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EuTeAmo.com | dez.

11 de novembro – Domingo
Assunto: O certo é tomar, chupar ou comer sorvete?

Caro Matthew,

Não sei se isso é possível, mas neste momento eu diria que estou feliz e triste ao mesmo tempo. A felicidade e a tristeza têm o mesmo nome e sobrenome: Arthur Arthit. Eu sei que devo te deixar revoltado com esta história, pois você não quer me ver sofrer por um garoto hétero. Também sei que seu maior desejo, algo que você me falou no último dia que passamos juntos, é me ver com alguém que me ame e me respeite. Apesar de sabermos todas as regras e consequências do meu sentimento pelo Arthur, estou disposto a correr o risco. Estou disposto a abrir meu coração para ele mesmo sem ter nada em troca. Juro que vou me contentar apenas com a amizade dele de agora em diante.

No sábado à tarde, acompanhei Phillip até a casa do Sam para ajudá-lo com o que ele havia me pedido na sexta-feira passada. Achei que Phillip estava exagerando quando disse que Sam reagiria de uma forma extrema e negativa, mas constatei que não era um exagero depois de presenciar a briga dos dois.
Sam não parava de chorar e gritar pela casa o quanto odiava Phillip pela traição e por ter tomado três anos da vida dele. Phillip, que já tinha ido embora, me mandava mensagem de dois em dois minutos perguntando se estava tudo bem e se era necessário que ele voltasse para me ajudar com alguma coisa. Danna, irmã do Sam, continuava no quarto dela ouvindo música alta, pois ela falou que não tinha a mínima paciência para lidar com aquele tipo de situação.

Sam não parou de me contar coisas horríveis sobre o Phillip. Qualquer um que ouvisse o que Sam dizia, pensaria que Phillip era um dos piores monstros que já existiu na terra. Por um lado, eu compreendia o sofrimento dele, pois não deve ser fácil saber que você foi traído depois de dedicar sua vida a alguém de forma tão intensa quanto Sam dedicou ao Phillip. Por outro lado, eu entendia os motivos que Phillip teve para terminar, pois todos os desabafos do Sam me deram uma noção do quanto ele era sufocante e possessivo com Phillip.

Matthew, eu gosto de escutar os problemas dos outros. Acho que ouvir desabafos faz eu me sentir melhor em relação aos meus próprios problemas. Enquanto eu escutava Sam reclamar do Phillip e da sua própria vida, comecei a sentir um estranho alívio e prazer pessoal. Sei que isso é estranho e pode parecer insensível da minha parte por conta do drama que Sam estava passando, mas saber que outras pessoas têm problemas faz os nossos parecerem pequenos, e nos dá a sensação de que não estamos totalmente sozinhos com nossos demônios.

Filosofei agora, né?
Pode me socar na próxima vez que nos virmos.

O domingo finalmente chegou. Passei a manhã toda me arrumando para meu "encontro" com o Arthur. Coloquei minha melhor roupa, usei meu melhor perfume – o único que tenho – e deixei meu cabelo impecável.
Minha mãe estranhou minha movimentação e meu excesso de vaidade. Antes que eu saísse de casa, ela me abordou em meu quarto e se colocou à frente da porta para impedir minha passagem.

— Quero saber o nome dele — disse ela, cruzando os braços.

— Dele quem? — perguntei, tentando disfarçar.

— Dele quem? — perguntei, tentando disfarçar

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