Capítulo 56

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Ava e Shay estavam na sala secreta da jovem, planejando entrar na casa principal pela adega reformada.

Estavam no topo da escada, dentro da despensa principal, quando Ava agarrou o braço dele.

-O que foi? - Shay disse em um sibilo. - Precisamos achar Jane.

-Sei que precisamos achar Jane, mas por que você está surtando? Por que é tão ruim que ela encontre Reinhardt se ele e o pai dela?

Os olhos de Shav brilharam na penumbra.

-Porque foi ele quem tentou mata-la. Reinhardt acha que ela está morta, Ava. E se descobrir que não está, vai dar um jeito nisso.

O cano da arma, frio e duro, está pressionado contra a bochecha de Reena.

-Ainda não resolveu falar? - perguntou Reinhardt. Ela não disse nada. Estava jogando um jogo perigoso, esperando até o último minuto para dar a cartada final.

Havia sempre o risco de que calculasse errado e esperasse muito tempo, algo de que estava ciente com a arma tão perto de sua cabeça.

-Basta puxar o gatilho- disse Wells.

-Se alguém estivesse vindo para ajuda-la, ela já teria dito alguma coisa.

Reinhardt engatilhou a arma.

-Você não vai se arrepender de sujar suas paredes brancas tão perfeitas? - disse ela.

Reinhardt hesitou.

-A paz de espírito vai fazer valer o esforço extra.

Houve um longo momento em que Reena se perguntou se teria aguardado muito tempo,

meio que esperando ouvir o rugido da arma rasgar o quarto.

-Ok, ok, não atire! - disse ela, preparando-se para a próxima fase do plano. Reinhardt e Wells trocaram olhares satisfeitos.

-Foi Charlie ela disse. - Foi Charlie quem me contratou para espioná-los.

Wells imediatamente agarrou a garganta de Reinhardt.

-Você disse que podíamos confiar nele! Reinhardt balançou a cabeça.

-Ela está mentindo. Charlie está enfiado nisso tanto quanto nós. Ele tem o mesmo a perder.

Mas Reena podia sentir a dúvida em sua voz. - Como tem certeza de que está mentindo? -

Wells perguntou. Por favor Reena implorou, fazendo o papel da cativa amedrontada.

-Não me machuque. Charlie me colocou nisso.

-Por que ele faria isso? - perguntou Reinhardt, pressionando a arma com mais força em sua bochecha.

-Ele quer arruiná-lo - disse Reena. - Ele me pagou para me infiltrar em sua pequena reunião e descobrir onde Marcus está.

O rosto de Reinhardt ficou estático enquanto considerava as palavras de Reena.

Isso é ótimo disse Wells. Pelo que sabemos, seu pequeno vigarista foi encontrar Cain.

Talvez seja por isso que não temos conseguido falar com ele.

Estava funcionando. Reena não podia acreditar. Em alguns minutos, com apenas algumas palavras bem escolhidas, Charlie estava sendo despojado da confiança que tinha trabalhado durante anos para construir junto a Reinhardt.

E agora que não tinha mais a antiga vida para voltar - graças a Ava -, Charlie não tinha

nada.

O que significava que pelo menos um dos alvos deles tinha sido destruído com sucesso.

-Precisamos nos livrar dele - Wells afirmou nervoso.

-Ele está trabalhando com Cain para nos destruir.

Reinhardt balançou a cabeça.

-Nós não sabemos.

-Não seja estúpido! - Wells gritou.

-Por que fariam isso? - perguntou Reinhardt.

-Nós lhes demos tudo o que queriam.

-Por que alguém faz alguma coisa, William? Não é por amor, isso é coisa de criança. E não é por dinheiro, porque há sempre uma maneira de conseguir isso. Mas o poder... é por isso que vale a pena lutar. Seu parceiro quer tomar o seu lugar, meu amigo. E está planejando fazer de mim uma vítima em seu pequeno golpe. - Wells balançou a cabeça. - Ele sabe demais. Não podemos nos arriscar.

-E a filha de Fuller? - perguntou Reinhardt. Wells se aproximou, retirando a arma da mão de

Reinhardt e apertando-a contra a têmpora de Reena.

-Acho que você sabe a resposta para essa pergunta.

DO LADO DE FORA DO QUARTO, NO CORREDOR, JANE APROXIMOU-SE da suíte master do pai, seguindo o som da voz abafada. Não sabia se estava preparada para enfrentálo.

Ele era apenas um homem de quem ela nem se lembrava, a não ser por um punhado de lembranças confusas e uma boneca de porcelana.

Mas quem quer que ela tenha sido antes de acordar em Rebun, não era mais aquela pessoa.

E como poderia aceitar a pessoa que ela era, e que tinha se tornado, sem enfrentar a que ela tinha sido?

Agarrou a maçaneta da porta, preparando-se para enfrentar o pai.

Revenge Treinamento para Vingança - Jesse LaskyOnde histórias criam vida. Descubra agora