Capítulo 35 - Esperança

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"Hey baby, são 3 da manhã, me ligue, sinto sua falta!"

Após o jantar, Miguel ficou receoso na sala, ele não sabia por onde começar, e o horário de visitas havia acabado, forçando Luke ir embora alguns minutos antes de ter sua conversa com o médico, mas, fez o mesmo prometer que voltaria amanhã na parte da manhã.
- Eu não vejo a hora de você ir lá pra casa meu amor!
Miguel deu um sorriso e balançou a cabeça negativamente.
- Ainda temos que ver isso Luke, não dei certeza ainda.
- Mas, amor, por quê não pode ir? Minha mãe adora você, e eu também, eu prometo me comportar amor.
- Não é essa a questão Luke, já disse. São muitas coisas novas acontecendo, e é preferível não colocar vocês em perigo, se é que me entende.
Luke balançou a cabeça em forma de negação
- Se você não for pra lá, vai para onde?
Miguel abaixou a cabeça
- Bom... O doutor Richard me ofereceu um lugar para ficar até que a poeira abaixasse, não posso colocar a vida de vocês em risco por problemas meus.
- Nem fodendo Miguel! Você não vai para casa daquele médico NEM FODENDO.
Miguel ficou surpreso de imediato com a reação de Luke e a alteração de voz, oque fez sua raiva também subir.
- Vai embora agora! Aprenda a conversar formalmente dentro de um hospital, e depois volte a falar comigo.
Luke sentiu o peso de suas palavras o puxando de volta para a realidade.
- Amor?! Poxa, me desculpa, eu nem...
- Vai embora! Por favor! Quando estiver mais calmo pela manhã volte aqui e pense no que você falou!
Luke deu uns passos na direção de Miguel,sendo impedido pelo mesmo com uma de suas mãos, ele pega o seu casaco em sua cadeira e segue rápido para a saída. Em seguida, o doutor Richard entra.
- Ops, o clima está meio estranho aqui, aconteceu algo?
- Me desculpe doutor! Fora só uma discussão, me desculpe por te chamar assim do nada, precisava falar com você.
Richard se aproximou alguns passos da cama.
- Tudo bem Miguel, sempre que puder estarei disponível para você.
Miguel corou
- Obrigado por isso!
- O quê o senhorzinho está precisando?
Então, Miguel se sentou e tomou uma postura mais ereta.
- Bom, não é exatamente eu, o problema não está em mim, aliás, não é um problema, é algo que acontece. O meu namorado me disse coisas hoje que me tiraram do eixo, mais do que eu já estava, amanhã mesmo, se o senhor puder, quero que faça uma pilha de exames doutor, eu arco com os gastos. É só isso que eu te peço!
Richard colocou a mão em seu queixo.
- Está tudo bem, Miguel? Está me deixando preocupado.
Miguel balançou a cabeça negativamente.
- Infelizmente não está doutor. O Luke me disse que, está aparentemente doente, algo assim, não me desceu bem. E eu preciso saber oque está acontecendo.
- Ele vai colaborar ?
- Sim, vai.
- Será mais fácil assim.
- Doutor, algum problema se me dar alguma espécie de calmante? Vejo que se eu continuar nessa ansiedade, irei passar a noite toda acordado.
Richard balançou a cabeça negativamente.
- Não seria muito recomendável Miguel, calmantes podem ser viciantes, mas, dessa vez abrirei excessão com o seu caso, contanto que assim que sair daqui, você irá em uma psicóloga, ou em algum terapeuta. Me promete?!
Miguel deu um leve sorriso.
- Eu não creio que precise, mas, já que pediu.
- Sabia que não ia me decepcionar rapaz, agora, relaxe um pouco!
O doutor Richard apertou o travesseiro de Miguel o empurrando vagarosamente contra ele, em seguida, seguiu até uma das mesas, tomando uma injeção, e a injetando diretamente no soro.
- Isso vai te ajudar a dormir, agora, respire fundo e conte até cem! Boa noite.
Miguel deu um sorriso, e antes de começar a contar, o sono já tomou conta de si.

*********** Luke *************

Após sair do hospital com um ódio árduo de ciúmes e arrependimento, ele segue direto para casa, era uma noite fria, com ventos que faziam seu curtos cabelos chicotearem contra sua consciência. Ele amava muito Miguel, mas sabia como ninguém o tanto que teria que mudar para manter o outro em sua vida, ainda mais na fase inicial de mais um novo problema, que agora, todos estavam a par, Luke tinha um ego gigante, ele odiava ser comparado com algo fraco, então o quanto pudesse ficar longe de exames ou algo que ferisse sua masculinidade, estava fora. Com diversos pensamentos em sua mente turbulenta, deixou o caminho de casa mais curto, após chegar e topar sua querida mãe como sempre , deitada e assistindo, a mesma o indica algo novo que ela fez na cozinha, mas ele a ignora indo diretamente para o banho. E em seguida para a sua cama, o sono que estava tão presente alguns segundos antes, sumirá, o deixando ainda mais estressado. Aquela fora umas das noites mais longas da vida de Luke, e quando mal amanheceu, ele já pulou da cama com pressa, mesmo com um pouco de cansaço por passar a noite acordado, o mesmo não via a hora de ver Miguel para pedir-lhe desculpas. Quando chegou a cozinha já pronto para sair, sua mãe aparentemente estava arrumada tomando o café da manhã.
- Vê se come antes de sair meu amor!
Luke sentou-se a mesa e se serviu com um pouco de pressa, a ansiedade estava lhe dominando.
- Hey, com calma Luke! Nem falou bom dia com sua mãe.
- Desculpa mãe! É... Eu passei a noite acordado, e tenho que ver o Miguel, e pedir desculpas por ser um babaca com ele de novo.
- Oque você aprontou dessa vez?
- Nada muito relevante mãe, mas , tenho medo de perdê-lo por bobeira minha.
Dona Tina deu um sorrisinho bobo.
- Nunca imaginei que iria te ver tão apaixonado assim, meu filho está crescendo.
Luke correspondeu o sorriso da mesma com um brilho nós olhos.
- Ele é incrível, mãe.
- Eu sei, e na sua visita de hoje, eu irei contigo. Tudo bem ?!
- Pensei que não gostava de hospitais mãe.
- Realmente não gosto, mas por ele faço um esforço, já que irá ser meu futuro genro.
Luke soltou outro sorriso.
- Não vejo a hora de ele vir morar com a gente. Pena que não está de acordo.
- Converse direito com ele, meu filho! Se ele não quer vir, e porquê tem seus motivos. Não se adiante antes de uma boa conversa.
- Você tem razão, mãe. E teremos essa conversa hoje.
Ambos terminaram o café, e saíram de casa caminhando mais lentamente, Tina segurou no braço de Luke e ambos foram em passos mais sublimes, Luke teria que aprender a ser paciente, e antes que virassem a esquina, uma voz chamou por Luke, o fazendo virar, era Hillary.
- Hey! Eu ia passar aqui, estão indo aonde ?
Tina a respondeu
- Iríamos ver o Miguel, mas, se quiser podemos voltar..
- Nem pensar, eu justamente iria chamar o Luke para ir lá, então, podemos ir juntos.
Hillary correu até os dois, pegando no outro braço de Luke e seguindo para o hospital, na esperança que da li para a frente tudo iria melhorar, as folhas secas estavam começando a cair no chão, dando um contraste bonito para as ruas daquela pacata cidade.

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