XXIV - Acordos de Morte

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Olá leitores, eu me deparei com o pobre rapaz naquela cadeira e não sabia se ficava com raiva da Ally por ter metido aquele garoto nessa roubada ou se fazia alguma coisa imediatamente. Várias fórmulas químicas estavam preenchendo meus pensamentos com ideias para venenos letais, mas não sabia se poderia usar neste exato momento.
- Jeon... - Escapou dos meus lábios antes que eu pudesse ter controlado, e assim que dei partida para ir de encontro ao rapaz inconsciente fui pega pelos braços e segurada por trás. Tom estava pondo suas mãos asquerosas em mim, para me guiar até o verme que aparentemente era o chefe da máfia.
- Ela é tão bela, - Elogiou ele me analisando, o olhar penetrando cada centímetro de extensão do meu corpo, como se pudesse ter visão de raio x, por um breve instante me senti incomodada - Agora entendo porquê os seguranças mais bem treinados se estabaram ao protegê-la. - Acrescentou e levantou a mão num aceno para Tom, que me soltou logo ao perceber. Em seguida ele deu duas palmadinhas no sofá, no assento ao seu lado.
Eu não senti relutância nem receio, estava com raiva por eles terem tocado as mãos no Jeon, ele era inocente, isso não deveria ter acontecido. Nada disso deveria se a Anne e a Ally parassem de se odiar e entrassem num acordo que cada uma mantesse a paz. Droga.
Agora por causa dessas duas quem vai pagar o pato sou eu.
Me sentei e dei mais uma olhada em volta, contemplando as figuras preocupadas dos meus pais do outro lado de uma tela eletrônica. Eles pareciam bem aflitos. E atrás deles dois brutamontes estavam parados, como dois seguranças. Eram o Wonho e o Harry.
- Como prometido ela está viva. - O chefe disse e eu fitei meus pais novamente, agora com desdém.
- Por favor Yesung!!! - Implorava a mulher me olhando e suplicando para o homem como se ele fosse o diabo - Nós faremos qualquer coisa, mas não toque na nossa menina...!!! - Ela já estava soluçando quando meu pai interviu.
- É dinheiro que você quer? Nós pagamos! Tudo! Por favor deixa a Anne voltar pra casa! - Suplicou ele e algo passou pelos olhos de Yesung, sua aparência angelical pareceu ter ficado mais inocente quando ele se divertiu com aquilo. Com o sofrimento dos meus pais. As iris faiscavam de prazer em assistir a cena. Tenho certeza que a Anne nem teria percebido, e se tivesse teria ficado assustada, mas a única coisa que consegui fazer foi voltar meu olhar para Jung Kook. Havia sangue escorrendo da boca dele, sujando o queixo. Um corte em cima da sobrancelha esquerda e um dos olhos puxados dele estava roxo. Isso tudo sem contar o estado que ele estava, parecia estar horas sem se alimentar ou sequer tomar um copo d'água.
Quando minha atenção voltou para o chefe da máfia, intitulado Yesung ele estava rindo, uma risada divertida, de quem estava tranquilo demais para se preocupar com qualquer coisa.
- Vocês me pagam pra matar aquele velho e depois de me darem o cano somem... - Começou Yesung - E ainda por cima ficam podres de rico e tem uma linda filhinha. - Ele continuou contando e eu liguei pontos, assimilando devagar o que ele queria dizer com aquilo. Já recebendo o choque de suas palavras. Meu avô... Meu avô...
- Vocês pagaram pra matar o vovô? - Meus olhos agora desfocados e se enchendo de lágrimas se voltaram para tela de vídeo conferência. Meus pais não sabiam o que dizer, e agora a personalidade adorável de bons pais honestos desapareceu. A Ally estava certa em desconfiar deles. Eles mataram o meu avô... Por que eu não dei o devido valor aos instintos dela?!!
- Ela não sabia? - Yesung perguntou animado, agora dando mais risada e eu senti uma forte vontade de me encolher - Achei que ela fazia parte do pacote dos três, estava até pensando em algumas maneiras dela mesma me pagar... Afinal, tem um corpo tão belo... Acho que nenhuma das minhas prostitutas na boate são tão delicadas quanto ela... - Ele continuou falando, e eu cerrei os punhos até sentir as unhas entrarem na palma e cortarem a minha pele.
- Não encosta nela! - Meu pai esbravejou entre dentes e minha mãe colocou uma arma em cima da mesa com brutalidade.
- O acordo é entre nós, a minha filha não entra na jogada. - Determinou mamãe e eu cerrei os olhos, contando até três.
- Ela já está na jogada. - Yesung falou e senti seus dedos tocarem meu rosto, me obrigando a olhar pra ele. No mesmo instante abri os olhos - Vai começar hoje a noite a dançar no palco, e se vocês não arranjarem 500 bilhões de dólares até sexta, eu mesmo estupro ela, e mato. - Anunciou ele e soltou meu rosto, quando virei de lado novamente Jung Kook estava abrindo os olhos, parecia estar com dor enquanto franzia o cenho e gemia baixinho. Assim que me viu seus olhos se arregalaram.
- Ally? Você está bem??? - Indagou eufórico e preocupado e eu não consegui conter um sorriso de alívio surgir na minha boca.
- Jeon... - Sussurrei e me odiei logo em seguida por ter entregado tão rapidamente que aquele pobre garoto, mesmo que eu não admitisse, tinha uma influência sobre mim. Yesung e Tom perceberam.
- Apaga ele. - Ordenou Tom e assim que um capanga se aproximou eu me levantei.
- Encosta um dedo nele e você vai morrer do pior jeito possível que possa imaginar. - Alertei e Yesung se levantou junto comigo, levantando a mão para fazer sinal pro capanga se afastar. Ele o fez, me fitando com leve impaciência.
- Você não é a Anne. - Reparou Yesung e pegou no meu rosto de novo, os dedos no meu queixo, controlando meus movimentos.
- Idai. - Retruquei impaciente tentando fingir ser a Ally e ele desceu sua mão, agora com as duas mãos à disposição, segurou meus cotovelos.
Mal tive tempo de reagir e ele já tinha me derrubado no sofá, me deitando literalmente enquanto se sentava ao me lado.
- Você também não é a Ally, ela sabe lutar. - Ele disse me fitando curioso e escutei minha mãe começar a chinga-lo para que saísse de perto de mim.
- Deixa ela em paz! - Jung Kook também se manifestou e eu vi aquele divertimento passar pelos olhos de Yesung outra vez. Quando pensei em chutar ele, ou talvez socá-lo, ele já havia levantado minha camiseta, mostrando marcas vermelhas e roxas que havia em mim.
- Meu Deus! - Minha mãe se engasgou e meu pai urrou de raiva.
- O QUE VOCÊ FEZ COM ELA SEU MISERÁVEL?
- Eu? - Yesung indagou sinico, levemente ofendido e levantou mais minha roupa, passeando os dedos pelos vergões e hematomas - Quem fez isso não fui eu. - Yesung continuou e eu entendi o que estava fazendo, estava na cara que ele só queria ver o circo pegar fogo, era tudo uma brincadeira pra ele - Quem fez isso foi o agente militar que vocês contrataram para proteger sua filhinha querida. Enquanto o asiático do FBI cuidava em fazer ela se apaixonar o Agente Militar se preocupava em brincadeirinhas sádicas... Estou impressionado que ela ainda seja virgem tendo passado tanto tempo com esses dois por perto. - Yesung zombou e não deu dois segundo e Wonho partiu pra cima de Harry, irado e carregado de ódio. E então a ligação caiu e a tela ficou preta.
- Espero que já tenha se divertido o bastante. - Fulminei ele, ajeitando a roupa no lugar logo em seguida e Yesung se inclinou, de repente dando um selinho em mim.
- Eu me diverti. - Respondeu ele com um olhar sincero e eu tive que conter todas as vontades de socar aquela cara de anjo pecador que ele tinha - Levem ela e o menino pro quarto. Alimentem-nos, e a noite preparem ela pra dançar na boate. - Yesung ordenou e saiu de perto de mim, Tom veio ao meu encontro, me pegando pelo braço para levantar do sofá e então Yesung olhou para mim novamente. - Não deixem ninguém encostar nela, até sexta ela deve estar intacta.

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