Capítulo 22 - A garota misteriosa

1.5K 175 43
                                    

"Aviso de gatilhos e cenas pesadas, de tortura, caso seja sensível, não prossiga!"

O vento forte batia em seus fios, os fazendo oscilarem. Rita estava em toda a velocidade na estrada mata a dentro, ela iria sair em um afasto oque lhe daria a volta para casa. Mas antes, teria que resolver o pequeno probleminha que estava no banco ao lado. Já estava tudo planejado, Era só mais uma diversão para espalhar o clima pesado do dia. Assim ela pensava, faltando apenas 2 km para voltar a estrada principal, estaciona o carro, fazendo os olhos semiserrado do menino se abrirem gradativamente, tirou os óculos dos seus olhos, o colocando denovo no guarda-luvas. Abriu a porta do carro, e foi novamente para o porta- malas, o abrindo é lá tirando uma corda. Queria fazer aquilo de forma rápida, se agachou e amarrou bem apertado na traseira de seu carro. Deu um sorriso, voltou se novamente para a porta carona, pegou o pobre menino pelo braço, o fazendo gritar, mas seu grito foi abafado pela fita. O jogou para o chão para a colocar a chave na direção, quando notou que o banco do carona estava molhado, sentiu aquele cheiro forte de xixi. Rita se virou para o menino com uma fúria que só.
- Seu filho de uma puta, eu vou acabar com sua raça.
Ele voa como uma leoa para cima do pobre, quando uma ideia veio em sua mente, a fazendo parar. Ela falou poucas palavras, o desespero dele não o deixará entender
- Eu ia acabar com você rápido moleque, mas você não merece.
Rita pega pelo seu pé, o puxa até a traseira de seu carro, pega a corda, amarra em seus pés, dá um nó, bem apertado, aquilo iria ser o suficiente.
- Ah, é realmente uma pena, tão pequeninho.
As palavras saem de sua boca com um tom de deboche, seguindo de um sorriso.
- Boa viajem, Léo, não é?
Assim, a mesma se apressa ao voltar ao volante, olha no retrovisor para certificar que não havia ninguém vindo, a partida foi rápida. Enquanto o carro andava, podia se escutar batidas atrás, os gemidos do garoto foram abafados pelo ronco do motor. Rita mantinha seu sorriso intacto, procurando ir cada vez mais rápido. Faltando pouco para voltar a estrada principal para retornar a cidade, ela volta a parar o carro. Dessa vez faz tudo muito rápido, pois o risco era maior. A cena era terrível, até mesmo para ela, o menino estava ensanguentado, de certa forma desfigurado, a metade de sua roupa havia faltado, e alguns lugares de seu corpo faltavam pele, a fita que ela usará para o prender ainda estava intacta, não o dando nenhuma chance de escape. Como uma tesoura em mãos, ela parte a corda, arrasta o corpo do menino até a Mata, lá havia uma ladeira que dava acesso a um pântano, dali para a frente, os crocodilos davam conta, já estava tudo planejado, mais uma vez mostrava sua genialidade, não foi preciso de muita força para o atirar ribanceira abaixo. Ao acabar o serviço, volta novamente para o carro e se direciona a cidade, como se exatamente nada houvesse acontecido naquele cansativo dia.
*********Miguel*********
Com o fim do dia, o por do sol era um espetáculo a se ver, Miguel estava em sua janela enrolado com um fino cobertor, pensando sobre os dias corridos, pensou em Dulce, a muito tempo que não havia contato com ela, talvez naquela hora não seja o momento certo ainda, não queria aparecer abatido para a mesma. Sua tia havia ficado fora o dia todo, não era de seu costume fazer aquilo, mas é claro que não iria questiona-la. Já eram quase 6, mas por causa do horário, o sol ainda iluminava as ruas, mesmo que fracamente. Então como uma de suas decisões inusitada.
Pegou seu fones de ouvido, vestiu uma regata, sim, fazia um calor, talvez voltasse a chover por conta do abafamento. Nem se deu ao trabalho de calçar um tênis, então foi de chinelos mesmo. Passou pela rua de baixo, que também dava acesso a mata, uma música alta soava por seus ouvidos, nem sabia o nome, apenas deixou rolar automaticamente. Depois de alguns segundos, viu uma cena que não o incomodou de imediato, mas em seguida sim. Luke estava conversando com uma menina, uma menina misteriosa, Miguel  nunca a tinha visto por ali, nem na escola, e ele conhecia todos lá, ao menos que só por vista, mas conhecia. Estavam falando bem próximos, em seguida Miguel se abaixou, retirou o fone de ouvido para tentar ouvir o que falavam. Foi tudo inútil, estavam muito próximos, ainda por cima falavam baixo. Em seguida, aquilo que parecia uma despedida, Luke a deu um selinho, muito rápido, porém significativo, a fúria saiu dos olhos de Miguel através de lágrimas que eram impedidas de escorrer pelo seu braço. Não estava entendendo o porquê daquilo, ele o odiava com todas as forças, mas algo, inexplicávelmente o deixou naquela difícil situação, apesar de tudo, era bom, para agora ter certeza de que Luke não queria nada além de brincar com seus sentimentos. Luke se direciona na direção onde Miguel estava, enquanto a garota entrava em uma casa. Miguel se apressou, mas do que deveria no caminho de volta, mas quando deu os primeiros passos, escutou uma voz lhe chamando, seu coração gelou.
- Hey Miguel!! Oque estava fazendo aqui ?
Luke da sinal de vida, enquanto Miguel tentava achar uma resposta para o calar, mas nada veio naquele momento.
- Me espere aí, vamos voltar juntos!
Luke se apressou, enquanto Miguel continuava andando no mesmo ritmo.
- Onde você tava, cara ? Tá tudo bem?
Até que com a insistência do outro, Miguel cede. Parando em seguida
- Eu estava apenas fazendo uma caminhada, não posso mais ?
Luke se mostrou surpreso, demorou alguns segundos para o responder.
- Não, isso é ótimo. Bom saber que você está disposto novamente.
Miguel vira seu rosto para frente, um vento frio vem despercebido, espantando o calor que pairava pela cidade. O clima Realmente estava maluco.
- Pois é, vou indo.
Aquele modo seco que Miguel adotou ao tratar Luke era como uma defesa, ele não queria cair de novo, não iria o tratar mal, não queria afasta-lo, sendo que o podia mantê-lo perto, pois assim, podia o fazer pagar bem devagar. Até que Luke o surpreende.
- Posso ir com você ?
- Ir comigo ? Pra que ?
Luke põe a mão atrás da cabeça, dá um leve sorriso.
- Oras, tenho medo de ir sozinho. Esta noite já!
Mentiu
- Um homem deste tamanho? Faça me o favor né ?
Miguel debochou
- Sério, tenho medo do escuro, por mais impressionante que pareça, pode perguntar minha mãe.
Miguel deu um sorriso, e decidiu cortar aquela discussão desagradável que o enjôou mais rápido do que das outras vezes.
- Tá,mas pode ir calado ?
Luke ficou desconcertado, então apenas acenou com a cabeça. Pelo clima ter esfriado repentinamente, Miguel cruzou os braços para se proteger das rajadas de vento que vinham sem aviso, Luke havia levado um casaco que sua mãe sempre o obrigava carregar, então ao perceber o desconforto do outro, o jogou sobre seus ombros. Miguel ficou surpreso, então logo se manisfestou.
- Estamos quase chegando cara, não precisa.
Assim que Miguel ia o devolvê-lo, um farou os surpreende por trás,os corações de ambos aumentaram a frequência, até que pelo modelo e cor do carro, Miguel percebe de quem se trata, só ouvindo uma ordem saindo do banco do motorista.
- Entra!
Ele poderia negar, mas queria logo fugir da presença de Luke, Então não pensou duas vezes ao se adentrar no carro e aguentar a bronca que estava por vir. Porém Rita apenas fechou os vidros e prosseguiu, Luke continuou o caminho a pé, não quis insistir para que Miguel o acompanhasse por sabia como era o genê de sua tia. Ao chegar em casa, Miguel desceu do carro vagarosamente, até Rita finalmente se pronunciou.
- Você sabe que não pode ficar andando sozinho a noite, não é?
Miguel ficou calado, naquele momento tudo o que queria fazer era responde-la a altura, então o fez.
- A senhora também sabe que eu não sou mais um garotinho de 8 anos, não é ?
Então, Rita alterou a voz.
- Ok então, mas a partir do ano que vem, quando você completar os 18, vai sumir desta casa.
- Isso é tudo oque eu mais quero.
Repeliu Miguel, Rita fechou os punhos e sem querer soltou.
- Não foi o suficiente a surra que aqueles garotos te deram, não é mesmo Miguel?
Miguel paralisou, até que enfim ela o Calou como sempre fazia, então Rita prosseguiu.
- Bom, eu acho que não, então suba para o seu quarto, e não saia de lá até amanhã, é uma ordem, ou você irá dormir do lado de fora, permanente.
Rita finalizou, quando deu as costas Miguel voltou a falar fracamente.
- Como você sabe que... Como você sabe que os garotos que me bateram, sendo que ninguém sabe? Além de mim e eles ?
Isso remoeu na cabeça de Miguel assim que ela soltou aquela frase. Rita nada disse, apenas reforçou sua ordem para que ele seguisse para o seu quarto, e ele que não queria dormir no lado de fora,seguiu sem mais nenhum pronunciamento, porém, agora ele tinha mais um coisa para pensar, ou, mais uma questão. Como sua tia ficou sabendo daquele monstruoso fato?.
Chegando ao seu quarto seguiu direto para o banheiro, tirou suas roupas,bem devagar, o suor por conta da caminhada fez a roupa colar levemente em seu abdômen. Após ficar nu, Miguel liga o chuveiro, tomando cuidado com o braço enfaixado, aquilo não o incômodava mais, deixou seus pensamentos fluírem, juntamente com seu estresse. Após o demorado banho, Miguel veste um pijama simples, se joga na cama, após muito pensar, se decide, agora iria tirar a limpo essa história da surra, ele tinha certeza que não era só implicância, alguma coisa tinha a mais, poderiam até o caçuar, mais uma surra daquela magnitude teria que haver algum motivo. Finalmente decide contatar a ajuda de Luke, como os amigos eram dele, seria muito mais fácil descobrir a razão através do mesmo. Tomou o seu celular, e para ele escreveu uma mensagem.
- Ois
Luke demorou algum tempo para responder, oque causou impaciência em Miguel,o seu celular vibra, sua ansiedade é cortada.
- Oii, aconteceu alguma coisa ?
Miguel em seguida começa a digitar.
- Ainda não, mas precisamos conversar. Mas não por mensagem.
- Se quiser eu vou aí amanhã.
Então Miguel finaliza.
- Você sabe que não dá, eu arrumo um jeito de vazar aí amanhã, depois te informo o horário.
- Ok, te espero, minha mãe sente saudades.
Após essa última mensagem de Luke, Miguel apaga o celular deixando cair sobre seu rosto, o cansaço lhe toma Conta, dando início a uma nova noite de sono.

* Bom, demorei um pouco para postar o capítulo, mas está aí, espero que gostem, o livro não irá se estender muito a partir de agora os personagens iram se alinhar em seus finais, desculpem por alguns erros que certamente irão achar, obrigado, bjos! * 💕

Dias Chuvosos Onde histórias criam vida. Descubra agora