Capítulo 30 - Reconexão

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Os batimentos do pobre estavam rápidos após a inesperada notícia, um sentimento profundo o domava por inteiro, ele havia certeza que não era pena, Miguel sentia na necessidade de estar do lado dele como nunca, era como se a vida fugisse para Luke, e não importasse mais nada, ele tinha que estar lá. Dona Tina falava sem parar, enquanto Luke estava avoado, sem prestar atenção em suas observações no comportamento de Luke nos últimos tempos. Sabe quando tudo passa como um filme em sua cabeça ? Quando a dor da perda de torna real ? Quando você sabe que a pessoa está lá, mas como se a qualquer momento pode simplesmente desaparecer ? Miguel não estava disposto a aguentar uma coisa dessas, nem que tivesse que passar sobre o seu orgulho, que agora era o menor dos seus problemas.
- Ele está em casa ?
Interrompeu a mesma que estava focada em um assunto que Miguel não sabia do que se tratava.
- Quando eu saí de lá, estava dormindo.
- Posso ver ele ?
- Mas e o plano ? Você não disse que teríamos que ser cautelosos...
- Sim, eu disse, mas, quanto mais a gente demorar, mas irá se espalhar, não estamos lhe dando como uma gripe dona Tina, é tudo ou nada, eu quero conversar com ele, a sós.
Dona Tina deu um suspiro, daqueles bem longos, assentiu com a cabeça. O caminho foi demorado e tortuoso, a ansiedade de Miguel estava o quase fazendo desmaiar, só quem passa por isso sabe. O mesmo segurou a mão da senhora ao lado, que se surpreendeu com seu ato, e disse baixinho.
- A Sra vai na frente, daí, eu entro como se fosse uma visita, tudo bem?
Dona Tina o olhou de esguelha.
- Não imaginei que você fosse tão esperto.
- Obrigado pelo elogio.
Miguel improvisou um sorriso simpático, enquanto dona Tina entrava em sua casa. Ele ficou alguma segundos do lado de fora, que para ele, claramente era minutos. Pegou o seu celular, olhou alguns mensagens, havia algumas de Jhon lhe cobrando o almoço que ele disse que iria, resolveu responder mais tarde. por um impulso, se direcionou a calçada, e em seguida a porta, batendo três vezes seguidas, não demorou muito para que fosse atendido, dona Tina agiu com normalidade, apenas balançou a cabeça, indicando a parte de cima da casa.
- Entre filho! Irei chamar ele.
Miguel se dirigiu ao sofá, sem receio algum, se sentou, ouviu a mulher chamando pelo filho repetidas vezes, e ele não atendia em nenhuma.
- É... Eu acho que ele não está afim de conversa, não quer voltar outro dia Miguel?
Ela tentou falar mais alto para que o mesmo ouvisse, o plano havia dado certo, após alguns segundos, Luke apareceu no alto da escada, descabelado e de pijama, seus olhos estavam inchados. Aparentemente havia chorado, mas ele não deixava de ser bonito, nem com todos os quesitos afirmados acima. Miguel ficou calado apenas observando, sua vontade de falar era grande, mas ele queria que o outros tomasse as rédeas, qualquer passo em falso seu plano ia por água abaixo.
- Posso ajudar?
Luke deu uma olhada diretamente para Miguel, ele estava longe de ser o mesmo de antes, um clima sombrio rodeava o garoto, qualquer pessoa mais sensível poderia sentir de longe.
- Meio que pode.
- Meio ?
Dona Tina ficou apenas observando, até que a mesma dá uma desculpa para sair Dali.
- Irei preparar um café, fique a vontade Miguel, vista uma roupa apresentável meu filho, assim que você trata as visitas?
Dona Tina ainda estava tentando disfarçar, sinceramente, ela era ótima nisso.
- Não tenho porquê me vestir mãe, logo irei voltar para a cama, seja breve por favor Miguel!
Era claro que Luke iria ser diferente com o mesmo, depois daquela discussão seria impossível mostrar igualdade, mesmo para as almas mais boas.
- Eu não pretendo ir agora, se você me permitir ficar mais um pouco.
Retrucou Miguel
- Fique o quanto quiser, mas na minha presença você tem um limite de tempo.
- Quero te pedir desculpas por aquele dia, eu estava nervoso é...
- Desculpas ? Ah Miguel, faça me o favor, eu sei que errei contigo, mas agora estamos quites, você não precisa se desculpar, já deu por Aqui, está na hora de seguir em frente, como você mesmo disse pra mim.
Miguel ficou em silêncio enquanto Luke descia as escadas lentamente.
- Só isso que te traz aqui? Sinceramente não estou com humor para ouvir sermões hoje.
- Eu não vim aqui para te dar sermões, e que, eu pensei melhor, e... Que tal irmos a cachoeira daquele dia ?
- Ah, na cachoeira? Mas pensei que você não tinha gostado.
- É claro que eu gostei, como não poderia gostar ?
- E Oque eu te fiz ?...
- Você acabou de dizer para deixar o passado no passado, não é ?
- Sim, mas, você sabe...
- Xiuuu, vamos esquecer isso, só por hoje.
O clima ficou mais leve, finalmente os dois estavam conversando formalmente após tanto tempo de briga, pena que era por um motivo que Luke ainda não sabia, naturalmente Miguel nunca iria tentar um reaproximação, ele era rancoroso, infelizmente na vida, aprendemos muitas coisas, defeitos vem incluídos nas experiências. Dona Tina veio com duas xícaras de café em uma bandeja, Luke recusou, ambos sentaram no sofá, enquanto a outra arrumava outro afazer para deixar os dois a sós.
- Por quê veio aqui ?
- Nossa, assim que me recebe ?
- Me desculpe, que é tudo tão recente pra mim, achei que você nunca iria me perdoar.
- Eu pensei melhor, ficar guardando mágoas não é bom, nem pra mim, nem pra você.
Luke escorregou sua mão até a de Miguel, ele puxou rapidamente, Oque fez ter um pontada de arrependimento.
- Me desculpa! Não foi minha intenção...
- Não tudo bem, mas vamos de vagar por enquanto, tudo bem? Não quero estragar as coisas.
- Tudo bem!
Dona Tina estava ouvindo tudo, era incrível como Miguel tinha tanto poder sobre o Luke, ele mudou seu humor num instante, o amor é incrível, temos que adimitir, ele faz coisas quase impossíveis, mas se torna mortal em mãos erradas. Enfim, após ambos acertarem e resolveram partir para a cachoeira. Luke foi de pijama, era inacreditável sua indisposição até para trocar de roupa, Miguel estava deixando as coisas fluírem, não queria pressionar e estragar a recente reconexão.

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