Capítulo 55

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ASSIM QUE PISOU NO HALL DE ENTRADA, JANE SOUBE QUE JÁ TINHA estado ali antes.

Passou pelos guardas sem incidentes, apenas mais um rostinho bonito em uma testa cheia deles, e foi direto para as escadas. Guiada por uma estranha intuição, foi para o andar de cima e parou na terceira porta do lado esquerdo. Colocando a mão na maçaneta de bronze, abriu a porta e acendeu a luz. O reconhecimento foi imediato.

Atravessou o quarto até a cama e deixou-se cair no edredom rosa-claro, examinando o quarto. Era finamente mobiliado, o branco das paredes contrabalançado por uma suntuosa cama de mogno, cômoda combinando e penteadeira. Um armário enorme ficava à direita de uma porta espelhada que, Jane de alguma forma sabia, era um grande closet.

Levantando-se, ela voltou a atenção para as bugigangas e os prêmios e certificados que decoravam a cômoda, e depois para uma caixa de música ricamente ornamentada. Ela a pegou e abriu. Um refrão metálico que ela reconheceu como o

Noturno em Dó sustenido menor de Chopin ecoou pelo cômodo.

Jane olhou dentro da caixa de música, os olhos atraídos para um par de brincos de rubi.

Levantou-os à luz, reconhecendo-os de uma lembrança que tivera enquanto estava na casa de Marie.

Fechando a caixa de música, inclinou-se para a cômoda, estudando uma boneca de porcelana em uma pequena vitrine. Era obviamente antiga, com as bochechas tingidas de marrom, os olhos misteriosos e vidrados. Estranhamente, Jane podia se identificar com o brilho congelado da boneca.

Retirou o invólucro de vidro e pegou a boneca, esfregando a porcelana fria contra a bochecha. Sua mente voou para o passado.

A menina Jane, de sete anos, está sentada no banco traseiro de uma limusine, com as pernas balançando, incapaz de alcançar o assoalho do carro de luxo. Um homem grande está sentado bem em frente a ela, e o cheiro do seu Lagavulin puro malte envelhecido é avassalador, enquanto outro homem igualmente impressionante está sentado ao lado da menina: seu pai.

Ele coloca o braço ao redor do ombro de Jane e sussurra em seu ouvido:

- Não se preocupe, querida; a reunião do papai acabou. Vamos passar o dia todo, juntos agora. Só tenho de fazer uma parada rápida.

Jane olha para ele. Ela adora passar o tempo com o pai.

A limusine segue até um bar construído para parecer uma velha missão espanhola. Seu nome - Red Tavern - é iluminado com uma bruxuleante luz de neon.

O homem grande em frente a ela pousa o copo, aperta a mão de William Reinhardt e deixa a limusine.

Agora que estão sozinhos, e como Jane tem sido uma boa menina, William lhe entrega uma caixa de presente.

Ela a pega, perguntando o motivo de recebê-la.

-É para você. Pura e simples. Não preciso de uma ocasião especifica para lhe dar um presente, não é? - Sua voz profunda e agressiva deixa a maioria das pessoas nervosas, mas, para Jane, ela é tão harmoniosa quanto à caixa de música em sua cômoda.

Jane abre o presente, emocionada ao ver sua nova boneca chines a: Exatamente a que ela queria. Reinhardt abaixa a divisão que separa a parte de trás, do veiculo do espaço do motorista e o instrui a ir para a região de Napa Valley.

Revenge Treinamento para Vingança - Jesse LaskyOnde histórias criam vida. Descubra agora