Capítulo 15 - A proposta

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"A noite eu fujo para clubes de sexo, vendo os loucos curtirem"

******* Miguel ********

Aqueles maus pressentimentos continuaram atormentando Miguel, era péssimo estar sentindo um peso sendo que não havia feito nada demais. Automaticamente seguiu para a cozinha, com um tanto de pressa. Chegando lá, prossegue para o armário pegando uma cartela de remédios, um calmante e outro para diminuir sua dor, o médico o recomendou somente meio comprimido por vez. Mas para dormir mais rápido, tomou quatro, Miguel sabia muito bem que aquilo era loucura. Mas não estava disposto a passar por tamanha pressão. Depois do tal ato, ele vai imediatamente para o seu quarto, o efeito do calmante foi automático,caiu no sono em seguida, não bem um sono, mas sim um desmaio. A noite se passou feito um flashback, garoto sequer se mexeu, aquela altura ele se estivesse dormindo normalmente já estaria acordado, pois há se passava das 8:30. Rita não estranhou nada, a mesma apenas o chamou algumas vezes, desistiu na 3° para o café dá manhã. Ele era muito melhor dormindo, do que acordado enchendo o saco. Então para não ocorrer o risco de desperta-lo nem foi ao seu quarto, aquele dia novamente tinha uma de sua "famosos" problemas para resolver na cidade. Se arrumou rapidamente, escreveu um breve bilhete deixando por cima dá mesa para quando Miguel acordasse , lá apenas estava as instruções do que fazer,oque era nada, não sair de casa, o mesmo de sempre. Após isso, Rita dirigiu-se ao seu carro e seguiu para seu destino. O dia estava se passando lentamente, Miguel ainda estava em um sono profundo, aquilo para ele era muito bom.Se Rita descobrisse... mas, ele estava decidido que não seguiria mas suas ridículas ordens, já se passava dos meio-dia. O garoto não dava nem sinal de vida, até que começou a se mexer lentamente. estava sim dopado, aliás, muito ainda, era nítido isso, até ele mesmo percebia ao tanto que despertava ainda mais de seu sono. Claro que sua tia iria perceber, o jeito era evitar ela ao máximo que pudesse, o menino tinha perdido toda a noção do tempo, para ele já tinha se passado uma semana ou mais. Esse era o efeito do sono profundo, parecia que era eterno. Lentamente o menino foi subindo sua mão para tocar seu rosto e esfregar os olhos, uma forma típica de gente dorminhoca que acordava pela manhã muito cansado, mas mal sabia ele que já era quase uma dá tarde. Lentamente foi empurrando o cobertor, a tontura era seu maior obstáculo naquele momento, mas tinha que vence - lá. Depois de alguns segundos ele conseguiu sentar - se na cama, se pôs de pé, era difícil se manter daquele jeito, mas se escorando nos móveis conseguiu chegar até o banheiro, fazer sua higiene, jogar uma água no rosto. Miguel conseguiu recuperar um pouco dá consciência, porém, ainda estava tonto. Depois de alguns instantes, voltou a seu quarto, pegou o celular por cima do criado, notificou - se dá hora e dá data daquele dia, ele colocou a mão em seu rosto, pode ver que tinha passado apenas uma noite. E não uma semana como havia desejado. Suas costelas doíam freneticamente, juntamente com seu braço. Já havia passado dá hora de tomar seu remédio, então o mesmo sai de seu quarto, desce as escadas, claro que se escorando no corrimão, pois qualquer passo em falso, poderia desabar de cima a baixo, depois de chegar a cozinha, notou um pedaço de papel jogado por cima dá mesa, depois de ler deu um leve sorriso, saber que sua tia não estava em casa era um alívio, pois não ia notar que estava naquele estado. Miguel tomou seu remédio para dor, mais a fundo no armário tinha seu calmante, como não tinha paciência de esperar o tempo passar, resolveu tomar mais alguns, dessa vez tinha certeza que iria dar certo, mas quando já ia colocar o primeiro na boca, alguém bateu a porta, aquilo o irritou na hora. Ele jogou a cartela sobre a mesa, e foi atender, sua tontura não permitia que fosse na rapidez que utilizava normalmente, então atrasou alguns segundos, que só o deixou com mais raiva. Abriu a porta com um pouco de força, logo lançou palavras, independente de quem seja, ele não se importou nem um pouco.
- Oque que foi?
Miguel disse em um tom alto, mas ao mesmo tempo embolado por ainda estar sobre o efeito dos calmantes.
- Calma cara, eu atrapalhei em algo ?
Luke ficou um tanto assutado pela reação do outro, na hora notou uma diferença em sua voz.
- Ah, eu não acredito, você aqui de novo?
Miguel esbravejou ao perceber quem estava em sua frente.
- Pois é, vim aqui te ver. E não adianta negar, vi que sua tia saiu, podemos falar?.
Luke lançou algumas palavras com um sorriso leve, ele estava mesmo disposto a continuar ali até conversar com Miguel.
- Cara, eu realmente não estou bem hoje, dá pra você ir ?
Miguel disse em um tom desencorajado, o sono ainda estava agindo sobre seu corpo.
- Não, eu não saio daqui até me dizer o porquê você está dessa forma.
Miguel se afastou uns centímetros, já ia fechar a porta na cara de Luke, quando o mesmo coloca a mão a frente, adentra em sua casa. Luke era um tipo de pessoa determinada, nunca saia de um questão sem resposta, e para isso ele fazia de tudo. Miguel ficou automaticamente assustado, seu peito ainda doía bastante, assim revelando que o remédio que tomou minutos antes não havia feito efeito algum. Luke foi se aproximando lentamente e Miguel estava com um expressão abobalhada.
- Eu não vou fazer nada com você cara, nada que você não queira.
Miguel mudou sua expressão na hora e rebateu as palavras do outro na hora.
- É mesmo? Como posso confiar em uma pessoa feito você ? Sua chance já passou Luke, aliás, eu nem devia ter dado, não temos mais nada para resolver. Vai embora,por favor!
Luke murchou como sempre fazia quando o outro usava ignorância com ele, mas isso só servia para o dar mais motivação de conquista - lo novamente.
- VAI LOGO !
Miguel gritou fazendo Luke se assustar, claro que ele não poderia ficar ali depois daquilo, então deu meia volta e seguiu para a saída. Mas quando olhou em direção a mesa. Viu uma cartela de calmantes, ele reconheceu na hora, pois sua mãe também utilizava do mesmo para dormir, então na hora pode perceber o jeito estranho de Miguel agir. Ao invés de seguir para a porta, o mesmo foi rumo a mesa tomando a cartela voltando a Miguel.
- Oque você fez ?
Miguel corou na hora, pois havia realmente achado que o outro não havia percebido nada.
- Não é nada que seja dá sua conta.
O mesmo rebateu com um sorriso sínico tentando escapar daquela situação.
- Miguel! Você não é mais uma criança, não tente fazer algo que irá te prejudicar, eu não vou deixar.
Luke falou em um tom sério.
- Me prejudicar ? Você só pode estar de brincadeira, a única coisa que me prejudicou aqui foi você, se não fosse pela sua covardia estúpida eu nem precisaria de remédio algum.
Ao invés de Luke ir embora ou murchar, ele estufou o peito e o respondeu na mesma altura.
- Eu sei que fiz errado, eu sei que te machuquei, mas estou aqui, não estou ? E não importa o quanto você grite, ou rebata. Eu vou me consertar meu erro de qualquer jeito, e você sabe que não é só pelo erro, mas também pelo fato de te amar, e Miguel não adianta dizer que não sente nada por mim. Mesmo perdendo a essência, você continua sendo o mesmo menino doce que eu conheci lá no fundo.
Miguel não disse uma só palavra, mas após alguns segundos ele deu um sorriso irônico, oque não caia nada bem para sua expressão de sono.
- Eu não preciso de ajuda sua Luke, só quero que você vá embora e me deixe em paz, por favor!
Luke deu um suspiro fundo e prosseguiu.
- Ok, eu irei! Mas levarei esse remédio,e vou conversar com sua tia sobre o assunto.
A expressão assustada de Miguel foi tanta que era impossível disfarçar.
- Ou tem outra forma de eu não contar, você escolhe!
Miguel ficou sem saída, se sua tia soubesse de tal ato.... Claro que agora ele tinha menos medo dela, porém naquelas condições não poderia dar nenhum deslize, pois estava sobre sua dependência.
- Fala logo!
Luke deu um sorriso, estava com a faca e o queijo na mão.
- Desde que você vá lá pra casa e deixe minha mãe cuidar de você, ela disse que amaria sua presença. Você não pode negar!
Miguel ficou assustado com a proposta, era ridícula, mas sabia muito bem que Luke era capaz sim de entrega - lo para sua tia. Então teve que seguir as regras que o outro propôs, porém ambos sabiam que Rita não iria permitir que Miguel fosse para a casa dos outros. Mas Luke já havia pensado nessa parte.
- Eu irei pedir minha mãe para vir conversar com sua tia, já que ela é enfermeira não será difícil convence - lá.
Um silêncio tomou conta do local até que Luke volta a tomar a palavra.
- Amanhã eu vou voltar, e não adianta você impedir.
Miguel não disse nada, estava de mãos atadas outra vez. Em seguida Luke se direcionou a saída, com os comprimidos em mãos, ele queria ter certeza que Miguel não iria fazer nenhuma besteira.
- Idiota.
Miguel sussurrou para ele mesmo ao ver o outro passar pela porta. Agora sim estava em um problemão, não podia negar a sua vontade, mas temia pela reação de sua tia quanto a isso. O mesmo ainda estava sobre o efeito dos calmantes, então não dava para pensar em como poderia sair daquilo. Depois de alguns segundos, Miguel subiu as escadas vagarosamente,  seguiu para o seu quarto, se jogou na cama e adormeceu, era o único jeito de dispersar o clima pesado que se formou.

* meu docinhos, vejo que o livro deu uma alavancada significativa, só tenho a agradecer vocês, desculpem por alguns erros que tenho certeza que vão achar, boa leitura. Bjos * ❤

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