Capítulo 23

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SAINDO DO CHUVEIRO, AVA TIROU A TOALHA E VESTIU UM par de calças caqui amarradas no tornozelo e uma camiseta branca, duas das poucas coisas que trouxe consigo quando saiu de Rebun. Pegou o pedaço da chama de Acalma do armário e o colocou no bolso.

Havia se acostumado a carrega-lo.

Esperava que fosse ficar rolando na cama com o beijo de Jon na mente. Em vez disso, tinha caído no sono mais profundo que teve desde que deixou Napa. Aparentemente, até mesmo seu subconsciente sabia que ela estava em casa.

Voltou para o quarto e penteou o cabelo, deixando-o secar em cachos ao redor do rosto.

Em seguida, calçou um par de tênis brancos. Ficou lá por instantes, absorvendo o calor do sol, atravessada sobre o edredom da cama de dossel. Pensou em Jon, sobre o que tinha acontecido e o que quase aconteceu - entre eles na varanda. Não podia deixar isso assim. Não importava o que tivesse havido ou não entre eles, ele era seu amigo.

E tinham um trabalho a fazer.

Saiu para o corredor e foi em direção ao quarto dele, batendo suavemente na porta.

Cruzou os braços nervosamente sobre o peito enquanto esperava. Alguns segundos se passaram, depois um minuto. Nada.

Ela bateu novamente, dessa vez, mais alto, imaginando se ele tinha descido para tomar café. Mas isso não fazia sentido. Eram apenas sete e meia da manhã. Tinham ficado acordados até tarde, e Jon era conhecido por não ser uma pessoa matinal. Uma coisa era acordar cedo quando Takeda estava esperando por eles na sala de treinamento, outra coisa era acordar cedo sem razão.

Ela estendeu a mão para a maçaneta da porta, testando-a, surpresa por encontrá-la destrancada. Mordeu o lábio, perguntando se estava fazendo a coisa certa, e virou-a. A porta se abriu e o quarto estava aparentemente vazio.

Ava entrou, imaginando se Jon estava no banheiro.

- Jon - chamou baixinho, indo até a porta semiaberta do banheiro. Queria falar com você sobre ontem à noite.

Mas ela sabia que ele não estava lá. Havia algo vago e vazio atrás da porta, a sensação de um quarto desprovido de presença humana. Abriu a porta e não se surpreendeu ao encontrar o banheiro vazio.

Ela estava se virando para sair do quarto quando avistou um pedaço de papel no chão, perto da escrivaninha. Atravessou o quarto, se curvou para pegá-lo e percebeu que era uma folha com informações sobre Frederick Cain, exatamente como a do seu arquivo.

Endireitou-se e olhou para a escrivaninha, querendo devolver o documento para a pasta.

Não estava mais lá.

Olhou ao redor do quarto, imaginando se Jon havia colocado a pasta em uma das mesinhas de cabeceira ou na cômoda. Mas o quarto estava tão limpo e vazio como quando eles chegaram. Até mesmo a mala e as roupas de Jon tinham sumido.

Ava correu para fora do quarto e desceu as escadas, parando na recepção do hotel, onde encontrou Cruz e Marie.

-Vocês viram Jon?

Cruz começou a sacudir a cabeça, mas foi interrompido por Marie.

-Jon... o mais alto? Ava assentiu.

Ele partiu faz algumas horas, bem cedo. Eu não tinha nem feito o café ainda.

-Ele disse para onde estava indo? - Ava perguntou.

-Não, mas perguntou a que distância ficava o Hospital São Lucas.

-Ava? - Perguntou Cruz. - O que está acontecendo? Ava ignorou a pergunta.

-São Lucas? Isso fica em Windsor. No condado de Sonoma.

-Isso mesmo - concordou Marie. Ava voltou a atenção para Cruz.

-Onde estão Reena e Jane?

Agora havia preocupação nos olhos de Cruz.

-Na sala de estar.

Ela virou-se para Marie. Podemos pegar seu carro emprestado?

Revenge Treinamento para Vingança - Jesse LaskyOnde histórias criam vida. Descubra agora