Certeza Sobre Nós

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Não havia frustração maior do que acordar de um lindo sonho e perceber que nada de fato aconteceu, a realidade pesava porque ao abrir os olhos o sentimento era de que o real nunca conseguiria alcançar a perfeita projeção do subconsciente.

Naquele momento, eu temia. Sim, estava aterrorizado pela possibilidade de tudo aquilo não se passar de um sonho. No instante que conheci Regina no aeroporto de Portland, minha vida mudou, mas eu não sabia e nem tinha como saber, até então ela era apenas uma mulher problemática e desconhecida que eu nunca mais veria e, ironia do destino, eu desejava não encontrar uma segunda vez. Entretanto, a vida põe surpresas em nossos caminhos, boas ou más, cada uma delas tem o poder de nos mudar como indivíduos ou alterar severamente nossos caminhos; basta decidir como encarar o acontecido.

Eu não decidi me apaixonar por Regina, meu coração fez essa escolha e eu apenas o segui.

Escolhi lutar por nosso amor assim que eu soube que era reciproco, assumi os riscos e mergulhei de cabeça em uma relação sem nome ou status definido, mas com a certeza que não importava os problemas e circunstâncias, amar Regina e ser amado por ela valia a pena.

O ar, tão vital para vida, naquele instante era nada mais do que um estorvo, um despertador sinalizando a hora do sonho acabar.

Ofegante, assim como ela, senti a falta do calor e sabor do beijo assim que nossos lábios se separaram. Meus olhos ainda fechados queriam perpetuar o momento antes de encarar a realidade e perceber que nada daquilo tinha de fato acontecido: não estávamos naquela piscina, nossos corpos não estavam colados e nosso beijo era uma doce ilusão.

Frustrado abri os olhos.

Meu coração pulsou mais rápido e forte, guiado pela felicidade que também fazia despontar em meu rosto um sorriso que eu não podia controlar ou impedir. Regina estava em minha frente, molhada, corada, sorrindo abertamente e com os olhos brilhando mais que a lua e as estrelas daquela noite de domingo.

― Puta merda, não foi um sonho.

Minha morena gargalhou com a minha fala, era o som mais maravilhoso do universo.

― Será? ― Ela indagou com uma das sobrancelhas erguidas. ― Acho melhor a gente fazer outro teste. ― Sorriu maliciosamente, mordendo os lábios inchados em seguida.

Sedento por provar de novo de seu beijo, eu diminuí rapidamente a tortuosa distância que nos separava, a puxando também para meu encontro. Com nossos rostos perto, Regina percorreu os lábios pelo meu maxilar, distribuindo beijos molhados pela pele e a cheirando vez ou outra. Apertei sua cintura contra mim, a fim de ela sentisse o quanto eu a queria. Minha morena arfou. Nossos lábios se roçaram em um jogo de tentação, ora muito perto ora se distanciando. Regina testava os limites do meu desejo e da minha sanidade, a morena com um sorriso lascivo no rosto aproveitava-se da água da piscina para aumentar o fogo que nos consumia sem que incendiássemos tudo.

― Regina ― pronunciei baixo ―, não faz assim. ― Implorei.

― Então ― sem piedade alguma, ela falou contra a minha boca ―, me mostra como é para fazer.

Sem mais delongas obedeci sua ordem. Colei meus lábios aos dela com urgência, beijando avidamente, com paixão e desejo. Regina prontamente abriu a boca para me dar acesso a ela, mas eu queria prolongar aquele momento, fazer dele eterno. Diminuí o rimo para me dedicar ao seu lábio superior e depois o inferior, mordiscando este levemente. Regina gemeu, eu a acompanhei. Com nossas bocas encaixadas, nossas línguas se encontraram, provando mais uma vez de um beijo delicioso. Minha morena levou uma das mãos até os fios do meu cabelo, acariciando, despenteando, puxando-me para seu encontro; a outra estava sob minha nuca e conforme a intensidade do beijo aumentava, ela percorreu a extensão de meu pescoço e ombro, cravando sua unha ali quando chupei sua língua. Meus braços em sua cintura concentrados em trazê-la para mais perto, mesmo isso nem sendo mais possível. Nossos corpos estavam absolutamente colados e a roupa molhada nos permitia sentir os efeitos das carícias.

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