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EuTeAmo.com | sete.

06 de novembro – Terça-feira
Assunto: Perdi um grande amigo.

Querido Matthew,

Desculpe o mau jeito, mas aconteceu algo muito triste que me deixou muito chateado. Escrever este e-mail talvez me ajude a desabafar e a me sentir um pouco melhor.
Perdi um grande amigo nesta semana.

A notícia da morte do Sr. Walsh chegou no domingo passado, um pouco depois que terminei de comer meu café da manhã na casa do Thomas. Havíamos combinado de passear no shopping e depois assistir a um filme no cinema junto com a Nina, mas cancelamos tudo antes de começarmos a nos arrumar para sair.
Eu não conseguia parar de chorar. Fiquei deitado na cama do Thomas abraçando um dos travesseiros por horas. Eu não podia acreditar que o Sr. Walsh estava morto, pois ele estava dando sinais de melhora e até tínhamos feito planos de comer hambúrguer novamente.

— Quando será o enterro? — perguntou Thomas, depois de conseguir me acalmar com um copo de leite.

— Acho que na próxima quarta-feira — respondi, colocando o copo vazio na mesa de cabeceira.

— O que vai acontecer com o Cyber e seu emprego? — perguntou, me puxando delicadamente para me abraçar.

— A irmã do Sr. Walsh disse que vai assumir a partir de segunda-feira. Ela me deu folga até resolver tudo.

Matthew, você sabe que não gosto de funerais e de perder pessoas próximas a mim, seja para a vida ou para algo tão inevitável quanto a morte. Você sabe que tenho um problema sério relacionado a isso.

Os pais do Thomas me convidaram para ficar alguns dias na casa deles, pois viram que eu estava arrasado com a morte do Sr. Walsh e concordaram que Thomas era a melhor companhia que eu poderia ter para me sentir melhor. Minha mãe concordou, mesmo preocupada com meu estado de saúde. Ela sabe que assuntos como esse podem me dar gatilhos e me fazer ter uma recaída...
Não quero mais falar sobre isso, Matthew. Você sabe e entende o motivo de eu evitar esses assuntos. Apenas saiba que combinei de ficar na casa do Thomas até quinta-feira à tarde.

Na segunda-feira, Thomas e eu não fomos para o colégio. Concordamos em ficar em casa fazendo atividades que poderiam me animar. Até agradeci as tentativas dele de levantar meu astral, mas eu não conseguia sorrir e nem esquecer o clima e o luto que eu estava sentindo. Sem opções, ficamos deitados a tarde toda assistindo a filmes e comendo os doces que o pai do Thomas comprou.
Decidimos ir ao colégio hoje, pois concordamos que seria uma boa distração. Eu também tinha que passar no Cyber Café depois das aulas para conversar com a irmã do Sr. Walsh sobre como, e quando, as atividades da loja voltariam ao normal.

De alguma forma, a qual ainda desconheço, a notícia da morte do Sr. Walsh chegou ao Arthur e os demais garotos do time de basquete. Fiquei um tanto quanto surpreso e sei que você ficará também quando o time todo me abordou no intervalo.

— Como você está, Alec? — perguntou Zach, sentando a meu lado na mesa que eu estava com Thomas e Nina.

— Estou bem — respondi, confuso e um pouco envergonhado.

— Saiba que você pode contar com a gente para o que precisar — disse Asher, capitão do time.

— O Alec está precisando de muito apoio neste momento — disse Thomas. — Obrigado por se preocuparem.

Por que o time de basquete se importou comigo? Passei a noite toda calado na festa do Zach e não lembro de ter conversado com qualquer um dos rapazes do time. Claro que estou feliz e agradecido pela atitude que os garotos mais populares do colégio tiveram com um novato como eu, mas aquela situação me deixou bem confuso.
Depois de algumas palavras de incentivo e carinho, Zach levantou do banco e se afastou com os outros membros do time. Thomas e Nina também saíram da mesa para buscar alguma coisa para beber antes de voltarmos para as últimas aulas. O único que continuou sentado à mesa comigo foi Arthur, que não parava de mexer no celular.

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