A Festa

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Narração – Steve Rogers


     Sokóvia, uma cidade na qual restava uma das bases da Hydra. Dirigia a minha moto ultrapassando alguns dos vingadores que lutavam ao meu lado; suas mãos seguravam a minha cintura com força conforme avançava. Já estávamos no ápice da luta, não podia acompanhar meus amigos em ação, tinha que permanecer focado. Senti seu corpo tomar impulso, erguendo o tronco e com pistolas em ambas às mão atirava, sua espada estava embainhada e o meu escudo estava bem encaixado em suas costas, formávamos uma bela dupla.

     Florence estava com um uniforme semelhante ao de quando a encontramos, era colado ao seu corpo com uma tonalidade azul, uma estrela com duas listras em ambas as partes, uma bota de cano alto vermelha , luvas de couro na mão, um cinto marrom que pendia em sua cintura e aquele apetrecho no rosto, que ela não abriu mão por um segundo sequer.

 - Droga – Tony chiou no comunicador enquanto tentava invadir a base, sua armadura se chocando contra um campo magnético azul.

 - Olha a língua – Retruquei e por um momento Florence engasgou, seu reflexo no espelho estava com um sorriso de canto, que ela tentava o apagar para se concentrar.
- J.A.R.V.I.S. como é a vista ai de cima? – A morena as minhas costas perguntou, mantendo o equilíbrio.

 - A construção central é protegida por um tipo de escudo de energia, a tecnologia do Stroker é maior do que em outras bases da Hydra que invadimos – Disse a voz robótica em nossos ouvidos.

     Saltamos da moto enquanto Stark reclamava de que eu tinha o advertido, segurei o cano da moto a tempo de a lançar para frente, na qual atingiu um veículo que transportavam soldados, tendo tempo de ver Bassan rolar pelo chão e se levantar; Tony mandava robôs para acalmar os civis, enquanto tentava destruir a barreira. Natasha nos avisara que Clint estava seriamente ferido, me fazendo pensar na possibilidade de Florence recuar, mas ela apenas fez um movimento com o braço, recuperando o meu escudo da qual dividíamos e se aproximando de Thor, que estava ao meu redor. O loiro ao nosso lado se encarregou de levar Clint ao jato, nos mandando junto com Stark recuperar o cetro; Thor atingiu o escudo com Florence que deteve o impacto mal se mexendo, fazendo milhares de soldados caírem desacordados, ficariam com uma bela dor de cabeça quando acordassem.

 - Tudo sobre controle aqui – Noticiou-nos Natasha.

     Informei para que ela fosse até Banner e cantasse a canção de ninar e Florence me respondeu apenas com uma careta.

 - Barão Stroker – Ela disse antes mesmo de eu adentrar o recinto, a ironia transbordava sua voz – O capanga número um da Hydra.

 - Tecnicamente eu sou um capanga da S.H.I.E.L.D. – Respondeu ele, erguendo lentamente o queixo – E quem é você, uma espécie de duble do Capitão América?

 - Na verdade, estou acima de seu conhecimento – Ela deu um sorriso

 - Então tecnicamente está desempregado – Conclui – Onde está o cetro do Loki?

    Enquanto batíamos boca uma garota apareceu, seus dedos chamuscavam em uma coloração avermelhada, me fazendo cair pelas escadas e lançando Florence contra uma das janelas. Ouvi portas de ferro se fechando e um pisar forte no chão, em seguida encontrei Bassan chutando a porta, o metal se dobrava contra sua força.

 - Temos um segundo aprimorado, dessa vez uma mulher, não ataquem – Ordenei.

 - Terá que ser mais rápido – Estava prestes a pisar em meu escudo, quando a morena da um giro e acerta o pé bem no rosto do barão, o fazendo cair, junto ao seu óculos de um olho.

 - Que foi? – A encarei sádico – Ele fala demais – Deu de ombros e saiu do ambiente, arrastando o barão pelas escadas como se fosse um saco de batatas.

 - Pessoal, achei o Stroker – Avisei-os, a seguindo.

 - E eu achei uma coisa maior – Avisou Tony.

     Banner estava ouvindo ópera enquanto nosso jato sobrevoava as nuvens, eu ajudava Clint e Thor nos observava, enquanto Tony e Florence pilotavam o avião e Natasha caminhava até nós.

 - Quer assumir o volante ou posso deixar J.A.R.V.I.S. no comando? – Ouço Tony dizendo e a vejo balançando a mão, o dispensando. Ela havia se afastado um pouco de todos, estava focando mais em nossas missões, mas mesmo assim tinha o mesmo senso de humor que Tony e não ficava em silêncio o tempo todo; às vezes a comparávamos como uma Stark evoluída.

 - Legal, né? Você queria isso desde que a S.H.I.E.L.D. entrou em colapso. Eu gosto das nossas missões em equipe, mas... – Thor interrompeu Tony.

 - Não, mas isso encerra tudo.

 - Assim que descobrirmos para que isso foi usado, não falo apenas de armas, desde quando Stroker é capaz de aprimoramento humano? – Questiono.

 - Stark, Benner e eu o examinaremos antes de o entregar para Asgard. Está tudo bem, Thor? – Florence aumentou a voz.

 - Serão só alguns dias antes da festa de despedida, vai ficar, não vai? – Tony finalizou, recendo a resposta do loiro.

     Todos compareceriam a festa, inclusive Florence, que Stark passou o resto da viagem discutindo e tentando a fazer mudar de opinião, onde finalmente cedeu. A nave pousou na torre Avenger, antiga torre Stark e enquanto conversava com Maria Hill, acompanhava de canto de olho Bruce, Florence e Tony discutindo alguma coisa.

***

- Florence só pode estar de brincadeira – Reclamou Stark se aproximando de Thor, na qual o loiro entregava uma bebida envelhecida e alienígena para minha pessoa – Vou atrás dela agora – Virei o copo com a bebida, mesmo sabendo que nunca poderia ficar bêbado e segurei o braço do Homem de Ferro, o fazendo me olhar confuso.

 - Pode deixar que eu vou – Entreguei o copo para ele e me direcionei ao corredor dos quartos.

     O barulho era abafado pelas paredes acústicas e quanto mais me aproximava do quarto dela, mais meu coração batia rápido. Dei dois toques na porta e ela sussurrou um "entre" e assim eu o fiz; ela vestia um vestido que terminava nas coxas. A saia era rodada e branca e terminava com a parte de cima na cor preta; tinha um leve abrimento na barriga e se fechava, as alcinhas iam para trás, onde se entrelaçavam até a saia, deixando as costas toda nua. Calçava um salto fino preto e os cabelos estavam caídos em ondas, usava pouca maquiagem e o perfume exalava em minha direção.

 - Como estou? – Ela pergunto, se aproximando; a pele exposta estava arrepiada.

 - Está linda – Coloquei as mãos no bolso e ela sorriu, tímida.

 - Você também não está nada mal – Ela diz e entrelaça o braço no meu; eu vestia uma blusa azul bebê e uma calça social – Tenho certeza que foi Tony quem o mandou vir até aqui – Ouvi seu risinho.

 - Ele mesmo ia vir, mas não queria que estragasse a sua noite – Ela deitou a cabeça no meu ombro assim que fechou a porta de seu quarto e suspirou, inalando meu perfume.

 - Que cavalheiro.

     Todos voltaram sua atenção para nós quando pisamos no recinto, se silenciando. Stark caminhou até nossa direção e entregou uma taça com champagne para Florence e pegou um me oferecendo, assim que o garçom passou ao nossa lado.

 - Quero propor um brinde – Ela afastou seu braço do meu e suas bochechas coraram – Florence entrou por acaso em nossas vidas, demonstrando ser muito útil e depois de uma reunião entre os vingadores, decidimos que agora, essa baixinha aqui – Ele apoiou o cotovelo na cabeça dela, se escorando. Todos soltaram risinhos abafados – É oficialmente do time – Palmas ecoaram pelo lugar e logo ergueram suas taças.

     Ela estava se adaptando bem com os nossos conhecidos, Thor a apresentava neste exato momento para algumas pessoas e ela estava radiante. Me encostei no balcão de bebidas, conversando com Bruce.

 - É legal – Afirmei.

 - O que é legal? – Ele se virou lentamente, assim que Natasha saiu.

 - Você e Romanoff.

 - Não, nós... Aquilo – Ele começou a gaguejar.

 - Está tudo bem, ninguém está violando nenhuma lei aqui. É que ela não é uma pessoa muito aberta com os outros, mas com você ela fica a vontade.

 - Não, a Natasha só... Gosta de flertar.

 - Eu já a vi flertando. Bem de perto, não é desse jeito – Dei uma pausa – Olha, como a maior autoridade em esperar alguém por tempo demais, eu digo – O encarei e dei um sorriso confiante – Vocês merecem ser felizes.

 - Eu também acho legal – Ele me encarou e depois se voltou para Florence, que ria de alguma piada – Você sempre fica corado quando está perto dela – Apontou com o queixo.

 - O quê? – Comecei a rir – Claro que não, ela e eu somos apenas... – Ele me interrompe.

 - Amigos? Porque não parece na maneira que se olham – Me senti ruborescer e sai dali, ouvindo ele resmungar alguma coisa.

     Adentrei uma pequena sacada que havia ali e em seguida sinto uma mão em meu ombro, encarando os olhos claros de Bassan. Ela sorri angelicamente e se senta nos ferros que eu estava com as mãos escoradas.

 - Noite ruim? – Ela dá um gole em sua bebida, que havia sido trocada por um whisky.

 - Século ruim – A encarei, o batom ainda estava no lugar, nenhum borrado, o que me lembrava Peggy.

 - Não acho – Ofereceu-me o copo e eu aceitei – Depois de tudo o que aconteceu comigo em casa, me senti deslocada, como se lá não me pertencesse mais – Suspirou – Viajei muito por lá, entre dimensões, até chegar aqui, quase desistindo que pertencia a algum lugar. Mas aqui, aqui é diferente, me sinto novamente ligada a algo ou até mesmo a alguém, aqui eu voltei a ter esperança – Seu sorriso era de uma criança, os olhos brilhavam.

     Uma música lenta começou ao fundo, algo clássico e calmo, reconheci como Chopin. Sabia o que tinha que fazer, deixei o copo em um canto e me virei para ela.

 - Aceita dançar comigo, senhorita Bassan? – Ela me encarou e sorriu ainda mais, peguei sua mão e depositei um beijo nas costas da mesma.

 - Mas é claro, senhor Rogers – Minha mão percorreu sua cintura, em seguida segurei com a livre sua mão macia e ela repousou a outra sobre o meu ombro – Sabe, nunca me tiraram para dançar – A observei, nossos rostos estavam próximos, sentia sua respiração em meu pescoço.

 - Está me deixando ser o primeiro – Ela concordou e encostou a cabeça em meu peito.

Continua...

Capitão América: O MultiversoOnde histórias criam vida. Descubra agora