CAPÍTULO CINQUENTA E UM

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Com a chegada dos bebês em casa, não havia um dia sequer que ficássemos sozinhos, pois, além de todos quererem ajudar, principalmente Marcela, minha mãe e a madrasta de Christopher,  Alexandra se dispôs a dormir lá para ajudar durante as noites, que não eram muito fáceis.

Ter um bebê chorando de madrugada não era fácil, mas quatro chorando ao mesmo tempo estava quase me enlouquecendo e eu passava a maior parte das noites tentando fazê-los dormir, e quando um dormia, o outro acordava com fome ou por que precisava trocar a fralda.

Pra falar a verdade, eu comecei a trocar a noite pela manhã, horário que eles finalmente dormiam tranquilamente. Quando finalmente amanhecia o dia, Christopher saía para trabalhar, e era perceptível a exaustão em seu rosto, mas em momento algum ele reclamava de quando precisava acordar no meio da noite para preparar chá para a cólica dos bebês, ou por que precisávamos amamentar os quatro de uma vez só.

Depois de garantir que todos estavam bem e confortáveis em seus respectivos berços, tomei um banho, comi alguma coisa e fui me deitar um pouco enquanto Alexandra iCa ao mercado comprar algumas coisas que estavam precisando. Eu sabia que nesse meio tempo a minha mãe chegaria, então não tinha com o que me preocupar. Deixei a babá eletrônica ligada perto de mim e me afundei no colchão, curtindo finalmente o silêncio.

Com a mesma velocidade que eu dormi, eu acordei, e o motivo fora assustador. Abri meus olhos por um instante, e vi uma pessoa saindo do quarto dos meninos, encostando a porta. A câmera focava mais dentro do berço, então não consegui ver quem era, mas sabia que não era nem Alexandra com seus cabelos loiros enormes, nem minha mãe.

Depois vi um braço pegando Nicole do berço. Aquele braço cheio de pulseiras e aquelas unhas rosas demais. Anahí não tinha a chave da minha casa, e muito menos uma tatuagem de uma borboleta no punho.

Levantei-me rapidamente, e fui até o quarto. Parada em frente ao berço de Vitória, estava Renata, com Nicole nos braços enquanto conversava com ela.

— O que tá fazendo aqui?

Ela se virou pra mim, com os olhos arregalados. Como ela conseguiu entrar na minha casa?

— Pensei que nunca conseguiria conhecer meus sobrinhos. — Ela usou uma das mãos para acariciar a bochecha de Nicole que agora sorria ainda com os olhinhos fechados.

— Me dá minha filha.

— Calma, eu não vou fazer nada com eles. — Ela soltou um suspiro. — Eles são todos muito lindos.

— Como entrou aqui?

— Ah... é.. eu roubei a chave da Marcela. Já tem uns dias que eu estava tentando descobrir onde você estava morando, e finalmente consegui. Achei que não iria me deixar entrar se eu tocasse a campainha.

— Cadê o Ollie?

— O cachorro? Tá preso lá atrás no jardim, e caramba, que casa hein! O Christopher não é fraco em nenhum quisito.

— Renata, me dá minha filha. — Pedi, com a voz fraca. O que ela pretendia fazer com minha menininha?

— Ela tava quase chorando, só por isso a peguei. Jamais machucaria meus sobrinhos, Dulce.

— Espero que não mesmo. — Fui até ela e peguei Nicole. — Você não devia estar aqui.

— Quem é Nicole e quem é Vitória?

— Como sabe o nome delas? — Voltei a coloca-la no berço e ela fez um biquinho de choro.

— Tá na porta, né! Sou cega não.

[REVISÃO] Inevitável - RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora