Monterrey não era uma cidade de caipiras como muitos diziam. Tinha prédios tão grandes como da Cidade do México, e as ruas eram tão movimentadas quanto. Tinha uma beleza própria, especialmente naquela época. As ruas eram enfeitadas, árvores enormes eram montadas em parques e praças.
Quando a noite caiu, eu levei Christopher para conhecer o Paseo de Santa Lucía, que era o principal ponto atrativo da cidade no Natal. Era um riacho aritficial de dois quilômetros e meio de extensão que podia ser atravessado a botes, mas ficmaos apenas caminhando ao lado dele até o parque principa, onde ele tinha seu fim.
Ele nos comprou chocolate quente para tomarmos enquanto caminhávamos para nos aquecer um pouco, e durante o trajeto, ele me ouviu falar. Ele queria saber o que eu tinha feito nesses últimos meses, saber sobre meus novos amigos e como eu estava indo nos estudos.
— Eu gostaria de conhecer seus amigos. — Ele enficou a mão que estava ivre no bolso. — Pelo que fala, parecem boas pessoas.
— E são. Aposto como vocês iriam se dar bem.
— E você não conheceu ninguém nesse meio tempo?
— Christopher...
— Tá tudo bem. Não te julgaria se tivesse ficado com outro cara, você é humana.
— Você ficou?
— Com outro cara? Não faz meu tipo.
— Palhaço. — Dei um tapa no braço dele e ele fingiu dor. — Você me entendeu. — Beberriquei um pouco do meu chocolate.
— Eu saí com algumas garotas, mas nada sério. Coisa de balada no fim de semana, sabe?
— Ah... — Desviei meu olhar. Nada de ciúmes, Dulce Maria, você não tem o menor direito. — Aposto como choveu de garotas quando viram que estava sozinha.
— Até parece. Você me conhece, Dulce.
— Sim, e é por isso que estou falando. Se quando estava comigo suas redes sociais estavam chovendo garotas, imagina depois.
— Eu não ligo muito para minhas redes sociais, nem sei por que tantos seguidores.
— Não é óbvio? Você é lindo, sexy, gostoso e cheiroso.
— Ah, claro! Deve ser o perfume, eu já suspeitava. — Eu não aguentei segurar o riso. Como podia ser tão palhaço?
— Bobo!
— Você não me respondeu?
— Eu estava com um cara, nada sério. Na verdade, eu só fui ficar com alguém há pouco tempo.
— Nem uns beijinhos?
— Você me conhece, Uckermann. Não me contento com beijos, não mais. — Ele arregalou os olhos. — Sim, eu dormi com ele, ma sno segundo encontro só.
— Eu acho que não quero saber de detalhes. — Mordiscou a bosda do copo. — Bom, pelo menos ele te desenferrujou para mim.
— Christopher!
— Que foi? É sério.
— Não que tenha dado muito certo, né? — Resmunguei. — Vamos sentar um pouco? Estou cansada.
— Vamos, tem um banco vazio ali. — Vi um gurpo de amigos se dirigir até ele. — Não tá mais.
— A gente senta na grama mesmo, só preciso descansar um pouco minhas pernas.
— Acho que preciso fazer uma lista de algumas coisas para você.
— Lista? — Sentei-me com dificuldade, apoiando-me nele. Depois ele se sentou atrás de mim, deixando-me entre suas pernas.
— Sim. Você costumava passar a noite inteira na balada em cima de um salto alto, a gente caminhou uns trinta minutos e você já está cansada.
— É. O sedentarismo aqui tá foda. Preciso de exercícios, mas... o que você pretende por na sua lista?
— Logo verá.
— Se isso incluir coisas prazerosas, como sexo matinal, eu aceito.
— Dulce! — Ele me repreendeu e eu dei uma gargalhada gostosa. Fazia tempo que eu não ria assim, e era uma sensação muito boa. — Como você se virou esse tempo todo sem sexo? Você era uma ninfomaníaca?
— Eu ainda tenho o vibrador que a Mai me deu. — Brinquei e ele engasgou com a bebida. — É brincadeira, Chris. Eu não... não me fez falta. Quer dizer, fez, mas dado meu estado psicológico, sexo era a última coisa que eu pensava.
— Dulce eu... eu queria conversar com seu psiquiatra.
— Pra quê?
— Se você autorizar, é claro. — Fiquei em silêncio esperando ele terminar de falar. — Olha, eu sei que é invasivo, mas eu realmente quero te ajudar. Quero muito. — Apoiei minha cabeça em seu peito.
— Eu vou ver com ele. Não tenho nenhuma consulta marcada pra agora, mas posso tentar conseguir uma hora.
— Obrigado.
— Obrigada você, por não me colocar pra fora ou fugir quando me viu.
— Na verdade, eu ía fugir, por que até você me tocar, pensei que não era real.
— Tem tido visões comigo, Dulce?Você me pareceu assustada, ontem.
— Já tive muitas, mas fazia muito tempo que sua imagem não se progetava do nada na minha frente. — Minhas bochechas coraram.
— E o que exatamente eu tenho dito a você.
— Acho que não é algo que eu queira falar. — Voltei a tomar meu chocolate quente.
Realmente era uma parte que eu queria simplesmente esquecer, e contar a ele o que ele, entre aspas, fazia comigo, era até vergonhoso. Não que ele tivesse culpa. Era ohorrível estar em uma de minhas crises, e ver o homem que eu tanto amava se materializar no memso ambiente que eu me chamando de fraca e inútil e tudo mais que se podia imaginar de ruim. Isso quando não jogava coisas bárbaras na minha cara, o que sempre acarretava em garrafas e mais garrafas de alcool vazias no chão no dia seguinte.
— Tudo bem, eu não vou tentar forçar você a nada.
— Desculpa, mas eu prefiro assim. Será que a gente pode ir embora?
— Tá. Eu vou te deixar em casa e vou pro hotel. Preciso mesmo trocar de roupa. — Disse. Ele tinha tomado banho, mas a roupa ainda era a mesma.
— Pode ficar comigo, se quiser. Vai ser bom, eu acho.
— Mas eu já paguei o hotel.
— Se a gente brigar, o que há uma probabilidade bem grande, pelo menos terá pra onde ir.
Christopher riu e me abraçou apertado. — É, a gente sempre brigou, né? — Assenti. — Sinto falta das nossas brigas, acho que foi o que mais senti.
VOCÊ ESTÁ LENDO
[REVISÃO] Inevitável - Redenção
FanfictionDa saga Inevitável Há um sentimento forte entre eles. Tão forte que facilmente poderia ser confundido com paixão. Há huma atração tão forte que nem mesmo o dinheiro, tempo ou a distância pode interferir. Vidas destruídas, sonhos despedaçados... Não...