Hearts Collide

Reencontro

— Foi um prazer te conhecer, Regina — Fiona disse, com um sorriso no rosto, como se as palavras ditas antes não tivessem peso algum. — Espero, com todo o meu coração, que ele melhore e que vocês sejam muito felizes juntos.

Engoli a seco e assenti vagamente com a cabeça. Haviam tantas coisas pairando sobre meus ombros, empurrando-me para baixo, para pensar em uma forma mais aceitável de reagir a aqueles desejos de felicidade, fossem eles sinceros ou não.

Sua figura longilínea transformou-se de um borrão preto, um vulto disforme, para nada quando ela saiu do quarto, sem perceber a mulher desconcertada que deixava para trás.

Embora, os pés estivessem fixos no chão e os olhos em Daniel, minha mente vagava para muito mais longe. Rumo a Robin. Além das incertezas que aquela conversa plantou em mim, ainda tinha o desespero de não saber onde ele estava e como ele estava. Meu amor não voltou para o nosso quarto, como disse que faria, e também não estava com Daniel, como Ava disse que estaria. Ele escapava por meus dedos sem que pudesse o alcançar.

— Regina?? — Emma perguntou, balançando levemente meus braços. — Você está bem? O que aquela mulher estava fazendo aqui? — Seu olhar preocupado me trouxe para a realidade.

— Visitando seu irmão — disse vagamente, abstendo-lhe dos detalhes. Não era com ela que eu precisava conversar sobre tudo o que foi dito ali.

— Só isso? — erguendo uma das sobrancelhas, a loira observava meus olhos, vendo ali, talvez, uma sombra inquieta, aflita.

— Sim — respondi, desviando o olhar do seu.

A verdade, naquele instante, assemelhava-se muito com uma mentira, a qual sei que Emma descobriria se continuasse analisando o que a minha mirada escondia.

— Sei — ela não acreditou, mas deixou o assunto morrer, pelo menos por enquanto. Agradeci mentalmente por isso.

A conversa com Fiona pareceu ter sugado muitas das forças que eu usava para me manter de pé. Não podia gastar o restante explicando o que nem eu entendia ou entrando em detalhes que não sabia se eram verdadeiros, quando Robin continuava desaparecido. Meu coração se comprimia a cada segundo, como se sentisse que algo não estava certo e que ele precisava de mim, assim como eu precisava dele.

Céus. Precisava tanto dele.

— Robin não está aqui — suspirei cansada, engolindo o choro que inundava meu peito ao perceber que aquele era um conjunto de palavras que eu estava usando muito naquele dia.

— Ei — Emma se aproximou, abraçando meu corpo brevemente antes de se afastar e falar: — Vamos achar ele, está bem? Não fica assim.

— Eu não entendo, Emma. Como ele pode ficar desaparecendo assim? Por quê? Ele deveria ficar em casa se recuperando, mas... — a voz trêmula, falhou no final ao mesmo tempo que o ritmo cardíaco se intensificou de um jeito estranho: mais rápido e sem padrão. — Você precisava ver como ele ficou depois de tudo que a Belle falou. Frio, distante. Por mais que eu tentasse, não conseguia trazer ele de volta — eu lutava por falar, por respirar, por controlar aquele choro insistente, tudo ao mesmo tempo e sem sucesso algum.

— Rê, por favor, se acalma.

— Não posso, Emma — respondi, diminuindo o tom de voz, beirando ao sussurro. — Quando ele disse que me encontrava no quarto, eu senti... vi nos olhos dele que aquilo não aconteceria. Que de alguma forma, ele não voltaria para mim. Ainda sinto e isso está me destruindo a cada segundo.

Emma olhou para o irmão prostrado na cama, imóvel, e andou comigo para o canto do quarto, o mais longe possível dele.

— Robin te ama, Regina — disse, afirmando mais com os olhos do que com as palavras. — Ele pode ser teimoso, chato e irritante — se queixou, me fazendo rir —, mas ele te ama, com todo o coração, te ama. Você precisa ver como ele fica quando você chega perto ou, às vezes, você nem precisa estar presente. Basta falar o nome ou uma lembrança que ele fica sorrindo... assim mesmo — riu, apontando para minha boca se curvando apaixonada —, esse mesmo sorriso.