-VEJA DO SEGUINTE MODO - DISSE WELLS - ... ESTAMOS LHE fazendo um favor, dando a ela a oportunidade de encontrar a mãe.
Lembrando-se das palavras de Takeda, Reena mascarou a raiva, despachando a emoção para um canto escuro da mente, onde não pudesse afetar sua missão.
-Faça o que quiser disse ela. - Mas se me matar, é melhor começar a correr. Para longe de Napa. E se esconder.
-Do que está falando? - gritou Wells impaciente.
A arma ainda estava apontada para ela, mas ele não tinha atirado. Ainda não. Estava muito interessado no que ela tinha a dizer em seguida. Reena riu.
-Você não acha que Charlie sabe que estou aqui? Ele tem recolhido informações sobre vocês por meses. E tem quase o suficiente para derrubá-los.
Matar-me seria a última peça do quebra-cabeça para mandá-los para o inferno por um tempo muito longo.
Abaixando a arma, Wells agarrou e puxou Reinhardt para o lado. Conversaram baixo, murmurando palavras, enquanto Reena assistia à discussão frenética com satisfação.
Finalmente, Reinhardt aproximou-se de novo de Reena.
-Vamos fazer um trato, senhorita Fuller.
-Estou ouvindo - Reena respondeu.
-Vamos dobrar o que Charlie está lhe pagando. Seu tom era quase conciliador. -Em troca, você deixará Napa e nunca mais voltará; nunca dirá uma palavra sobre isso a ninguém.
-E se o fizer - Wells disse - elas serão suas últimas palavras.
-E quanto a Charlie? - perguntou Reena, fazendo sua parte para o arremate. - Ele virá atrás de mim se eu o trair.
-Nós vamos cuidar de Charlie - disse Wells. Reena fingiu pensar no assunto.
-Feito. Mas não quero seu dinheiro. Reinhardt estreitou os olhos.
-O que você quer?
Ela abriu um sorriso lento.
-Digamos que para mim é suficiente saber o que eu sei. Pode chamar de minha pequena apólice de seguro.
- Basta lembrar - Wells disse - que a tatuagem em seu pescoço é mais do que um círculo.
E um alvo permanente. Se abrir a boca, iremos para cima de você, assim como fizemos com sua mãe.
Reena aproximou-se do homem que tinha aniquilado sua família por um terno novo e uma cadeira usada no Senado. Sussurrou algo em seu ouvido e se virou para a porta.
JANE. FECHOU OS OLHOS, PREPARANDO-SE PARA O CONFRONTO iminente. Ela queria a verdade, somente a verdade, havia muito tempo. Mas agora que estava diante dela, não sentia nada além de medo.
Olhou ao redor da casa magnífica. Um palácio com um lado obscuro e perigoso. Mesmo antes de perder a memória, vivia em um palácio de segredos e mentiras. Girou a maçaneta.
Era hora de entrar em cena.
Reena saiu para o corredor vazio, apoiando-se na parede para recuperar o fôlego, o coração batendo acelerado. Finalmente a salvo, permitiu-se um raro momento de realização. Ela não só sabia onde Marcus estava escondido como também tinha deixado Reinhardt e Wells furiosos de propósito, enganando-os e fazendo-os de tolos. Por um longo tempo eles ficariam de sobreaviso, procurando perigo ou ameaça em tudo.
Certamente até que Reena pudesse voltar e terminar o trabalho.
Esfregou a tatuagem do pescoço, sorrindo um pouco para si mesma. Ela podia não ser capaz de trazer Cruz ou sua mãe de volta, mas não ia deixar seus assassinos escaparem ilesos.
E também não deixaria Simon apodrecer na cadeia.
Missão cumprida. Por enquanto.
Estava se virando para sair quando ouviu passos rápidos atrás dela no corredor.
No quarto, Reinhardt e Wells se serviam de bebidas fortes.
Caminhando para a grande janela com vista para os terraços gramados da propriedade Starling, eles olharam para fora na escuridão.
-O que ela disse a você? - Reinhardt perguntou ao senador.
Wells terminou a bebida com um só gole.
-Disse que da próxima vez que me vir, vai me matar.
-Ava! Shay! - disse Reena, surpresa ao vê-los no corredor.
-O que você está fazendo aqui, Shay? Por que não está esperando no carro?
-É Jane - Ava explicou. - Descobriu quem ela é. Precisamos encontrá-la antes que se revele para Reinhardt. Reena balançou a cabeça. Eu não a vi.
-Onde ela está, porra? - disse Shay.
De repente, o armário de roupas do corredor se abriu. Um homem alto e bonito surgiu vestindo um terno caro.
-Jon? - Ava disse boquiaberta.
Ele abriu caminho pelo corredor, carregando Jane sobre um dos ombros.
-Jane estava de saída. Vamos.