Harry Lloyd como Luke T.Becker
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Derek não disse nada. Apenas deixou que seu amigo entrasse e se sentou no sofá. Quando o cooler foi colocado próximo aos seus pés, ele o abriu e tirou de lá uma cerveja.— Então, isso foi um sim à minha oferta de paz? — Harry indagou ao observar a atitude do amigo que o olhou nos olhos com um semblante sério. — ...Não? Cara, eu fui um tremendo de um babaca, reconheço isso. Às vezes a bebida me deixa assim. O que eu disse no carro ficou rodando na minha cabeça desde quando acordei naquela cama de motel e eu fiquei pensando nisso o dia inteiro... até hoje. — Daniel suspirou e encostou as costas no sofá. — Refletindo o quanto fui um babaca… e...
— Okay — o interrompeu e assentiu com a cabeça. — Está tudo bem agora.
— Mas ainda não terminei de falar.
— E não precisa. Já disse que está tudo bem.
Becker abriu um sorriso de canto a canto.
— Mesmo? Valeu, cara — abaixou-se para retirar uma cerveja do cooler carregado de gelo e se sentou ao seu lado. Estendeu a garrafa para ele que, ao revirar os olhos e soltar mais um suspiro, encostou a dele ali, fazendo um tilintar ecoar pela sala. Em seguida, deram um gole ao mesmo tempo. — Pense em um sexo terrível. Juro, acho que devo ter feito o pior sexo da minha vida com aquela garota a… Nancy… ela agia como uma atriz pornô, mas não no sentido bom. Eu estava dando o meu melhor e estava na cara que ela estava fingindo.
— Talvez você seja ruim — Derek replicou e deu mais um gole. Não queria ouvir Harry falando sobre garotas naquele momento, havia acabado de perdoá-lo, ele realmente achava que as coisas voltariam ao normal em questão de segundos? Bom, de qualquer forma, não o impediu.
— O quê? Impossível! Eu sou fantástico.
— Já transou com a mesma garota quantas vezes? — o encarou com as sobrancelhas arqueadas.
— … Elas sempre pedem, mas sabe como é, eu não gosto de repetir. Exceto a Kate na época em que ela era minha namorada.
Daniel riu. Uma coisa ele não podia negar sobre aquele jovem ao seu lado: ele era muito engraçado. Até conseguia lembrá-lo de um amigo de infância que teve, George Rodgers. A diferença era que Rodgers fazia diversas piadas machistas e homofóbicas e também tinha uma masculinidade um tanto frágil, coisa que Harry não tinha ou não costumava fazer.
— Tem dinheiro para pedirmos uma pizza? — Harry perguntou.
— Não era você que tinha dinheiro pra tudo? — retrucou, fazendo uma referência ao que ele tinha dito naquela noite após o baile.
— Oh, vai se fuder, não me lembre disso — Derek riu mais uma vez com as palavras do amigo. — Vou chamar o Tom e nós dividimos o dinheiro para a pizza. — Pegou o celular em seu bolso e o desbloqueou com uma só mão. — Já conheceu seus novos vizinhos?
— Novos vizinhos? — franziu o cenho.
— É, tem um caminhão de mudança próximo à casa ao lado. Se for uma gostosa, lembre-se de apresentá-la a mim — dizia sem tirar os olhos do celular. — Se for da nossa idade, talvez os pais a matriculem na HHHS. Sem ofensas, mas morando nesse bairro, não acho que eles a matriculariam na Argent. Ao menos que ela seja bolsista. — Enviou a mensagem. — Pronto. Agora é só esperar que ele responda.
***
Pode parecer uma tremenda loucura, mas ele a amava. De uma forma doentia, psicótica e extremamente nojenta, mas a amava. Se arrependia toda vez que a agredia daquela forma, mas, para ele, tocá-la era uma sensação incrível e, de certa forma, viciante. Ele não conseguia parar. Porém, sempre que fazia, trancava-se em seu quarto depois e chorava. Perguntava-se: “Por que eu sou dessa forma?”, “Por que eu não consigo parar?”. Era como se houvesse duas versões de si. E mesmo se remoendo por dentro, a culpada não conseguia se entregar.
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Painful Lies - 2ª Temporada [CONCLUÍDO]
Novela JuvenilÉ necessário ter lido a 1ª Temporada para entender a 2ª. A série "Painful Secrets" volta, dessa vez muito mais misteriosa e dramática. Além do último ocorrido com Heather, novos - e velhos - problemas surgem para abalar a vida de nossos protagonista...