severo.
Assim que o pequeno Ted foi aos braços de Severo, seus cabelos mudavam de cor com muita intensidade e rapidez, o bebê estava muito agitado e sorria para o sonserino.
- É, parece que Ted sentiu sua falta.
- Minha falta?
- Sim, você vinha o visitar quase todos os dias.
- E ele é filho de quem mesmo? – Ele percebendo o sorriso de Ted, em resposta seus lábios se curvaram timidamente.
- Ele é filho do meu namorado, o professor Remo Lupin.
- Ele é um daqueles marotos. – Severo deixou escapar demonstrando raiva.
- Você está lembrando-se das coisas mesmo! Isso é bom e ruim.
- Ruim? Por quê?
- Está se recordando de algumas coisas, mas não se lembra de tudo, são como peças de quebra-cabeça incompletas. Por exemplo, lembrou-se de que teve uma rivalidade com meu namorado em seu passado, mas não se lembrou de que recentemente como dois professores tratam-se melhor e até o ajuda com seu... problema preparando poções a ele. – Sabrina disse terminando de avaliar o ferimento na cabeça de Snape. – Severo, tome cuidado pelas ações que irá tomar tendo apenas meias lembranças para que não se arrependa no futuro.
- Obrigado Srta. Reckelberg. – Ele disse ao mesmo tempo em que entregava a ela o pequeno Ted.
- Ah, antes que eu me esqueça, tenho algo para te devolver. Espere só um minuto.
Ela colocou Ted em seu berço e foi em um dos armários para procurar algo.
Retornou até Snape com algo em suas mãos e entregou a ele.- Isto é seu. Estava usando-o no dia em que se feriu, mas tive que retira-lo para te examinar. O guardei para te entregar.
Ele olhou para o objeto em suas mãos ficando ainda mais confuso.- Quanto às dores de cabeça que está sentindo... – Sabrina concluiu. – Em seu estado é normal que ocorra toda vez que uma memória voltar.
Ao sair da ala hospitalar, Severo retornou diretamente a seus aposentos e assim que se sentou em sua poltrona, tirou de seu bolso o objeto que Sabrina o entregou.
O sonserino ficou algum tempo examinando-o. Nada fazia sentido para ele.- Por que eu tenho um colar com o brasão da casa que tanto odeio?
Ele então percebeu que além do leão e as cores vermelho e dourado, no colar havia a letra G e ao examinar minuciosamente percebeu que havia outra letra antes do G, mas ela estava apagada, sendo impossível de ler.- Devo usar isto? – Ele se perguntava ainda examinando o colar. – Se o usava antes, talvez me ajude a lembrar de algo se o usar novamente.
Snape levantou-se e ficou em frente ao espelho se observando por algum tempo.
Quando estava prestes a colocar o colar, sentiu novamente a dor insuportável em sua cabeça e várias lembranças invadiram sua mente.
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Por que tem que ser você?
Roman d'amourUma história antes, durante e após a guerra. Tudo seria tão simples se amassem outras pessoas... Muitos obstáculos surgirão para destruir esse amor: guerra, pessoas, e até eles mesmos. Severo Snape e Hermione Granger enfrentarão tudo para que o amor...