CAPÍTULO QUATRO

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Monterrey não era uma cidade de caipiras como muitos diziam. Tinha prédios tão grandes como da Cidade do México, e as ruas eram tão movimentadas quanto. Tinha uma beleza própria, especialmente naquela época. As ruas eram enfeitadas, árvores enormes eram montadas em parques e praças.

Quando a noite caiu, eu levei Christopher para conhecer o Paseo de Santa Lucía, que era o principal ponto atrativo da cidade no Natal. Era um riacho aritficial de dois quilômetros e meio de extensão que podia ser atravessado a botes, mas ficmaos apenas caminhando ao lado dele até o parque principa, onde ele tinha seu fim.

Ele nos comprou chocolate quente para tomarmos enquanto caminhávamos para nos aquecer um pouco, e durante o trajeto, ele me ouviu falar. Ele queria saber o que eu tinha feito nesses últimos meses, saber sobre meus novos amigos e como eu estava indo nos estudos. 

  — Eu gostaria de conhecer seus amigos. —  Ele enficou a mão que estava ivre no bolso. —  Pelo que fala, parecem boas pessoas.

— E são. Aposto como vocês iriam se dar bem. 

— E você não conheceu ninguém nesse meio tempo? 

— Christopher...

— Tá tudo bem. Não te julgaria se tivesse ficado com outro cara, você é humana. 

— Você ficou?

—  Com outro cara? Não faz meu tipo.

—  Palhaço. —  Dei um tapa no braço dele e ele fingiu dor. —  Você me entendeu. —  Beberriquei um pouco do meu chocolate.

—   Eu saí com algumas garotas, mas nada sério. Coisa de balada no fim de semana, sabe?

  —  Ah... —  Desviei meu olhar.  Nada de ciúmes, Dulce Maria, você não tem o menor direito. — Aposto como choveu de garotas quando viram que estava sozinha.

  — Até parece. Você me conhece, Dulce.

—  Sim, e é por isso que estou falando. Se quando estava comigo suas redes sociais estavam chovendo garotas, imagina depois.

— Eu não ligo muito para minhas redes sociais, nem sei por que tantos seguidores.

— Não é óbvio? Você é lindo, sexy, gostoso e cheiroso.

—  Ah, claro! Deve ser o perfume, eu já suspeitava. —  Eu não aguentei segurar o riso. Como podia ser tão palhaço?

— Bobo! 

 — Você não me respondeu?

— Eu estava com um cara, nada sério. Na verdade, eu só fui ficar com alguém há pouco tempo. 

—   Nem uns beijinhos?

— Você me conhece, Uckermann. Não me contento com beijos, não mais. — Ele arregalou os olhos. —  Sim, eu dormi com ele, ma sno segundo encontro só.

— Eu acho que não quero saber de detalhes.  —  Mordiscou a bosda do copo. —  Bom, pelo menos ele te desenferrujou para mim.

—  Christopher!

—  Que foi? É sério. 

— Não que tenha dado muito certo, né? —  Resmunguei. —  Vamos sentar um pouco? Estou cansada. 

— Vamos, tem um banco vazio ali. —  Vi um gurpo de amigos se dirigir até ele. —  Não tá mais.

—  A gente senta na grama mesmo, só preciso descansar um pouco minhas pernas. 

—  Acho que preciso fazer uma lista de algumas coisas para você.

— Lista? — Sentei-me com dificuldade, apoiando-me nele. Depois ele se sentou atrás de mim, deixando-me entre suas pernas.

—  Sim. Você costumava passar a noite inteira na balada em cima de um salto alto, a gente caminhou uns trinta minutos e você já está cansada.

— É. O sedentarismo aqui tá foda. Preciso de exercícios, mas... o que você pretende por na sua lista?

— Logo verá.

— Se isso incluir coisas prazerosas, como sexo matinal, eu aceito.

—  Dulce! —  Ele me repreendeu e eu dei uma gargalhada gostosa. Fazia tempo que eu não ria assim, e era uma sensação muito boa. — Como você se virou esse tempo todo sem sexo? Você era uma ninfomaníaca?

—   Eu ainda tenho o vibrador que a Mai me deu. —  Brinquei e ele engasgou com a bebida. —  É brincadeira, Chris. Eu não... não me fez falta. Quer dizer, fez, mas dado meu estado psicológico, sexo era a última coisa que eu pensava.

  —  Dulce eu... eu queria conversar com seu psiquiatra.

—  Pra quê?

—  Se você autorizar, é claro.  —  Fiquei em silêncio esperando ele terminar de falar. —  Olha, eu sei que é invasivo, mas eu realmente quero te ajudar. Quero muito. —  Apoiei minha cabeça em seu peito.

—  Eu vou ver com ele. Não tenho nenhuma consulta marcada pra agora, mas posso tentar conseguir uma hora. 

  — Obrigado.

—  Obrigada você, por não me colocar pra fora ou fugir quando me viu.

—  Na verdade, eu ía fugir, por que até você me tocar, pensei que não era real.

—  Tem tido visões comigo, Dulce?Você me pareceu assustada, ontem.  

— Já tive muitas, mas fazia muito tempo que sua imagem não se progetava do nada na minha frente. —  Minhas bochechas coraram.

  —  E o que exatamente eu tenho dito a você.

— Acho que não é algo que eu queira falar. —  Voltei a tomar meu chocolate quente.

Realmente era uma parte que eu queria simplesmente esquecer, e contar a ele o que ele, entre aspas, fazia comigo, era até vergonhoso. Não que ele tivesse culpa. Era ohorrível estar em uma de minhas crises, e ver o homem que eu tanto amava se materializar no memso ambiente que eu me chamando de fraca e inútil e tudo mais que se podia imaginar de ruim. Isso quando não jogava coisas bárbaras na minha cara, o que sempre acarretava em garrafas e mais garrafas de alcool vazias no chão no dia seguinte. 

— Tudo bem, eu não vou tentar forçar você a nada.

— Desculpa, mas eu prefiro assim. Será que a gente pode ir embora?

—  Tá. Eu vou te deixar em casa e vou pro hotel. Preciso mesmo trocar de roupa. —  Disse. Ele tinha tomado banho, mas a roupa ainda era a mesma. 

  — Pode ficar comigo, se quiser. Vai ser bom, eu acho. 

—  Mas eu já paguei o hotel.

— Se a gente brigar, o que há uma probabilidade bem grande, pelo menos terá pra onde ir.

Christopher riu e me abraçou apertado. —  É, a gente sempre brigou, né? —  Assenti. —  Sinto falta das nossas brigas, acho que foi o que mais senti. 

[REVISÃO] Inevitável - RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora