CAPÍTULO SEIS

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Dei uma checada em Christopher, ele estava dormindo profundamente ao meu lado.
Depois que chegamos do restaurante a gente quase não se falou. O Incidente com Nicolas deixou-nos completamente sem saber o que falar.

Virei-me para o lado e fiquei mirando a parede, pensando no que eu poderia fazer. Eu não queria magoar ninguém e era o que eu sempre acabava fazendo. Eu tinha um homem incrível, bondoso e engraçado que fazia tudo que eu queria e em contra partida tinha Christopher, que era tudo isso e mais um pouco. A diferença era que um estaria ali por muito tempo, o outro não.

Sem conseguir dormir, fui até o banheiro e tomei um dos meus remédios. Eu precisava dormir ou eu acabaria tendo uma crise de ansiedade no meio da noite, o que não seria nada legal. Nada de choro, nada de alucinações. Eu só queria fechar os meus olhos e dormir um pouco, então eu tomei e fui me deitar no sofá. 

Eu não sei se ainda era madrugada ou se já tinha amanhecido, mas senti os braços fortes de Christopher me tirarem de lá e me levarem para cima. Ele me cobriu depois que me deixou na cama e me deu um beijo na cabeça.

— Deita aqui. — Sussurrei.

— Descansa, eu vou lá em baixo.

—  Fica. — Segurei a mão dele, impedindo-o de sair.  — Por favor.

— Tá bom, eu fico. 

Ele se deitou e eu me aconcheguei em seus braços. Christopher ficou fazendo carinho na minha cabeça até eu adormecer novamente e eu não o vi sair.  Então eu sonhei. Sonhei que estávamos num jardim maravilhoso, o sol brilhava lá em cima e ele corria atrás de mim. Eu me escondia atrás dos arbustos e então ele começou a me chamar. A voz dele se tornou desesperadora e eu fui procurá-lo. Ele estava do outro lado do jardim, me encarando. Tentei alcançá-lo e não consegui. Quanto mais eu corria na direção dele, mais distante ficávamos, foi um terror. 

Sentei-me na cama abrindo os olhos. Eu suava, minhas mãos tremiam e eu quis chorar. Saí da cama o mais rápido que pude e desci as escadas com pressa. Se ele tivesse ido embora sem se despedir eu não sei como ficaria. Mas ele estava lá, sentado no sofá com um caderno e uma caneta em mãos. 

— Chris?

—  Oi? —  Ele se virou para mim me oferecendo um sorriso. —  Você está bem? Está suada.

— Sim. Eu só... só tive um pesadelo. — Fui até a parte de trás do sofá e o abracei pelo pescoço. —  Você está tão cheiroso.

— Eu nem tomei banho hoje ainda.

— Não deixa de estar. —  Mordisquei a orelha dele e pude ver ele se arrepiar.   —  O que está fazendo?

— Uma coisa, mas pode ficar pra depois. 

Ele fechou o caderno e o colocou na mesa de apoio junto com a caneta, depois me puxou, fazendo-me cair em cima dele. Soltei um gritinho fino seguido de uma risada, e então ele começou a me beijar.

— O que acha de tomarmos um banho? Hum?

— Naquele seu banheiro enorme? Nós dois?

— A intenção é ficarmos bem juntinhos. O mais junto possível. — Sussurrei próximo ao ouvido dele.

— Podemos começar aqui então? —  Assenti, levando meus lábios ao pescoço dele.  

Beijei, lambi e chupei o pescoço dele, subindo lentamente até os lábios quentes, depois nós dois tiramos nossa roupa sem enrolação alguma. Ele se sentou no sofá e eu me ajoelhei com uma perna em cada lado de seu quadril. Arrumei-me sobre ele e comecei a fazer movimentos leves, segurando-me em seu ombro e o olhando nos olhos. Christopher levou a mão esquerda à minha cintura e a outra ao meu clitóris, onde ficou massageando com movimentos circulares. Soltei um gemido fraco com o toque gélico dele em mim.

— Ah, isso é bom. —  Mordi meu lábio de maneira seduzente o olhando. 

— Você gosta? Hum? —  Fechei meus olhos quando ele abocanhou meu seio e deu uma leve mordida ali.

Ele esperou eu ter o meu primeiro orgasmo e então subimos para o banheiro. Ignoramos completamente a falta de espaço dentro dele e continuamos a fazer o que estávamos fazendo, até chegarmos ao ápice. Terminamos o banho, nos vestimos e eu fui comer alguma coisa.

Fiquei sentada no balcão olhando Christopher terminar seja lá o que estava fazendo naquele caderno que ele havia furtado das minhas coisas. Ele estava concentrado e vez ou outra me olhava.

— Eu estou bem curiosa para saber o que tem aí.

— Logo você vai saber. 

— Chato. —  Mostrei língua pra ele, depois voltei a tomar meu café. 

— Você tem post it?

— Tenho alguns lá em cima. 

— Me empresta?

— Claro, por quê não, homem misterioso? Eu vou buscar.

Subi até meu quarto e peguei meu bloco de post it fluorecentes e coloridos. Voltei a descer, entreguei a ele e voltei para o meu posto de guarda para terminar de comer. Christopher anotou várias coisas neles. Na verdade, ele usou pelo menos metade do bloco e depois, para minha surpresa ele começou a colá-los pela casa. Fiquei sentada no balcão  olhando ele agir feito louco, enchendo meu flat de papeis coloridos. Na geladeira, na parede, na porta, ao lado da TV, em frente ao fogão.

— O que são?

— Não vai ler agora, tá?

— É uma tarefa difíci. — Ele parou na minha frente e se enfiou entre minhas pernas.

—  O que quero dizer, é que não é pra ler tudo de uma vez. Se, apenas se você for até a geladeira, você lê, e assim serve para os outros.

—   Vou tentar.

— Dulce... promete pra mim. 

— Tá bom. —  Revirei os olhos e ele me roubou um selinho. —   Promessa é dívida, né? —  Ele assentiu e eu sorri. —  Você tá tão lindo, sai daqui, não quero ter que usar pomada pra assadura. —  O empurrei pra longe e le riu. Ele ficava ainda mais lindo rindo. Era uma beleza que vinha de dentro e eu adorava admirar.


[REVISÃO] Inevitável - RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora