Max Thieriot como Nathan Blake
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“Eu amo o cheiro da gasolina
Eu acendo o fósforo para saborear o calorEu sempre gostei de brincar com fogo”
— Play With Fire, Sam Tinnesz
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Domingo, 01 de Novembro de 2014
Tanto Sam quanto Kate tiveram noites mal dormidas. Aliás, a primeira sequer dormiu e a segunda só conseguiu tirar alguns cochilos, sempre interrompidos por um sonho ruim a respeito de Claire. Acordava assustada, chorava até dormir novamente e assim aquele ciclo terrível se seguia até o amanhecer.
As duas garotas dormiram no mesmo quarto. Kate em sua cama e Sam em um colchão no chão, o seu antigo colchão. Uma resolveu não deixar a outra dormir sozinha, já sabiam que seria difícil naquela situação e, por mais que na maioria das vezes não suportassem uma a outra, elas se amavam e se apoiavam como irmãs, porque era isso que de certa forma elas eram.
A manhã era silenciosa, parecia que os pássaros haviam se esquecido de cantar. As garotas, embora estivessem acordadas, sequer se levantaram, permaneceram encarando o teto acima delas com milhares de pensamentos rodando pelas suas cabeças e uma forte e terrível dor se apossando de seus corações.
Rápida como um vulto, Kate pegou o relógio no criado-mudo ao seu lado e o arremessou no chão, quebrando-o, fazendo Sam se assustar com o barulho. Ela se sentou no colchão, observou a garota se levantar e pegar o criado-mudo agora vazio com ambas as mãos, rosnando e jogando-o em cima do relógio. Por mais que tivesse detestado aquela atitude, Allen não poderia julgar. Fazia quase a mesma coisa no quarto daquele hospital psiquiátrico. Às vezes a raiva pode ser um sentimento incontrolável e, por mais que não fossem irmãs biológicas, Kate e Sam conseguiam ser bem parecidas quando esse sentimento se apossava delas.
— Pare com isso! — a ruiva exclamou, se levantou e foi até a garota negra, puxando-a para que parasse de bater o criado-mudo contra o relógio já estraçalhado no chão. Ela se desviou de seu toque e a olhou com sangue nos olhos, lhe dando um empurrão em seguida, fazendo-a quase se desequilibrar.
— Você trouxe problemas para essa família! — a empurrou novamente.
— Está dizendo que eu sou a culpada disso?! E por que eu seria?! — perguntou com o cenho franzido.
Kate tomou algumas respirações profundas e, a cada uma, ela cravava as unhas nas palmas das mãos. Em meio a uma das, ela caminhou em direção à porta, a abriu e saiu dali, fechando-a com força. Sam estremeceu com a batida enquanto permanecia com seu semblante confuso. Claro que não pôde evitar de se magoar com aquelas palavras, mas tentou colocar em sua cabeça que Kate estava apenas com raiva. Quantas besteiras ela já havia lhe dito quando estava irritada? Quantas brigas as duas já tiveram ao ponto de Claire ou James tivesse de separá-las para que não acabassem ferindo seriamente uma a outra? Haviam sido várias. Se fosse em um outro dia qualquer, as duas já estariam se estapeando no chão, mas não era. E a exata situação em que se encontravam naquele momento a impediu de lhe devolver os empurrões.
***
Andrew e Victor foram até a casa dos Blakes após terem recebido o convite de Sam para tomar café da manhã lá. Os dois estavam sentados no sofá calados. Andrew encarava a televisão desligada à sua frente e Victor mexia em seu celular, com a esperança de que suas mensagens fossem respondidas ou de que Josh ligasse para ele de volta. Nenhum dos dois aconteceu. As mensagens já passavam de duas mil e as ligações foram quase trezentas.
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Painful Lies - 2ª Temporada [CONCLUÍDO]
Novela JuvenilÉ necessário ter lido a 1ª Temporada para entender a 2ª. A série "Painful Secrets" volta, dessa vez muito mais misteriosa e dramática. Além do último ocorrido com Heather, novos - e velhos - problemas surgem para abalar a vida de nossos protagonista...