Me desculpem se houver erros.
CLARY
Olhei ao redor, tentando encontrar alguém conhecido em meio aquela multidão de casacos pretos.
Meu pai, Jon Lancaster, um grande empresário, dono de uma empresa muito famosa de advogacia havia falecido naquela manhã.
Voltei a olhar para a sua lápide, desistindo de encontrar alguém que me reconhecesse. Me encolhi ainda mais no casaco de lã, sentindo a todo momento um frio passar pela minha espinha. Aquilo simplesmente não podia ser real.
Minha mãe havia falecido durante o meu parto, então eu vivia sozinha com o meu pai.
Bem, quase isso, já que quase nunca o via. Ele sempre tinha compromissos e dificilmente parava em casa.
A ausência de um pai sempre martelava na minha cabeça, mas eu o amava. Jon fazia de tudo por mim e sempre que podia me dava atenção, mesmo que fossem por míseros dez minutos.
A minha guarda seria passada para um primo distante de meu pai, Thomas Willians, um empresário que eu havia conversado apenas algumas vezes durante festas e reuniões da empresa, nada a mais.
Um completo desconhecido.
Ele tinha três filhos adotados, já que a sua mulher não podia engravidar. Eu nunca os vi pessoalmente, apenas em algumas entrevistas que meu pai assistia ou lia nas manchetes de jornais.
Suspirei e fechei os olhos, deixando a minha cabeça pender para o lado enquanto sentia a brisa daquela manhã bater em meu rosto.
Levei um susto quando senti o toque uma mão em meu ombro. Abri os olhos e limpei as lágrimas que insistiam em escorrer. Encarei Thomas, meu futuro... Bem, eu não sabia ao certo o que ele era e nem como defini-lo a partir daquele momento.
- Já podemos partir, querida? Suas coisas estão todas prontas. - Thomas indagou com a voz suave.
- Sim... podemos sim. - Respondi ainda distante.
- Ótimo, ... - Pude ver a hesitação nos seus olhos castanhos. - Não gostaria de passar na sua antiga casa uma última vez?
- Não, obrigada, não quero mais voltar lá. - Sussurrei, sentindo a dor das lembranças voltarem à tona. - Bem, já que tudo está pronto, nós podemos ir? - Indaguei, e ao ver seu aceno positivo me virei, caminhando para o carro preto que nos esperava em frente ao cemitério sem me despedir de ninguém, afinal, ninguém sequer dirigiu uma palavra a mim durante o funeral a não ser Thomas.
Todos os negócios da empresa passariam a ele por escolha de meu pai. E quando eu completasse a maioridade receberia toda a herança de Jon.
Entrei no carro e fiquei esperando por Thomas, que se despedia de algumas poucas pessoas. Ele logo entrou no carro e deu as instruções ao motorista para que seguisse até o aeroporto.
Fiquei magoada, confesso, por ninguém falar comigo. Mas não podia culpa-los por nada, pois nunca estive em reuniões da empresa, algo que eu teria que fazer frequentemente de agora em diante. Eu receberia umas "lições" sobre tudo: como a empresa funcionava, como lidar com tudo, entre outros assuntos.
Seguimos em silêncio pelas avenidas de Atlanta. A dor em meu peito parecia aumentar a cada segundo que se passava, era como um aperto, um sufoco que não passaria tão cedo. Eu estava tentando ser forte, não demonstrar a minha dor para ninguém. Eu estava tentando ser feliz. Afinal, eu merecia.
Estávamos sendo acompanhados de mais dois carros pretos que eu acreditava ser a equipe de segurança de Thomas. Ele vinha se mostrando gentil, eu realmente queria me dar bem com minha nova família e retribuir tudo o que ele estava fazendo por mim.
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Amor à Três
RomanceCONCLUÍDA • Plágio é crime. • Qualquer cópia integral ou parcial, tradução, postagem ou afins sem a minha autorização será denunciado sem piedade Não recomendado para menores de 18 anos. • Dezembro 2016 - 40° lugar na categoria romance • Maio 2017...