XIX - Treinador Styles

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Olá leitores, sou eu a Anne, e estou me sentindo meio deslocada, o professor Harry me explicou como eu vim parar na Inglaterra, e também explicou o porque, me contando que a Ally tinha aprontado um monte. Até imagino por que... Ela não gosta de receber ordens. O único problema é que, por mais que a Ally tivesse aprontado um monte, não era pra mim ter voltado, pelo menos não agora. Eu queria que ela ficasse pra descobrir quem atirou em mim. Assim quem sabe eu poderia dormir em paz, mas agora... Depois que eu tomei o remédio tenho certeza que ela não vai voltar tão cedo. E eu provávelmente vou ser assassinada cruelmente pelas costas. To ferrada.
- Mas por que um Colégio militar?? Está tentando me matar?? - Indaguei frustrada e me levantei da cama, ficando frente a frente com o professor Harry que estava a todo tempo da explicação em pé, aliás ele ainda estava molhado, e pelo que me contou a culpa dele estar nesse estado é da Ally.
- Porque era uma boa desculpa pra te colocar num local mais seguro. - Explicou ele - E você não vai morrer só por fazer alguns exercícios, eu sou seu treinador, vou pegar leve com você bubé. - Esclareceu ele e deu um passo pra frente, eliminando a distância que havia entre nós.
- Mas eu vou cair, eu não consigo praticar exercícios, e vou ficar toda dolorida e machucada. - Tentei fazê-lo entender, mas eu não conseguia obter sucesso, então me afastei dele e me sentei na cama. Eu precisava de um plano pra me safar dos exercícios, um plano que preste... Droga, se a Ally estivesse aqui teria uma ideia boa, mas eu... Me sinto cansada demais çra pensar em qualquer possibilidade de um plano.
- Você vai sobreviver bubé. - Afirmou Harry e saiu da minha frente, indo até o guarda roupas - Eu vou tomar um banho quente, e daqui a pouco volto, está bem? - Avisou Harry e eu assenti, porém Harry pareceu ter ficado bravo. O que eu fiz?
- Use palavras. - Ordenou e eu engoli em seco, agora entendi.
- Sim senhor. - Respondi e ele foi até uma porta branca que havia no cômodo e então entrou, e enquanto entrava eu percebi que aquele lugar era o banheiro.
Sem ter o que fazer, eu simplismente subi na cama, e me deitei em cima do edredom, e assim acabei vendo o pote de sorvete. Fiquei parada por alguns instantes, até me cansar.
Eu não queria mais ver o sorvete, eu até gosto, mas eu não quero sorvete, nesse momento o que eu queria é brigadeiro. Mas eu não sei se aqui tem, e também não quero ficar andando pelo... Pelo que for o lugar onde eu estou no momento.
Tampei o pote de sorvete e coloquei sobre uma mesinha de vidro que havia no lado esquerdo do quarto, e então voltei a me deitar sobre o edredom. Não demorou muito pra começar a chorar, eu ainda não conseguia entender porquê meus pais me puseram nessa. Eles nem conversaram comigo depois que eu fui baleada. Nem quiseram saber se eu estou bem. Pelo menos eu não vi eles, e o Harry não falou nada sobre a Ally ter falado com eles, apenas contou que ela os viu, mas eles não disseram nada a respeito. Me encolhi na cama e coloquei o rosto num travesseiro, na tentativa em vão de tentar abafar o meu choro. Acho que meus pais não se importam comigo. Eles devem ter desgosto de mim, devem se sentir enojados pelo meu problema...
- O que você está fazendo ai bubé? - Indagou Harry e eu tirei o rosto do travesseiro para o ver. Ele estava com o cabelo molhado, sem camisa e usando uma calça moletom cinza. Com o semblante preocupado. Eu poderia ter respondido a sua pergunta, mas me limitei a enfiar a cabeça no travesseiro novamente e voltar a chorar. Logo depois senti as mãos dele, segurando o meu quadril e me fazendo virar para ele, agora na cama, sentado ao meu lado.
- Por que está chorando bubé? - Perguntou confuso e eu passei as costas da mão no rosto, tentando limpar as lágrimas.
- Meus pais, - Falei soluçando e Harry me puxou prum abraço, me fazendo sentir acolhida enquanto praticamente me puxava pro seu colo - E-eles se importam m-mesmo com-comigo? - Perguntei entre soluços e Harry me afastou um pouco para me olhar nos olhos. Mas nossos corpos ainda estava muito próximos, pelo fato de que eu estava de top, eu conseguia sentir o calor corporal de Harry, quase tocando na minha pele.
- Claro bubé, por que você acha que eles contrataram eu e o Wonho? - Perguntou Harry, mas a pergunta não era retórica, e eu tentei segurar o choro, os olhos verdes de Harry pareciam predatórios enquanto olhavam dentro dos meus, mas meu coração estava apertado dentro do meu peito.
- Você acha que... - Começei a falar mas fiz uma pausa voltando a soluçar, eu estava ficando nervosa, pensar que meus pais sentiam nojo de mim, doía muito, logo pra mim que amo tanto eles - M-meus pais... - Não consegui concluir, e então escondi meu rosto no ombro de Harry chorando.
- Calma bubé. Seus pais amam você, você é filha deles, e eles a querem manter a salvo, não precisa se preocupar. - Disse Harry tentando me confortar e eu senti a ponta dos seus dedos, subindo e descendo calmamente pelas minhas costas, desenhando círculos na minha pele. A culpa nem é minha de estar nesse confusão...
- A culpa é sua... - Sussurrei e Harry parou o que estava fazendo ficando rígido.
- Como assim bubé? - Indagou e então eu me afastei um pouco para olhar mo rosto dele.
- Se você não tivesse feito a Ally ir embora eu não estaria correndo tanto perigo agora. - Reclamei emburrada e senti as mãos de Harry escorregando pra minha cintura.
- Aquela delinquente não iria resolver nada. - Respondeu frio e eu sai do colo dele fechando a cara.
- Ela não é uma delinquente! Só estava tentando me proteger! - Rebati e Harry ficou sério.
- EU estou te protegendo, a sua personalidade impulsiva não fez nada pra te manter a salvo! - Retrucou Harry e eu senti minhas bochechas começarem a queimar, de raiva.
- Fez sim! - Protestei e escutei Harry bufar, eu não estava mais olhando pra ele, tinha virado o rosto.
- NÃO, ela não fez nada a não ser Me INFERNIZAR! - Rebateu Harry ríspido e eu dei um soco no colchão. O coração disparando.
- Com certeza você tentou mandar nela! A Ally não acata ordens de pessoas como você! - Retruquei brava sentindo meu sangue ferver, e Harry me pegou pelo pulso, me puxando na intenção de chamar minha atenção pra que eu olhasse pra ele, mas eu não me mechi. - ME SOLTA! - Gritei estressada, uma corrente de adrenalina estava se infiltrando nas minhas veias, e eu estava ficando com medo dele me bater.
- ABEIXE O TOM PRA FALAR COMIGO! - Bradou Harry com raiva e por impulso, quando ele gritou comigo eu me virei pra ele, estalando minha mão em sua face.
Eu estava sem reação, não estava acreditando no que tinha feito, mas Harry sim, e estava vermelho de raiva, os olhos esmeraldas pareciam que iriam me fulminar, e a veia em seu pescoço saltava continuamente.
- Você não devia ter feito isso. - Disse e então veio pra cima de mim.

Meus Queridos ProfessoresOnde histórias criam vida. Descubra agora