Três Palavras

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― Fica quieta, Regina. ― Seus sussurros eram falados ao pé do meu ouvido ― Assim, você vai acordar todo mundo.

― Eu não vou aguentar muito tempo, Robin ― escondi meu rosto em seu pescoço ―, vai mais rápido.

Se outra pessoa ouvisse nosso dialogo, nunca iria pensar que se tratava da tentativa de conter uma crise de riso.

― Não esperava ouvir essas palavras saindo de sua boca logo depois de nosso primeiro encontro. ― Um sorriso malicioso formou-se em sua boca.

― Idiota. ― Bati levemente em seu ombro ― Dá para parar de gracinhas e andar? Nesse ritmo só vamos chegar ao quarto quando amanhecer.

― Meu anjo, eu não consigo enxergar nada nesse escuro. Você acha que eu vou correr o risco de quebrar um dos preciosos vasos da Ava? Eu sou seu ladrão, mas não sou burro não.

― Hm, então quer dizer que você é meu ladrão? ― Aproximei-me mais. ― Só meu? ― Propositalmente deixei minha fala colidir com a pele de seu pescoço, cheirando e beijando a área arrepiada em seguida.

― Regina ― seus passos diminuíram e ele proferiu meu nome de olhos fechados e ofegante ―, não faz isso comigo, morena.

― O que eu estou fazendo? ― Indaguei vestindo minha melhor expressão de falsa inocência.

― Malvada ― ele riu e voltou a andar ―, você me provoca e depois ainda se faz de desentendida. Não sei como eu te aguento.

― Deve ser porque você me ama.

O termo e todas as consequências dele sendo proferido um para o outro já não era um assunto difícil para mim de ser tratado. Mesmo ainda não tendo dito as três palavras juntas olhando em seus olhos, nossas ações e gestos não deixavam dúvidas do que sentíamos e a reciprocidade disto. Nosso amor nasceu em uma curva totalmente inesperada do destino, sem aviso e ocupando de uma vez os espaços do coração. Aconteceu em meio à uma confusão, um erro, mas nunca me senti tão feliz e certa por me arriscar naquela aventura, com ele.

― Amo.

Azul e castanho conectando-se e misturando-se. Sorrisos crescendo em sincronia. Corações pulsando sob o mesmo ritmo, o nosso.

Passo por passo, ele chegou comigo nos braços em frente à porta do que eu já tinha me acostumado a chamar de meu quarto. Antes da virada ponteiro do relógio para a madrugada do domingo, após nossa dança, voltamos a conversar e Robin usou todos os argumentos sensatos ou não, para me convencer a não deixar aquela casa tão intempestivamente.

Flashback On

Os beijos começaram a ser distribuídos ao longo de toda a face, um carinho, a princípio doce e inocente, mas que ganhava outro significado em cada instante. Fogo. Paixão. Combustão. Sentados no sofá, eu não conseguia faze-lo parar, sequer cogitava impedir ou negar, meu corpo parecia estar em chamas e eu ofegava de olhos fechados somente deliciando-me com suas carícias. Robin depositou seus lábios em minhas bochechas, seguiu para a ponta do nariz, testa, maxilar, pescoço e queixo, percorrendo um deleitável caminho que terminaria em minha boca. Todavia, quando a expectativa por sentir seus lábios nos meus estava chegando ao limite, o desgraçado desviou e beijou apenas o canto da boca. Malvado. Abri os olhos frustrada, Robin estava com um sorriso sacana no rosto e não tão perto quanto antes.

― Queria me beijar, milady? ― O idiota ainda provocava?

― Você me paga, Locksley. ― Semicerrei os olhos em sua direção ― Juro que paga.

Ele ria, mas eu estava chateada demais para me render a aquele sorriso de covinhas.

― É assim que eu me sinto toda a vez que Tinker nos interrompe.

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