XXIII - Máfia

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.... Alana narrando....

Olá leitores, como estão? Eu sou a Alana, não exatamente uma mulher muito direita, mas inteligente o bastante pra usar qualquer coisa ao meu alcançe para transformar em veneno, a pena é que não estou muito bem no momento. A Anne me encrencou dessa vez, me trazendo bem no momento que desmaiou, e eu tive que esperar seu corpo trêmulo que parecia estar tendo espasmos, envenenado pelo medo, acordar para que eu pudesse entrar em ação. O que só aconteceu quando estávamos em outro país, e eu estava sendo jogada em cima de uma cama dura e podia sentir toda a dor do corpo ser acordada junto comigo no susto.
Quando a raiva passou pelo meu corpo, eu me limitei a levantar e sentar enquanto fulminava, analisando o cubículo imundo onde haviam me jogado. Era um quarto pequeno e sujo, parecia mais um galpão minúsculo do que um quarto. E só era considerado quarto pela cama dura e mal cheirosa que havia ali, sem contar o banheiro num canto escuro.
Não haviam janelas no quarto o que não me permitia saber se já era dia, mas pela quantidade de horas que passei desacordada e da maneira que me sinto fraca e mal alimentada consigo deduzir que já passaram várias horas desde o acampamento. Eu precisava saber onde estava e o que estava acontecendo.
- Ei, - Chamei o homem que estava na porta do quarto, me encarando irritado - Onde eu to? E que horas são? - Perguntei educadamente esperando uma resposta e ele revirou os olhos, como se não estivesse se importando e assim sendo, o cara mal encarado que havia me posto aqui saiu do cômodo sem dizer nada, fechando a porta sem interesse.
Bufei, memorizando seu rosto pra vingança futura, e já que não pretendia ficar ali parada esperando pela morte por envenenamento da bezerra, eu corri pro banheiro pra ver se encontrava algo de útil, ou então uma janela pra me localizar.
Na busca encontrei um vitro pequeno, que transpassando seus míseros raios de sol pra dentro do cômodo, denunciou o dia raindo lá fora.
Continuando minha caça, agora que já tinha luz, dei sorte de achar um velho objeto, que mesmo caído no chão não estava quebrado. Era um termômetro, e seria perfeito para fazer uma arma letal, um veneno com o mercúrio existente dentro do termômetro, que se inalado mataria o inalador dele.
Esse eu vou guardar pra algo importante, ou seja, minha fuga desse lugar, agora preciso de outra coisa pra usar... Comecei a fuçar no banheiro, de cima pra baixo, no armário e debaixo da pia, e em todo canto havia poeira e até algumas aranhas, e eu por sorte achei outro material que seria muito bem utilizado por mim, junto com uma bela flor sendo cultivada num buraco da parede com o chão, muito pequeno para que eu pudesse passar, mas que pelo menos dava vista para um campo abandonado do outro lado, quanto a flor, eu a conhecia muito bem por ser mortal. Uma bela Nerium Oleander, possuidora de diversas toxinas, afeta drasticamente o coração. E seu veneno é tão forte que é possível morrer apenas comendo o mel de uma abelha que utilizou seu néctar como fonte, ou seja, a festa vai começar.

Peguei tudo e guardei no armário, na parte mais escuro e improvável que havia ali, para que ninguém encontrasse, e então assim que estava saindo do banheiro, já escondendo o frasco de cianeto que encontrei no chão em um lugar protegido na roupa, alguém abriu a porta, era o mesmo homem que havia me jogado aqui a pouco. Pensei na probabilidade de matá-lo, mas resolvi esperar pra saber o que ele queria.
- Anne? - Ele indagou, em dúvida e eu deduzi que estava conferindo se era realmente aquela pobre coitada ou se era outra personalidade. Não pretendia me entregar tão fácil assim, precisava de discrição para aprontar então era bom preservar minha identidade por um tempo.
- S-sim. - Respondi, me esforçando para encenar bem seu papel de tonta e ele acenou com a mão para que eu me aproximasse. Fui até ele com as mãos formigando para pegar o cianeto e apresenta-lo ao nosso amiguinho, ele ia morrer com bastante dor, mas era bom que eu esperasse pelo menos um pouco, ele não havia tentado nada contra mim, então não havia porque ferra-lo, ainda.
- Pra onde vamos? - Perguntei quando percebi que ele abriu a porta e apontou pra fora e ele revirou os olhos entediado enquanto me empurrava no ombro pra andar logo.
- O chefe quer mostrar que você ainda está viva pros seus pais. - Retrucou sem muito interesse e então sacou um celular do bolso onde um joguinho estava pausado, e então começamos a andar, pelo vasto corredor branco que havia adiante enquanto ele dava continuidade ao seu joguinho. Talvez eu não precisasse mata-lo, ele parecia até útil. Com seu jeito idiota ele poderia ser facilmente manipulado.
Quando ele guardou o celular e ajeitou a postura percebi que estávamos chegando ao lugar onde estava o chefe.
Quando pus os pés pra dentro, eu havia entrado no que parecia ser uma sala de estar, com uma grande tv que parecia estar ligada em alguma coisa que se mexia angustiada, e sofás de couro marrom, muito bem escolhidos.
Automaticamente me preparei para encarar um sujeito que fosse bem feio e mal encarado, o suposto chefe, mas assim que a porta foi aberta, pelo professor gato chamado de Tom pela Anne, que inclusive foi o professor falso que sequestrou ela, eu avistei o cara.
E ele não era feio. Era um belo homem asiático, dos cabelos louros, porém com um olhar perigoso estampado na face, tendo uma aparência tão angelical, que o deixava assustadoramente lindo. Engoli em seco quando Tom me puxou pra dentro pelo braço. O cara mal encarado que me trouxe pra sala ficou pra fora, e eu olhei tudo em volta, analisando se havia algo mais que eu pudesse usar para me proteger, talvez alguma toxina que pudesse ser misturada as minhas outras do banheiro, até meus olhos caírem sobre um coreano todo machucado. Que estava amarrado numa cadeira como se fosse um delinquente pego pela Polícia. Era o Jung Kook.

Meus Queridos ProfessoresOnde histórias criam vida. Descubra agora