Capítulo 27 - O jantar

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A tarde estava linda, Miguel se encontrava em sua janela a apreciando, havia muitas coisas para fazer, agora que estava feliz,porém ,diante de uma situação difícil. Na segunda já iria voltar às aulas, teria uma pilha de trabalho para fazer, então teria que resolver tudo em seu lado pessoal nesse fim de semana. Iria começar por uma pessoa um tanto especial, que não via fazia um tempinho. Pegou o seu celular, sem cerimônia discou o seu número. Não demorou muito para que fosse finalmente atendido.
- Olá ?
- Ois, tia.
- Quem é ?
A senhora do outro lado se mostrava um tanto curiosa.
- Não se lembra de mim Dulce ?
- Miguel ? Aaaah meu Deus, que saudades. Estava pensando em você logo cedo.
- Eu também estava morrendo de saudades.
- Mas, como você está ?
- Estou bem, retirei o gesso hoje, estou recuperando os movimentos, mas os médicos disseram que em uma semana estarei novo novamente.
- Que notícia ótima, olha, estou de folga. Aliás, quer vir aqui ?
- Não seria um incomodo ?
Dulce da uma leve gargalhada do outro lado.
- Claro que não, meu filho vai adorar você.
- Filho ?
- É, estávamos tão empolgados com os problemas no hospital que nem te falei que eu tenho um. mas você vem o conhecer pessoalmente.
Miguel demorou um pouco para responder, pois ficou um pouco pensativo.
- Miguel ?
- Sim!
- Irá vir ?
- Irei, se não for incoveniente estragar sua folga.
- Não seja bobo. Você ainda tem o endereço ?
- Sim, tenho.
- Ok, irei esperar você.
- Até mais, beijos.
- Beijos.
Miguel continuaria pensativo, um filho ? Queria manter distância de rapazes naquele momento, logo deu um sorriso, era besteira de sua parte pensar assim. Foi para o banho, se arrumou bem rápido com uma veste simples. A casa de Dulce era 4 km dali, então teria tempo de sobra para pensar, sua tia ainda estava inerte com a ressaca da noite anterior, tudo apontava que ela teria bebido novamente. Ao sair de casa, em silêncio para não chamar atenção, sentiu que alguém se aproximava, quando se virou, novamente era ele. Luke estava com uma expressão sombria, de preocupação. Miguel foi bem direto, mesmo notando a dor do outro.
- Estou de saída.
- Miguel! Por favor! Precisamos conversar.
- Precisamos ? Acho que nossa conversa de mais cedo não foi o suficiente ? Luke, cara. Eu estive pensando em nós dois.
Miguel baixou a cabeça, Luke deu um sorriso, um feche de felicidade começará a se formar, seu coração disparou, e ele não escondeu sua ansiedade.
- Pensou ? Sério?
- Pensei sim.
- então... ?
O clima tenso dominava o local.
- Cara, Oque rolou entre a gente foi bom. Mas creio que isso tem que ficar no passado. Já deu por aqui.
O sorriso no rosto de Luke desmanchou em segundos, sua expressão pesada havia voltado.
- Mas... Miguel, eu te amo. Por favor!
- Não Luke, você não me ama, você acha que me ama, isso é coisa da sua cabeça.
Luke se alterou
- Miguel, você não sabe oque está dizendo.
- Estou decidido em minhas palavras, eu tive muito tempo para pensar nisso, acredite!
Miguel prosseguiu
- Quem ama não machuca Luke, quem ama não faz nem a metade do que você teve coragem de fazer com um abestalhado como eu. Que fiquei cego por um "amor" inexistente.
- INEXISTENTE ? VOCÊ TEM CERTEZA?
A voz de Luke se alterou de uma só vez. Miguel permanecia calmo.
- Sim, inexistente.
Luke começou a chorar, dessa vez sem aviso. Internamente Miguel estava destroçado com a cena, mas mantinha a pose.
- Acho que deveríamos parar por aqui. Eu te desejo o melhor. Tenho que ir agora, por favor, não me procure mais!
Luke segurou o seu braço, com lágrimas na face, disse algumas últimas palavras.
- Por favor!
Miguel o ignorou, puxou seu braço e seguiu caminho para casa de Dulce, havia perdido um bom tempo com Luke, que naquele momento queria esquecer. Pôs seu fone, começou a tocar don't hurt Yourself de Beyoncé, a música era perfeita para a ocasião. Seu coração estava cheio de ódio, com vários flashbacks de pensamentos.
Naão demorou muito para que chegasse a casa de Dulce. Bateu a porta, ficou alguns instantes esperando. Ela vinha o atender pessoalmente, sua raiva passou logo com a Áurea boa em que a aquela maravilhosa senhora passava para as pessoas. Se cumprimentaram com um demorado abraço, Dulce logo o pôs para dentro o fez se sentir em casa.
- Não se preocupe com nada querido, o jantar logo está pronto.
- Obrigado, não sei como agradecer.
- Como tem passado?
Dulce retornou para cozinha, e Miguel a acompanhou.
- Meus dias tem se tornado monótonos, mas fazer o que né ?
Dulce deu uma risadinha.
- Ah, acho que você precisa de um namorado.

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