Capítulo 21 - Seguindo Ordens

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"Estarei assombrando você"

********* Rita ***********

Já se passava das 3 da tarde, o som era dos pneus em chão de terra era irritante, novamente a mulher teria que passar por aquilo. Um dos "Serviços", manter o seu capricho de jogar e ter uma vida confortável, era desgastante, mas a Rita nunca se importou, mantinha duas vidas totalmente diferentes mesmo assim, mantinha a pose. Depois de uma casinha de madeira ser avistada, da um leve suspiro, havia chegado ao local marcado. Parou uns metros antes, tirou o celular de sua bolsa, fez um ligação. Depois de alguns segundos, a pessoa do outro lado ativou-se na linha.
- Cheguei.
Diz Rita antes de outro dizer qualquer palavra.
- Então, é só pegar e trazer para mim. Não tem erro, a mulher é simples, ela não daria problema, mas você sabe que não podemos deixar provas.
Rita se exaltou um pouco
- Você não disse nada de um homicídio. Está louco ?
- Quando se quer fazer um omelete precisa quebrar alguns ovos, Rita, ou melhor, Dona Stella.
Rita ficou muda naquele instante. sem retrucar mais nenhuma palavra, suspira e prossegue.
- Ok, mas eu vou querer mais 2 mil.
- Pode ser, ande logo pois quero dar fim nessa encomenda ainda hoje.
Rita deu um último suspiro após desligar sussurrou para si.
- Apenas mais um ano, você aguenta, vamos lá!
Ligou o carro, acabou de estacionar na frente da humilde casa, avistou um menino que aparentava ter uns 5 a 6 anos, era magro e esguio.  Seu semblante era de fome, mas mesmo assim, ele não deixa de dar um sorriso amigável para ela. Em seguida,Rita dá uma buzinada, uma mulher de estatura baixa, com uma outra criança no colo, era uma menina, aparentava ter 3 a 4 anos, ela era mais gordinha que o menino, então a mesma sugeriu que a menina ainda poderia mamar em sua mãe, pois os seios da mulher eram fartos, não como o restante do corpo.
- Olá, tudo bom?
Rita tentou ser amigável com a mulher, que tinha um semblante de medo em seu rosto.
- Sim senhora, Posso ajudar ?
- Pode sim, vim aqui buscar a encomenda do senhor Leonard!
A mulher ficou meio sem jeito, e desconcertada.
- Vamos entrar, por favor, não posso conversar sobre isso aqui!
Disse a mulher acanhada.
Rita pegou sua bolsa que estava no bolso do passageiro ao lado, lá estava tudo oque precisava. Se dirigiu a varanda.
- Prazer meu nome é Stella!
Disse Rita com um tom amigável, ela amava mentir, mesmo odiando que os outros mentisse para ela.
- Prazer Ana!
- E essa pequena ?
A menininha que estava ao seu colo escondeu o rosto no pescoço de sua mãe.
- Ah, essa é a Melanie. Ela é um bobinha, diga Oi para ela Mel!
A menininha nem se moveu, mostrando sua vergonhosa inocência, oque irritou Rita, porém não poderia demostrar, não naquela hora.
- Que lindinha, e ele ?
Disse Rita agachando próximo ao menino.
- Esse é o Léo, diga Oi para a moça Léo!
O menino já foi mais amigável.
- Oi moça, você é da cidade?
Disse o menino com um dedo na boca mostrando curiosidade.
- Sou sim rapaz, você gosta de cidades?
- Gosto sim, mas só ouvi falar, nunca fui.
- Como assim? Nunca saiu daqui?
- Não, minha mãe não gosta muito de sair.
Até que a mãe do garoto intervém.
- Para de incomodar a moça Léo! Vamos entrar?
Rita se voltou para a Ana, ela deduziu muitas coisas sobre a mesma, mas resolveu terminar com aquilo logo. Não era a primeira vez que Rita iria fazer, então se mostrou calma. Se adentrou na casa, se surpreendeu um pouco com oque viu, lá no fundo, sentiu nojo daquele lugar.
- Não repare dona, não deu para arrumar isso aqui direito, sabe como são crianças, não é?
- Sei sim, tudo bem! Mas vamos logo para o ponto ?
- Vou já pegar. Desculpa!
A mulher colocou a menina no chão, se dirigiu a um baú, o abriu, Rita percebeu que ali tinha um fundo falso, ela pode ver de longe, a mulher pegou um embrulho, entregou Rita, ela cheirou, era crack. Ela não sabia certamente oque era, antes de certificar no momento, o seu serviço era apenas pegar o embrulho e levar para Leonard, seu patrão, onde tirava o seu sustento. A moça logo abriu a boca.
- Ele mandou meu pagamento com você ?
Rita deu um suspiro, era agora.
- Mandou sim.
Rita tirou um masso de dinheiro da bolsa, oque causou surpresa na mulher.
- Não sabia que era isso tudo.
Se ali tivesse era uns 500 dólares, Rita ficou surpresa com a reação da mulher.
O menino que estava olhando tudo, logo abriu a boca chamando a atenção das duas.
- Mamãe, agora a senhora pode comprar um sapato pra mim? Igual daquele menino que veio aqui.
Ana se pronunciou
- Que menino Léo ? Andou sonhado.
-Aquele menino mãe, que veio com o moço trazer esse negócio aí.
Léo apontou para o embrulho, Rita se impressionou, o garoto era muito esperto para seu tamanho.
- Quantos anos ela tem?
Rita abriu finalmente a boca
- 6, vai fazer 7 mês que vem.
Rita deu um sorriso, sua suposição estava certa.
- Muito esperto ele.
- Sim moça, até demais, mamãe vai comprar o sapato para você, agora vai brincar, leve sua irmã também!
O menino pegou a mão da garota, que o seguiu sem murmurar.
- E o pai deles ?
Rita fez uma pergunta indiscreta, na lata. Ana com sua simplicidade não percebeu sua intenção na pergunta.
- Ele foi morto o ano passado, desde então tenho que fazer isso para sobreviver. Eu preferi morar aqui, é mais seguro.
- Você acha ?
Disse Rita surpresa.
- Sim, ninguém vai querer vir em um canto de mata só para ir atrás de uma mulher cheia de crianças, passo muito aperto com eles, mas sobrevivo. Agora com esse dinheiro, dá pra passar o ano e largar isso até arrumar algo melhor.
- Bom, eu sinto muito mesmo. Você vai conseguir!
Disse Rita dando um leve sorriso, até que volta a falar.
- Você pode me dar um pouco de água ?
Ana deu um sorriso
- Claro, mas não tenho água encanada, nem geladeira, vou ali no poço buscar, pode esperar?
- É claro, vai lá.
Foi tudo tão rápido, Rita era agiu demais. Quando a mulher se virou, a mesma tirou um revólver de sua bolsa, mirou em sua cabeça, e atirou. O primeiro tiro, errou, oque gelou o coração de Rita, acertou na orelha da moça. A mesma de um grito alto e estridente.
- OQUE VOCÊ TÁ FAZENDO?
Ana se afastou rapidamente, colocando a mão em sua orelha, que jorrava sangue.
- Desculpe moça! Não é nada particular, só queima de arquivo.
O choro de Ana aumentou, o que a fez cair de joelhos.
- Por favor Moça! Eu tenho meus filhos para cuidar, eu não vou dizer nada para ninguém, eu te imploro, por favor!

 - Por favor Moça! Eu tenho meus filhos para cuidar, eu não vou dizer nada para ninguém, eu te imploro, por favor!

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Rita se mostrou irredutível, mirou na em sua cabeça, e atirou. O sangue jorrou na parede, a mesma caiu de lado fazendo um barulho oco na madeira no chão. As crianças voltaram a aparecer na porta, o primeiro a gritar foi o menino, que causou desespero na menina. Ambos correram em direção a mesma, em gritos de desespero. Rita observava inerte.
- Por favor Moça, chama um médico, por favor.
Gritava o menino, enquanto a menina só balançava sua mãe em gritos. Rita se aproximou das costas da pequena,deu um chute em sua cabeça, a arremessando para frente, o chute foi tão forte, que a menina bateu a cabeça no assoalho, não deu tempo da mesma chorar, ela apenas ficava gemendo no chão, sangue começava a sair de seu nariz. O grito do menino se duplicou, o horror era exposto em sua face. Ele correu em direção da irmãzinha, tentando pegá-la desesperadamente, Rita observava tudo friamente. Até que a mesma resolve agir, com o choro do menino, colocando em risco a sua descrição , mesmo sendo desértico o local, pessoas apareciam sempre em momentos delicados. Então, o pega pelo braço com força, o mesmo começa a se debater, Rita o leva para o seu carro, no guarda-luva da frente havia fita, ela nunca saia sem elas, de um jeito ou outro sempre se mostravam úteis, era aquela a situação perfeita, após a mordaças serem bem apertadas, inclusive a boca, a mesma tranca a porta do seu carro, e o deixa se debatendo lá. Agora era a hora da limpeza, quando  foi entrar, pode perceber que a menina estava tendo uma convulsão, com certeza por conta da queda. Rita tomou novamente seu revólver, mirou contra a cabeça da pequena, quando foi apertar, apenas o barulho saiu, as balas haviam acabado, por seu azar ela não havia recarregado antes de sair. Então uma brilhante ideia veio em sua mente. Olhou pela janela da cozinha, lá viu o poço que a mulher havia se referido. Ela sabia muito bem como fazer a limpeza, pegou pelo o pé da mulher,  começou arrastar com dificuldades até lá, em volta do poço, havia um pequeno matagal, deixou o corpo da mesma, camuflado sobre o mato, voltou rapidamente para pegar da menina, que gemia baixinho no chão de madeira da casa. Rita a pegou pelo o pé, e começou a arrasta-la, por ainda estar viva, enquanto batia sua cabeça no chão, os gemidos saiam mais alto, a menina começará a se engasgar com o sangue que voltava pelo fato dela estar de cabeça para baixo. Não demorou muito para chegarem ao tal poço, Rita deixou a menina no chão, e com dificuldades pegou sua mãe pela cintura, colocou na beira do poço.
- Não é nada pessoal Dona Ana, são apenas negócios.
Rita pegou a sua coxa e a virou contra a poço, o barulho custou voltar, assim mostrando a profundidade do poço não era tão pequena quanto imaginária. Ela se dirigi novamente a pequena.
- Vamos acabar com isso logo, você vai com a vadia da sua mãe.
Claro que com a pequena Melanie as coisas seriam muito mais fáceis, ela a atirou também pra dentro do poço, agora sim, sua missão estava cumprida. volta rapidamente para o carro,o menino estava com a cara melada de choro, ainda estava sobre soluços. Rita se abriu a porta, e se aproximou.
- Fica quietinho bebê, logo vamos cuidar de você.
O menino fechou os olhos, demonstrando um medo tremendo da mesma, Rita pegou suas chaves e abriu o porta-malas. Então pegou um galão de gasolina, voltou pela última vez a casa jogou o máximo possível em seus cômodos, não iria precisar de tanto, pois era de madeira. Rita se direcionou a porta, e antes de sair, pegou um cigarro, ela raramente fumava, mas naquela hora, a única coisa que podia a fazer relaxar, era aquilo, pegou sua encomenda, que havia deixado no cantinho no chão, acendeu seu precioso calmante, e jogou o esqueiro acesso, o fogo pegou automáticamente, seu serviço estava pronto, a mesma voltou para o carro, guardou seu galão de gasolina, sentou no banco da frente, esquentou o motor, e acelerou, não podia dar indícios de que estivera ali, o menino continuava de olhos fechados. Ela tinha um plano perfeito para ele. Seguiu o caminho a dentro da mata, olhando o retrovisor , arrumando seu cabelo, como se nada houvesse acontecido.
* Bom, vou tentar postar um capítulo por dia, esse capítulo ficou bem forte, me perdoe por alguns erros que infelizmente vão achar, mas boa leitura, é não esqueçam de votar, beijos!* 💕

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