Lagos

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Narração – Steve Rogers

     Nos encontrávamos em Lagos, Nigéria. Wanda e Florence dividiam a mesa e fingiam serem civis normais, conversando aleatoriamente, tentando encobertar nossa missão. Minha jornada para encontrar Bucky ainda continuava em pé, mesmo tendo se passado um ano e meio desde aquela explosão que ele causou em nosso carro.

 - Tá legal, o que estão vendo? – Perguntei no comunicador, sabendo que Natasha estava na mesa ao lado da delas.

 - Policiais com patrulhas normais, poucos homens, ruas silenciosas – Wanda dizia vagamente, observando cada detalhe – É um bom alvo.

 - Tem um caixa na esquina ao sul, significa? – Perguntei.

 - Câmeras – Respondeu Florence, o ar levemente distraído.

 - As duas ruas são de mão única – Afirmei.

 - O que comprometem as rotas de fuga – Concluiu Wanda.

 - Nosso cara não importa ser visto, não tem medo de criar confusão por onde passar – Bassan respondeu.

     Natasha começou a nos informar sobre o automóvel blindado, enquanto Wanda gostaria de mover coisas com a mente dela, o que Florence dispensou a ideia antes mesmo de eu pensar sobre o caso; Sam estava pelo telhado, observando o perímetro melhor, suas assas mecânicas haviam sido recriadas, mais potentes. Voltei a chamar a atenção deles para quem realmente importavam, os alertando para focar no caminhão de lixo, algo muito errado estava acontecendo ali. Sam utilizou sua câmera que voava em um pequeno instrumento e avisara que o caminhão estava com um peso fora do normal, assim como o motorista estava armado.

     Enquanto as meninas chegavam à conclusão, as mandei irem atrás do suspeito, que não iria atacar a polícia. O caminhão invadiu a entrada do Instituto de Doenças Infectantes, o motorista havia saltado segundos antes e concreto voou para toda parte, onde caminhões amarelos adentraram o local, cheio de soldados armados. Consigo chegar a tempo de impedir alguns, assim como Florence, Sam e Wanda, mas sabia que pelo menos meia dúzia já haviam adentrado o instituto. Avisei Wanda para me ajudar entrar pelas janelas, o único jeito, pois a porta estava impossibilitada e eu nunca chegaria a tempo. Uma espécie de veneno havia sido injetado no ar, verde, onde os soldados estavam preparados com máscaras respiratórias.

     Atirei no primeiro que encontrei, o lançando diretamente para a parede. Meu escudo sempre foi de grande ajuda, apaguei um cara e me protegi de tiros de metralhadora com o mesmo. O ar dispersava e estava com algo vermelho entre o verde, o que supostamente era Wanda: Florence havia feito um bom trabalho com ela; eles haviam conseguido pegar a arma biológica, o que os avisei pelo comunicador bem a tempo de Natasha chegar em sua moto. Ao encontrar a saída, vejo a Viúva Negra cair perto de uma explosão em um dos caminhões e tiros vem em minha direção, me fazendo absorver o impacto com o escudo e invadir o cômodo.

     Caio no chão, em uma queda feia, avisando que eles haviam partido.

 - Eles estão deixando o veículo – Florence grita, seguido de algo se chocando.

 - Sua posição, Florence?! – A perguntei, seguido de um chiado.

 - Digamos que eu peguei uma carona – Ouvi um riso em sua voz – O grandão é meu!

 - Estou vendo quatro e estão se separando – Avisa Sam.

 - Eu pego os dois da esquerda – Natasha informa.

     Algo enrosca em meu escudo e o jogo para cima, vendo um corpo voar a centímetros e cair em uma barraquinha, Bassan. O soldado acerta o meu rosto, me fazendo cair, onde a morena pula em suas costas e eu o acerto com golpes manuais, justamente quando ele solta uma lâmina do seu antebraço direito, tentando me acertar. Desvio da lâmina que enrosca na parede e ela joga seu corpo para trás, ambos vão para o chão e um ricochetear na lâmina me agonia. Ele rola pelo chão e a vejo caída, com a barriga sangrando; ela faz um movimento com a mão, dizendo que estava bem e caminho até ele, descobrindo que o comprador era nada mais que Bucky.

     Enquanto ele me enchia de baboseiras, só a via gemer de dor ao meu lado, não sabendo em quem focar a minha atenção. Ele se alto explode e Wanda chega ao nosso lado, nos salvando da explosão, a lançando para o alto, atingindo um prédio cheio de civis. Seus olhos se lacrimejam ao perceber o que fez: salvou nossas vidas tirando outras e eu apenas a observo, enquanto Sam pousa e pega Florence nos braços.

***

     Bassan está na enfermaria do complexo quando o adentrei, Visão havia enfaixado seu abdômen e ela repousava, o olhar sobre o teto descendo lentamente em minha direção.

 - Tony deve estar em uma palestra – Me encara enquanto puxo uma cadeira e sento ao seu lado – Deve estar dando a chance de possibilitar o projeto de alguns estudantes agora.

 - O que a culpa não faz – Suspiro – Wanda está arrasada quando passei no quarto dela.

 - Todos estamos – Ela concorda – Desabafou com ela sobre o que ouviu de Bucky? – Assenti com a cabeça; sabia que ela se sentia mal por não a contar sobre isso, mas seria muito para ingerir em um dia só.

     Visão adentra a enfermaria, nos assustando. Florence o encara e se senta com muita dificuldade, na qual Visão a segura pela cintura e abre a atadura, vendo já uma cicatriz esbranquiçada, semelhante quando a Hydra invadiu a base onde apenas nós dois estávamos.

 - O Capitão Rogers quis saber quando o senhor Stark chegasse – Ele disse por fim.

 - Obrigado, já vamos descer – Ele concorda lentamente – Não se preocupe, a ajudo chegar até lá.

 - Acho que dessa vez vou usar a porta – Visão possuía uma inocência e Florence adorava isso nele – E aparentemente ele trouxe um convidado.

 - Nós sabemos quem é? – Pergunta Florence, escorando o braço por sob meus ombros.

 - É o secretário de estado – Visão nos olha preocupados.

     Havia a questão que mais me preocupava ali, enquanto o secretário falava: Florence. Ela havia sido reconhecido como uma vingadora e isso resultou em cientistas e até os militares quererem saber como funcionava a viagem entre dimensões, mas Tony sempre a livrava desse fardo.

 - O mundo deve aos vingadores uma divida imensurável – Disse por fim, depois de relatar a vida dele – Vocês lutaram por nós, nos protegeram, se arriscaram, mas enquanto muitas pessoas os veem como heróis, existem aqueles que preferem o termo vigilantes.

 - E qual termo o senhor usaria, senhor secretário? – Pergunta Natasha, com uma sobrancelha arqueada.

 - Que tal perigosos? Como chamariam um grupo de aprimorados, residentes americanos, que rotineiramente ignoram as fronteiras internacionais e forçam sua vontade, onde quer que vão e francamente parecem despreocupados com o que deixam para trás – Ele da uma pausa e encara o telão – Nova Iorque, Washington D.C., Sokóvia, Lagos.

     Faltavam nossos amigos naquela mesa, entre eles Clint, Bruce e Thor. Vi o tratado de Sokóvia ser posto na mesa e o discurso continua, afirmando que devíamos deixar de sermos uma organização privada. Stark e eu nos entreolhamos e Florence suspira lentamente, agradecendo pelo secretário ter ido embora; estávamos dispostos e espalhados pela sala, os oito vingadores que ainda estavam reunidos: Máquina de Combate, Sam, eu, Visão, Natasha, Wanda, Tony e Florence.

 - O secretário Ross tem uma medalha de honra do congresso, uma a mais do que você – Insistia Rhodes para Sam.

 - Digamos que a gente concorde com esse negócio, quanto tempo vai demorar até nos rastrearem como se fossemos criminosos comuns? – Diz Sam .

 - 117 países querem assinar isso –Rhodes retrucou – 117 e você fica "Não, a gente dá conta".

 - Por quanto tempo vai jogar nos dois lados?

 - Eu tenho uma equação – Respondeu Visão.

 - Ah, agora vai esclarecer tudo – Afirmou Sam.

 - Meninos, silêncio – Raiou Bassan – Continue, Visão..

 - Obrigado, senhorita Bassan. Nos oito anos desde que o senhor Stark se anunciou como o Homem de Ferro, o número de pessoas aprimoradas conhecidas cresceram exponencialmente e durante o mesmo período, o número de eventos como potencial fim do mundo subiu em uma taxa notável.

 - Tá dizendo que a culpa é nossa? – O observei.

 - Ele está dizendo que pode ser uma consequência – Florence me encarou.

     Tony estava acabado com tudo isso, chegou a surtar e nos contar de Charles, que foi morto em Sokóvia, que estava construindo casas para pessoas sem condições por lá. Viúva concordava com Tony em assinar o documento, o que gerou uma pequena confusão.

     Recebi uma mensagem de texto que abalou todos os meus sentimentos: minha doce Peggy Carter havia falecido. Corri para igreja que ela iria ser velada e ouvir Sharon, sua sobrinha, discursando, destruiu o meu coração; Florence havia chegado quando todos haviam ido embora, avisando que ela e Natasha iriam a Vienna.

 - Quando eu fui descongelado, pensei que todos que eu conhecia estivessem mortos. Ai eu descobri que ela estava viva, tive sorte por ainda tê-la.

 - Ela teve sorte por ainda ter você – Colocou a mão sobre meu ombro .

 - Quem mais assinou? – Questionei.

 - Tony, Rhodes, Visão.

 - Clint? – Perguntei.

 - Ele disse que se aposentou – Deu um pequeno sorriso de lado.

 - Wanda?

 - Está pensando.

 - Você? – Ela suspirou fundo e encarou o altar da igreja.

 - Só porque é um caminho de menor esforço, não quer dizer que é um caminho errado. Ficarmos juntos é mais importante do que como ficamos.

 - Do que vamos abrir mão para isso? Me desculpe, Floren, não posso assinar.

 - Eu sei.

 - Então por quê está aqui?

 - Eu não queria que ficasse sozinho. Sei como Peggy é importante para você, mas não precisa carregar esse fardo – E por fim ela me abraçou, enterrei meu rosto na curva de seu pescoço e por um momento, quase a impedi de ir.

Continua...

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