XII - 5° Dia de Aula/ Parte 3

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- Ssor! - Gritei alarmada quando vi o corpo de Wonho descer com rapidez, pensei que ele tinha caído, quando corri até a beira do terraço, o vi retornar para a muretinha com o rosto tomado por apreensão, parecia preocupado. Deve ser a culpa por ter traído a namorada...
Ele se sentou na mureta com as pernas voltadas pra dentro do terraço, e eu passei a mão na testa aliviada.
- Ssor, o que você tá fazendo ai? - Indaguei preocupada, será que ele realmente estava pensando em se matar?
- Anne por que você está aqui em cima? Cadê a Katrina? - Perguntou ele descendo da mureta e vindo até mim, suspirei de alívio por ele sair de lá. E prendi a respiração de nervosismo quando o cheiro tranquilizador do perfume dele invadiu o meu nariz, levantei o rosto para olhar em seus olhos, ele estava bem perto agora, e por ser mais alto que eu tive que olhar pra cima.
- Eu quero conversar com você.
- Não é uma boa hora para conversarmos Anne... - Ele começou a falar e eu o interrompi apreensiva sentindo meu coração disparar, ele estava tão perto de mim, estávamos afastados apenas por uns trinta centímetros de distância.
- Wonho! Eu sei que você está traindo sua namorada com o que fez hoje na piscina comigo, você me b..... - Minha língua travou quando eu tentei falar a palavra beijo, eu tava com muita vergonha, eu sou só uma adolescente, nunca pensei que lidaria com uma situação dessas, na verdade nunca pensei que eu conseguiria perder meu bv, e agora simplesmente descubro um monte de coisas loucas... Eu não sei nem como começar a falar pra terminar com tudo isso.
Mesmo assim o professor Wonho me pegou pelos ombros gentilmente e eu baixei a cabeça acanhada, mas ele insistiu e segurou meu queixo, me fazendo levantar a cabeça e olhar em seus olhos. Eu me perdi naquele olhar.
- Anne eu não tenho namorada. - Disse ele com um sorriso meigo e meu coração se derreteu, todo aquele peso sumiu e eu senti minhas bochechas corarem enquanto eu enrubescia instantâneamente.
- E então quem é Katrina? - Perguntei e antes que Wonho pudesse responder escutamos um barulho muito alto e de repente tudo escureceu e eu não conseguia enxergar nada. Quando consegui abrir os olhos de novo eu estava caída no chão, Wonho segurava meu braço esquerdo que estava muito molhado com alguma coisa, eu sentia que estava ardendo, mas eu me sentia zonza, estávamos perto da mureta outra vez, e eu não conseguia ouvir os barulhos ao meu redor, parecia que eu estava embaixo d'água. De repente tudo escureceu de novo.
Quando abri meus olhos outra vez eu estava no colo de Wonho, sendo levada apressadamente pra algum lugar, ele estava com uma arma na mão e estava mirando pra algum lugar do outro lado do terraço, mas eu não estava emxergando direito e nem conseguia compreender, só sentia meu braço arder muito, e Wonho o segurava como se estivesse tentando evitar alguma coisa. Foi quando toquei na mão dele porque estava doendo que eu entendi o que era aquilo. Meu braço estava enxarcado de sangue e Wonho estava tentando estanca-lo.
E tudo escureceu de novo.

Abri os olhos lentamente, minhas pálpebras pareciam pesadas demais pra mim conseguir levanta-las, mas mesmo assim eu me esforcei pra conseguir levantar. A primeira coisa que vi foi Wonho deitado do meu lado, acariciando o meu rosto.
- O que aconteceu? - Perguntei, minha voz quase não saiu, eu me sentia mais fraca do que pensava.
- Você levou um tiro. Fizeram uma emboscada e eu não percebi, e infelizmente você foi atingida. Mas já está bem, eu cuidei de você. - Explicou Wonho com uma voz calma e então se aproximou de mim me ajudando a me sentar na cama - Bebe um pouco de água, vai fazer bem. - Disse ele e então me deu um copo de vidro que estava cheio de água. Eu encostei as costas no peito de Wonho e ele me ajudou a tomar a água. Eu me sentia melhor do que antes, aos poucos eu conseguia me lembrar do que tinha acontecido no terraço, mesmo que parecia confuso.
- Por que eu levei um tiro? - Perguntei depois de ter bebido a água e Wonho me ajudou a deitar novamente na cama e se deitou ao meu lado voltando a me acariciar, só que no meu braço direito que estava enfaixado na parte superior. Muito bem enfaixado por que estava bem apertado. Mas não estava doendo, eu só sentia que estava dolorido. Mas não sentia mais dor que nem antes.
- Por que um mafioso quer um acerto de contas de uma dívida muito antiga, e por isso seus pais contrataram a mim e ao seu professor de biologia, pra protegermos você.
- Então vocês não são professores de verdade? - Perguntei confusa e ele negou, uma sonolência estava me consumindo dos pés a cabeça, eu não sei o que era, mas estava me deixando totalmente relaxada. - Por que tudo ao meu redor está ficando embaçado...? - Perguntei com a voz vacilando e Wonho se aproximou e depositou um beijo em minha testa.
- É o remédio que eu dei pra você melhorar, estava misturado na água. Descanse mais um pouco, depois que você acordar eu prometo que te conto tudo que você quiser saber está bem? - Perguntou ele gentilmente e me ajeitou na cama, me fazendo ficar mais confortável ainda.
- Tabom... - Respondi baixinho e minhas pálpebras pesaram até eu sentir que meus olhos se fecharam novamente.

Meus Queridos ProfessoresOnde histórias criam vida. Descubra agora