Narração – Florence Bassan
Eu estava no Queens, um dos famosos bairros de Nova Iorque, ainda na missão de proteger e vigiar Peter Parker e como consequência de minha aparência juvenil, eu seria a nova estudante de seu colégio. Tony havia me dito que tentou recrutar o Homem Aranha depois da guerra civil para os Vingadores, mas ele recusou, afirmando que seu lugar era ali, ajudando as pessoas de sua vizinhança que realmente precisavam mais; era um gesto nobre e adoraria ver a reação do Homem de Ferro ao ouvir isso, mas ele teve um bom coração em que o adolescente ficasse com o uniforme que ele havia modificado.
O apartamento que eu ficaria seria um andar acima do dele. Meu rosto estava ainda mais jovem, já que parei de envelhecer com mais de vinte anos; a máscara me davam olhos castanhos e lábios mais carnudos, sem qualquer sardinha e covinha que eu tinha. Meu cabelo estava loiro e preso em duas tranças que caiam pela frente do meu corpo, o shorts jeans e o coturno preto davam uma boa visão de minhas pernas e a blusa de alcinha rosa estava encoberta por uma jaqueta velha de couro marrom, gasta.Uma caixa de papelão se encontrava em minhas mãos, com meus pertences falsos e os agentes da S.H.I.E.L.D. disfarçados estavam carregando móveis para dentro do lugar. Caminhei em direção a escadaria, já que o elevador estava propositalmente ocupado e com meu porte atlético, saltava em degraus de dois em dois. Me senti chocar-se contra um corpo e fiz de propósito em não manter o equilíbrio, sentindo mãos me segurarem pelos ombros, dando de cara com um garoto.
Seus cabelos castanhos caiam pelos olhos da mesma cor e um sorriso involuntário surgiu, Peter Parker. Me lembrava que não podia demonstrar que o conhecia, então atônita, ele me ajudou a se recompor no degrau e corou.
- Opa, você está bem? – Colocou as mãos nos bolsos da calça jeans e disfarçadamente observou os conteúdos da caixa: alguns discos antigos, maquiagem e algumas peças de roupa, mas debaixo de tudo isso, uma arma calibre trinta e oito, caso algo saísse do imprevisto.
- Estou, estava distraída, me desculpe – Segurei a caixa com uma mão – Prazer, Sierra Carpenter.
- Peter Parker – Seu aperto de mão foi suave e confiante, ocultar sua vida dupla deveria ser difícil – Você quer ajuda? Essa caixa me parece pesada.
- Sério que faria isso? – Ele concordou – Não quero tomar o seu tempo, estava indo para algum lugar?
- Na verdade, estava indo fazer um trabalho na escola, mas alguns minutos não farão falta.
- Então sendo assim – O entreguei a caixa e subimos as escadas, até chegar ao meu apartamento, lá, encontramos um agente vestido de terno dando instruções, ele sorriu ao me ver e eu fiz o mesmo, nunca tendo o visto antes
- Sierra, minha filha, vejo que fez um novo amigo – Ele veio até nós, entendo a mão para Peter. Seu cabelo era loiro e olhos verdes, não aparentava ser tão velho e não passava dos trinta e nove anos – Chad Carpenter e você é?
- Peter Parker, senhor Carpenter – O menino tentou parecer confiante, mas sua mão deu uma leve tremida.
- É um cavalheiro, senhor Parker – Eu peguei as minhas coisas o agradecendo e pedi para que o garoto me acompanhasse, enquanto Chad prepararia algo para comermos.
- Uau! Esse é o seu quarto? – Ele estava fascinado e tenho que confessar que até eu. O chão era coberto por carpete rosa, assim como as paredes, mas sabia que não era isso que ele tinha gostado tanto; uma das paredes era encoberto com o sistema solar e as demais tinham pôsteres da tabela periódica e de alguns químicos como Marie Curie, Antoine Lavoisier e até mesmo físicos, como Albert Einstein, Isaac Newton, Galileu Galilei e Arquimedes. Algumas fórmulas espalhadas pela parede.
Eu tinha uma estante só de livros com química e física, assim como uma só para romance e ficção. Uma pequena vitrola, um globo terrestre e o teto era pintado com estrelas; por um momento eu queria ter tido realmente tudo aquilo, um quarto só meu e até mesmo um dos meus pais. Alguns flashbacks apareceram em minha mente, das vezes em que eu dormia algemada em uma cama com um colchão todo rasgado na Hydra; de como a S.H.I.E.L.D. estava me jogando aos lobos, sem saber se eu voltaria com vida.
Tentei não demonstrar o quanto aquelas lembranças pareceram me afetar, apenas sorri e concordei com a cabeça. Uma folha chamou a atenção de Peter e percebi que eram os meus cronogramas de aula.
- Que massa, vamos ter aula de cálculos e literatura juntos – O observei colocando o papel no lugar.
- Estou nervosa – Menti – Vão me olhar como se fosse um alienígena no meu primeiro dia. É sempre assim quando papai e eu nos mudamos.
- Ele trabalha com o quê?
- Ele é contador, sabe – Dei de ombros – Às vezes precisamos nos mudar para lugares que realmente um contador faz falta. Mas agora ele quer se estabilizar por essa área.
- Hey, Sierra, fique calma, ok? – Ele parou de mexer nas coisas e se voltou em minha direção – Você tem sorte que vai começar no início do ano letivo, posso te introduzir ao meu grupo de amigos.
- Isso seria maravilhoso, eu sempre acabava sozinha nas mesas dos antigos refeitórios.
- Não vai acontecer isso aqui, tudo bem? Mas agora eu realmente preciso ir – Concordo lentamente com a cabeça e o espero sair do apartamento para dar as instruções, já com uma nova troca de roupa posta. Chad mordiscava o lanche, que Peter recusara ao sair.
- Tudo bem, pessoal. Irei o seguir e darei instruções mais em breve – Encaro Chad, alterando o perfil da minha máscara e tirando aquela peruca horrível e deixando o meu cabelo em um coque, colocando uma franja falsa – Como estou?
- Uma mulher de negócios – Concordo, colocando óculos escuros e indo para a janela que dava para o beco – Não seria mais fácil sair pela porta?
- Não acredito nisso – E salto, aterrissando em uma caçamba de lixo aberta. Por alguns segundos me xingo mentalmente por não ter feito a melhor opção, mas isso poderia ter consequências, então saio dali e caminho normalmente pelas ruas.
Coloco o telefone no ouvido, fingindo estar em uma ligação. Os óculos que estavam em meu rosto era uma das tecnologias de Tony, que tinha conexão direta com meu ouvido, onde ficaria atenta as rádios policiais e me davam a localização do adolescente, graças ao seu uniforme quando era ativo e ele estava ligado agora, a umas quatro quadras a frente, onde um assalto ao banco estava acontecendo.
Eu podia ouvir vidros sendo estilhaçados e uma explosão invadir os meus ouvidos, enquanto me aproximava cada vez mais do local; tentava me convencer para não o ajudar, pois isso estragaria meu disfarce e assim que me aproximei, carros de polícia montavam guarda impedindo que pessoas passassem, mas isso não as impedia de assistir.
Um dos bandidos encapuzados estava com uma teia de aranha em seu corpo, pendurado a uns dois metros do chão em uma parede do lado oposto da do banco, podia ouvir Peter fazer comentários engraçados sobre os outros dois que tentavam lutar com ele dentro do prédio e quando estou prestes a me aproximar mais, meu telefone toca, com o nome e a foto de Tony na tela. Levo o aparelho até meu ouvido e lentamente atendo.
- Oi – Digo seca.
- Floren, preciso que você venha até a torre experimentar o seu vestido para semana que vem, é urgente – Ele se dirige a inteligência artificial – Friday, rastreie o celular dela e mande Happy a buscar.
- Isso é sério, Tony? – Um pingo de irritação encobre minha voz.
- Eu estou com saudades, tampinha. E seu vestido é mais importante do que o que está fazendo agora? – Ligo o vídeo da ligação e ao perceber que a câmera estava virada para meu rosto, viro para o lugar - Gostei do disfarce, esse faz se parecer com a Hill – Diz sarcástico – Happy já está a caminho, espere na padaria que tem a duas quadras dai e, ah, me traga aqueles bolinhos de baunilha que tanto gosto, com algumas rosquinhas, é claro.
E desliga o telefone, me deixando um tanto quanto frustrada.
Continua...
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Capitão América: O Multiverso
Fiksi PenggemarNosso querido e amado planeta Terra não estaria preparado para mais um evento marcante que mudaria a sua história. Além de alienígenas, deuses enlouquecidos, um super soldado de outra época, assassinos altamente treinados, uma fera verde que poderia...