Eu estava tentando entender o porque daquela dor tão repentinamente. Algo parecido com cólica mas muito mais forte.
Saí da sala depois que a professora disse que eu poderia fazer a prova depois, pensando seriamente em ir para algum hospital, mas eu mal consegui chegar no pátio, pois minhas pernas estavam fracas demais para continuar andando.
Sentei-me no primeiro banco que encontrei e peguei meu celular na bolsa. Ivalú estava em horário de prova, assim como as meninas já que elas estudavam juntas. Sem saber exatamente a quem recorrer mandei uma mensagem no grupo pedindo ajuda, dizendo que eu não estava bem e estava sozinha no pátio oeste.
Fiquei ali um tempo me contorcendo de dor, enquanto chorava. Que merda era essa? Era só uma prova!
— O que você tem?
Olhei para cima e vi tamto Eddy quanto Nicolas à minha frente, o que era de fato uma surpresa. Apenas sacudi os ombros e voltei a apertar a barriga.
— Quer ir pra casa? — Neguei. Topava qualquer coisa que fizesse aquilo parar. Nicolas se abaixou na minha frente, apoiou suas mãos nos meus joelhos e me encarou. — Você tá muito pálida, o que tá sentindo? Comeu alguma coisa hoje? Bebeu água.
— Só faz parar, por favor! — Implorei.
— Ok. Tá de carro? Vou levar você ao médico, mas estou de moto.
Peguei a chave do carro na lateral da bolsa e entreguei a ele. — Não consigo andar.
— Tá. Ann, Eddy quando a Iva sair da prova diga que a levei para o Santa Lucia, tá? Fala pra ela ir lá.
— Tá bom. Melhoras, Dulce.
Sem pensar duas vezes, Nicolas pegou minha bolsa, depois me tirou do banco segurando-me em seus braços. Deitei minha cabeça em seu ombro e fiquei quietinha ali, até chegarmos no carro que estava do outro lado do estacionamento. Ele me deixou no chão para abrir a porta, mas nesse mesmo instante eu perdi o equilíbrio e só não caí no chão porque ele tinha um reflexo bom demais.
Depois de se certificar que eu estava com o cinto corretamente, ele entrou no carro e deu partida, ficando o tempo inteiro sem falar absolutamente nada. Aquilo era constrangedor demais, ainda que para um momento de desespero.
Chegando no hospital eu já estava fraca demais para continuar chorando. Estava de certa forma, cansada. Novamente ele me pegou no colo e me levou até a entrada da emergência, onde um enfermeiro foi logo trazendo uma cadeira de rodas para mim.
— O que essa jovem tem?
Perguntou uma médica se aproximando. Olhei para ela e então Nicolas começou a falar o que nem ele sabia.
— Faz essa dor parar. — Pedi com a voz falha, massageando o local da dor.
— Há quanto tempo está assim? — Ali mesmo na entrada uma outra enfermeira veio aplicando soro em mim, talvez por que eu já estivesse tão fraca que sabiam que eu precisava dele antes de saberem o que eu tinha.
— Eu não sei. Acho que comi demais e acabei estressando com a mão roba que esqueci depois de chegar atrasada e pra piorar eu ainda caí no chão por que tava atrasada.
— Caiu? — Assenti. — Ok. Eu quero uma ultrassonografia e um hemograma na minha mesa o mais rápido possível e coloquem ela muma maca.
— Ok.
O enfermeiro me levou para dentro mas mesmo distante eu pude ouvir Nicolas perguntar.: — Doutora, o que ela tem?
Entretanto não ouvi a resposta. Quando dei por mim ja estavam tirando minha roupa e me vestindo com aquelas camisolas hospitalares horrendas e me deitando na maca.
Uma das enfermeiras começou a fazer o ultrassom enquanto a outra tirava sangue em mim. Senti o choque do gel gélido ao ser colocado na minha barriga e depois ele começou a passar o aparelho por toda minha barriga.
— Nossa! — Ela exclamou, surpresa demais. — Ana, isso é...
A enfermeira foi até lá e olhou na tela, arregalando seus enormes olhos verdes e assentiu. — Uau! Acho melhor eu chamar a doutora.
— Sim. — Ela me olhou e saiu sem falar mais nada.
O que eu tinha e por que todo esse mistério? Será que comi algo com algum verme e agora tinha toda uma procriação deles no meu intestino? Me deu nojo só de oensar nessa possibilidade.
— O que foi?
— Olha só isso.
A doutora olhou de perto e arregalou os olhos e engasgou com a própria saliva, depois me olhou como se eu soubesse o que estava acontecendo. Aquilotava me deixando apavorda.
— Dulce, né? — Assenti, encugando o rosto. Ela virou a tela para mim e apontou. — Você tá grávida, querida.
— Oi?
— Nossa! — Ela voltou a olhar para a tela, como quem não acreditava no que estava vendo, então ela apertou algum botão na tela e eu comecei a ouvir algumas batidas fortes. — Dulce. — Ela me olhou séria demais e eu fiquei sem reação. — Tem quatro coraçõezinhos batendo dentro de você.
— É o quê?
Sentei-me depressa, completamente assustada e me esquecendo da dor. Mas que era isso? Impossível. Já era impossível eu estar gravida, imagina de quatro bebês. Eu só podia estar no meio de algum sonho muito maluco.
— Quatro bebês de onze semanas e eu não sei por que é que você só teve algum sintoma agora.
— Tem um pequeno descolamento na placenta, doutora. Mínimo, dá pra reverter a situação.
— Para! Isso não é possível... onze semanas são quase três meses, eu devia ter notado algo, não acham? Eu tô sonhando e meu desoertador já vai tocar. É só um sonho maluco.
— Calma, tá? Vamos ver direito o que está acontecendo, mas de duas coisas eu tenho certeza: você não está tendo um sonho e está gerando quatro vidas dentro de você. Estão pequenas para a quantidade de semanas, mas acaba sendo normal pela quantidade de fetos, mas são reais e eu vou adorar falar que um dia encontrei uma grávida de quadrigêmeos, tem noção de como isso é raro?
— Puta merda! — Passei meu cabelo para trás. O que eu ía fazer agora?
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[REVISÃO] Inevitável - Redenção
FanfictionDa saga Inevitável Há um sentimento forte entre eles. Tão forte que facilmente poderia ser confundido com paixão. Há huma atração tão forte que nem mesmo o dinheiro, tempo ou a distância pode interferir. Vidas destruídas, sonhos despedaçados... Não...