CAPÍTULO VINTE E UM

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Passei por ele em silêncio. Já era noite quando cheguei na casa dele e ele pareceu não se importar.

Christian me levou até um estúdio que ele estava alugando e ficamos o restante do dia lá, conversando, ou melhor, desabafando sobre tudo que estava acontecendo.

Entrei na casa e fui direto para o quarto procurad um pijama. Tudo que eu desejava naquele instante era timar um longo e que te banho e me deitar para descansar.

— Tem toalha limpa no banheirone comida na geladeira, se quiser algo, fique à vontade.

O olhei ir até a cama e se deitar, sem nem mesmo olhar na minha direção.

— É sério isso?

— Boa noite, Dulce. Apaga a luz quando sair.

— Nossa...

Soltei um suspiro e entrei no banheiro sem apagar. Ele que fizesse sozinho por que não era obrigada a nada.

Fiquei tanto tempo no banho que quando saí ele já dormia e como eu não queria ficar com ele, desci até o andar de baixo.

Eu estava sem sono e tudo que eu queria naquele momento era pegar o primeiro voo para Monterrey, o que me deixou bem frustrada ao entrar no site da companhia aérea e ver que o próximo voo com assento disponível seria somente para o outro dia.

— Droga!

Murmurei irritada jogando leu celular com força no sofá e então ele quicou e foi parar no chão. Será que algum dia o universo voltaria a conspirar a leu favor?

— Quebrar o celular não vai fazer você se teletransportar para Monterrey, Dulce.

Ouvir aquilo me fez travar. Fechei os olhos por um instante e desejei que Christopher estivesse ali verdadeiramente. Eu sabia que não era ele e sabia que quando esse outro Christopher aparecia, ele só ía embora de um jeito.

— Sai daqui... vai embora!— Implorei em murmúrio.

— É engraçado, né? Engraçado como as coisas estão ficando. Seus amigos, sua irmã e agora ele. Ninguém quer saber de você.

— Não é verdade. — Abri os olhos, e lá estava ele, deitado no chão como se tivesse ibservando as estrelas que nem tinham ali dentro. — É só uma fase difícil.

— Acredita mesmo nisso? — Ele deu uma risada sarcástica e eu me encolhi. — Por quê está aqui e não lá em cima?

— Não é da sua conta.

Levantei-me e saí da sala, entrando na porta mais próxima que encontrei. Lá dentro um escritório enorme, todo bem arrumado, com uma estante gigantesca de livros, uma escrivaninha à frente da ja ela que dava pra os fundos da casa e... uma adega?

— Vá em frente, eu sei o que você quer.

A viz agira estava próxima, como se ele estuvesse parado bem atrás de mim. Soltei um suspiro e tirei a mão da massaneta da porta.

— Você não faz ideia do que eu quero!

— Olha, ele tem uma garrafa de Balkan.

— Não é problema meu.

— Nao é? Será mesmo?

— Sai daqui! Desaparece!

Fechei meus olhos e a gargalhada estourou el meus ouvidos, alejando-se lentamente. Eu podia sentir minha boca secar e a vintadende beber fluir dentro de mim.

— O que temos aqui? Wiskhy? Intocado! Esse me parece dos bons. Um copo? Com gelo ou sem gelo?

Então quando dei por mim, lá estava eu, servindo um copo daquele líquido de tom amarronzado. — Se eu tomar um pouco, você some? Eu não quero mais ver você.

— Ninguém acredita em você, por quê resistir? Vale a pena?

— Eu tô cansada. Cansada de te ouvir e não conseguir fazer nada. — Minha voz saiu falha e meu rosto logo fora tomado por lágrimas. — Eu não quero ser louca o resto da vida. Eu não quero!

— Só tem um jeito disso sumir, você sabe né?

Peguei a garrafa e sem pensar mais, tomei aquilo. Desceu queimando, mas já estava de certa forma, acostumada com o ardor. Esse era minha rotina incontrolável.

Um, dois, cinco goles e então já tinha perdido a conta. Como conseguir virar uma garrafa de Whisky toda de uma vez? Não sei.

Tic, tac. Geralmente levava cerca de seis minutos até a imagem dele se desfazer e a viz debochada começar a sumir. Sentei-me na cadeira e fiquei lá, girando de um lado para o outro, enquanto minha consciência me dizia palavras horríveis que, apesar de já estar acostumada a ouvir, ainda me torturava.

—  Covarde!

Fora a última que ouvi. Dei um sorriso e suspirei aliviada. — Mais um pouco de whisky não faz mal a ninguém.

Pevantei-me e cambaleei até a adega. Tropecei em leu próprio pé e bati a mão no copo fazendo-o cair no chão. Comecei a rir. Aquilo era engraçado.

Olhei para o monte de garrafa. Vodka, Tequila, Mezcal eais um minte diferente. Peguei a garrafa de Mezcal e fiquei olhando aquela enorme e gorda lagarta lá dentro. Aquilo era nojento, mas era tão bom.

— Dulce?

— Ah não, você voltou? Como?

— O que você... —Virei-me para trás e olhei Christopher parado na porta.

— Ah, é você. Você quer um pouco? — Abri e tomei um gole. Me parecia mais forte antes.

— Droga, o que você fez?

Ele caminhou rapidamente na minha direção. — Por que você tá andando em zigue zague?

—Você tomou o Whisky todo?

— Depois eu te pago.

— Me dá isso aqui. — Ele tentou tomar a garrafa da minha mão e quando puxei, ela caiu no chão, partindo-se em mil pedaços. — Dulce?

Fiquei parada olhando pra ele, sentindo meu corpo balançar lentamente e então do nada tudo desapareceu.

[REVISÃO] Inevitável - RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora