capítulo 35

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Eu vi que meu pai já não confiava , mais como eu disse pra ele era o único jeito, era o que eu realmente queria , e ele como sempre me deu sua bênção, claro que queria fazer as coisas do jeito dele , mais eu precisava tentar por mim , e pela Isabel era meu grito de misericórdia.
Minha mãe claro ficou preocupada mais concordou com o meu plano, e eu só pensava nisso, vinte quatro horas por dia mais precisava deixar tudo em ordem aqui , afinal meus pais já tinham uma certa idade , e fiquei com receio de deixá-los ,mais minha mãe me acalmou e tinha também o João a Laísa e o Denis que sempre estavam em casa meu pai se apegou ao filho da Laisa que não tinha uma semana que ele não estava por lá correndo pela casa , muitas vezes a Laisa saia tarde do salão e passava em casa para pegá-lo .
O Isac ficou com um pé atrás á princípio mais resolveu me ajudar , e na manhã de segunda feira eu parti para aquilo que iria mudar a minha vida.

Cheguei na cidadezinha onde a Isabel morava e liguei para o Isac já passava da uma da tarde o sol estava de rachar.
- É aí Isac? Sou eu o Erick !
- Porra cara já estava achando que você tinha desistido!
- Não cara, atrasou porque o ônibus furou um pneu , mais e aí da pra vir me buscar?
- iiiii cara não vai dar não! Olha tem uma das minhas vaca parindo aqui e a veterinária está precisando de ajuda não vou conseguir sair , mais olha faz o seguinte , vai até a venda de frente com a igreja e vê se tem um carro por lá que possa trazer você pra cá, procura pelo Inácio, ele dá um jeito !
- Falou então! Daqui a pouco e estou aí.
- Falou cara !
Olhei em volta e vi a igreja e de longe já vi o bar do tal Inácio um lugar simples mais organizado , umas mesas de sinuca uma máquina de música em um canto um pessoal encostado no balcão jogando conversa fora , gostei logo de cara do tal Inácio, me apresentei falei que estava precisando de uma carona até o sítio do Isac.
- O seu Erik eu queria poder ajudar o senhor , mais meu pai saiu com o carro e só vai voltar a noite !
- Porra amigo ! Não tem táxi por aqui não?
- Não tem ! E agora ?
- Você sabe me dizer se é longe o sítio do Isac ?
- Longe não é mais para um moço da cidade, vai ficar difícil.
- Me fala como eu chego lá! Eu vou a pé!
- O senhor que sabe , deve dar uns oito km umas duas a três horas de caminhada!
- Fala aí como chego lá.
- O senhor tem certeza ? Espera meu pai chegando eu mesmo levo o senhor!
- Até o seu pai chegar , eu já vou estar chegando lá.
- Então tá!

Já estava andando a duas horas e nada desse bendito eucalipto chegar .
- O senhor vai andar uns dois km e vai achar um eucalipto enorme no meio da estrada dividindo a estrada em duas é só pegar a esquerda e vai dar lá no sítio do Zaque.

Caralho as duas garrafas de água que eu comprei lá no bar já tinham acabado , o chão de terra batida levantava um pó fino , e o sol estava escaldante , sentia minha pele branca queimando , abri a mochila e tirei uma camiseta de manga comprida e coloquei para evitar uma queimadura de terceiro grau , estava com boné, mais mesmo assim sentia queimar meu pescoço e minhas orelhas .
Andei e de longe eu avistei o tal do eucalipto , fiz como ele me falou mais assim que eu fiz a curva , me deparei com uma paisagem imensa a perder de vista nem sinal de sítio.
Andei por mais três horas sem parar , sedento com fome .
- Caralho o cara do bar falou uns oito km eu acho que já andei uma vinte .
Sentei para descansar, desanimado com vontade de falar uns palavrão, mais aí de longe eu vi uma poeira vindo pela estrada era um carro , que ao se aproximar foi parando até eu conseguir avistar uma mulher no volante .
- É aí forasteiro ? O que faz por essas bandas?
- Oi, meu nome é Erik eu estou tentando chegar ao sítio do meu amigo Isac ! Você por acaso conhece e sabe me dizer se está muito longe ?
- Oi Erik estou vindo de lá, acabei de fazer um parto bem difícil em umas das suas vacas .
- Nossa que sorte a minha , e está muito longe ? Estou andando a horas, meus pés estão acabados , estou morrendo de sede .
- Está bem longe ainda , mais sobe ai que eu te deixo lá.
- Nossa ! Não sei como agradecer , porra estou morto de tanto que eu andei , e eu que achei que estivesse em forma .
- Me desculpa nem me apresentei . Meu nome é Elisabeth mais pode me chamar de Bete , eu sou a veterinária da região.
-Muito prazer Bete eu me chamo Erik e vou passar uns tempos por aqui !
A Bete era uma mulher bonita e fácil de se gostar, conversava bastante era muito simpática e o papo fluía sem problema , andamos por mais meia hora de carro e logo avistamos o sítio do Isac.
- Nossa eu teria que andar muito ainda , sorte minha que você apareceu. Me desculpa por fazer você voltar .
- Nada! Bobagem foi um prazer amigo do Isac é meu amigo também!
Logo o Isac apareceu e logo já senti a veterinária mudar.
- Uai Bete mudou de ideia , vai jantar com a gente?
- Nada! Só vim trazer seu amigo , encontrei ele perdido!
- É aí Erick , como está?
- Morto ! Acabado com fome com sede , torrado!
Ele riu , mais eu estava falando sério meu pescoço e orelhas estavam pegando fogo do sol da tarde meus pés estavam com bolhas .
-Venha melhor tomar um banho e daqui a pouco a Lídia vai servir um jantar que vai te arribar .
O jantar estava muito bom devorei tudo que coloquei no prato me senti melhor depois de estar de banho tomado e sem fome , queria conversar um pouco com o Isac mais estava muito cansado e não demorou muito já estava deitado no meu Quarto que não passava de um celeiro , com uma cama e uma cômoda mais estava bom , não iria reclamar, eu queria provar para todos que eu era um homem e não um riquinho mimado como a Isabel achava .

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