CAPÍTULO TREZE

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Terminei de retoca o batom e então verifiquei pela milionésima vez se minha roupa estava boa. Christopher surgiu pela porta e ficou ali, parado me olhando, como se eu fosse algo importante demais, o que me constrangia um pouco. 

Nos últimos dias, com a presença dele eu me senti melhor, mas não completamente, só que não importava, por que ele estava ali para mim e sabia que estaria sempre. 

Dei um sorriso tímido e ele veio até mim, abraçando-me por trás e dando um beijo no meu pescoço. — Você sabe que não precisa dessa produção toda, né?

— Precso sim.

— Dulce, você é linda de qualquer forma. — Senti ele me puxar pela cintura, colando meu corpo ao dele enquanto apoiava o queixo em meu ombro esquerdo.

— Eu sei.

— E por quê insiste em passar toda essa maquiagem? Gosto de você como você é.

— Eu também, e você sabe que nunca foi muito a minha praia, entretanto... —  Tirei o braço dele da minha cintura e me virei de frente para ele. —  Tenho olheiras demas em meu rosto, e hoje é um dia que deve ser bom, não é? Eu quero que seja.

— Nada que um bom descanso não cure, gatinha. Você é humana, estranho seria se não desse olheiras.

 — Sabe do que estou falando, Chris. —  Pincelei o nariz dele. —  Eu tô pronta, vamos? Não quero deixar ninguém esperando. — Empurrei-o para o canto da parede e saí, jogando o cabelo para trás.

 —  Poxa vida, nem um beijinho?

 — Quando chegar, a gente conversa.

 Inrédulo, ele me seguiu, resmungando como um velho turrão e me fazendo rir. O lado bom de ele ficar comigo alguns dias, era que estávamos tirando todo o atraso dos últimos meses e se não fosse o fato de eu estudar, acredito que só pararíamos para comer e dormir. Meu estoque de geriaderm já estavam acabando e se continuássemos nesse rítmo, era certo que precisaria voltar à farmácia.

Em pouco mais que vinte minuts estávamos estacionando em frente a um restaurante no centro da cidade. Olhei para Christopher que estava sério, e então olhei para a entrada, pensando que estava tudo bem. Christopher finalmente conseguiu me convencer de conhecer meus amigos, coisa que eu aceitei, embora com receio. Não que eu escondesse algo dele, mas por que ainda não estava preparada para juntar o presente e o passado em uma mesa e algumas taças de vinho. 

  — Tá tudo bem. —  Ele colocou sua mão sobre a minha ao notar meu nervosismo. —  Aposto como eles são legais.

— Eles são

— Não se preocupe, não vou falar nada sobre aquilo... eu só quero conhecê-los. 

— Eles nem sabem que vão conhecer você... eles nem sabem de você. Só sabem que eu estou melhor nos últimos dias... sei lá, tem certeza que é uma boa ideia?

— Dulce, é só um jantar, tá? Vamos entrar, eu estou com fome.

— Tá bom. —  Suspirei, frutada. 

Depois de sair e me tirar de dentro do carro, dirigimo-nos até o restaurante. O local estava um pouco cheio, por tanto foi difícil identificar onde eles estavam e quando os vi, tive vontade de sair correndo. O motivo? No meio dele, estava o cara que eu havia dado o pé na bunda da noite para o dia. O que ele estava fazendo ali? Quem o havia convidado?

— Acho que não é uma boa ideia, vamos voltar?

Olhei para o homem ao meu lado, mas ele me impediu de sair antes que eu pudesse caminhar na direção da porta. —  Já estamos aqui.

— O Nicolas está aqui, eu não convidei ele.

— Está? —  Assenti. —  Ótimo, assim ele já vai se acostumando que eu sou o único que tem direito de transar com você.

— Christopher! — Dei um tapa forte no braço dele.

— O que foi? Não é mentira, é?  

— Idiota!

—  É brincadeira, mas ele tem de aceitar que eu estou com você agora, e não vou tolerar ele dando em cima de você. Já arrumamos confusão demais com outras pessoas, não é? 

— Tá certo.

— Vamos agora? Eles estão esperando.

— Vamos. 

 Eu queria mesmo que o caminho de onde estávamos até à mesa fosse mais longo, pelo simples fato de que a presença de Nicolas estragaria tudo. Era para ser um jantar saudável, com Christopher, meus amigo e eu, mas no momento em que chegamos perto deles, Nicolas se virou e o modo como ele olhou, deu a entender que não seria. 

Christopher agarrou minha mão, entando me passar um pouco de calma e então eu dei um sorriso fraco para meus amigs, que pararam de conversar e olharam para a gente. 

  — Vish! — Ouvi Eddy pronunciar, e olhar para nós três.  

  — Christopher? O que faz aqui? — Questionou Ivalú, levantando-se e vindo até a gente. — Caramba! Eu pensei que... nossa, bem vindo a nossa humilde cidade, cara!

 — Gente, esse é o Christopher. —  Interrompi, apresentando-o aos meus amigos. —  Ele é meu namorado.

— Namorado, Dulce? Desde quando tem um namorado? — Zoraida arregalou os olhos.

— É uma longa história... enfim. Dulce, esses são so meus amigos. Zoraida, Eddy, Ivalú, Pedro, Italú e bom... o Nícolas você já conhece. —  M}ordisquei meu lábio inferior, olhando para Nicolas.

O olhar dele era tão penetrante, que me constrangia a pon to de eu não conseguir parar de olhá-lo. O que será que ele estava pensando naquele momento? 

— Dulce? —  Christopher chamou perto do meu ouvido. —  Vamos sentar? 

— O quê?

— Sentar, estamos atrapalhando a passagem.

— Ah, tá. Vamos sim. —  Desvidei meu olhar e fui até a cadeira do outro lado. Eu precisava mesmo ficar de frente para ele?  —  Vocês já pediram? Eu acho que já estou com fome.



[REVISÃO] Inevitável - RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora