Capítulo 2

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Capítulo 2
Deixe a Janela Aberta

7 anos depois — leia as informações sobre a idade dos personagens nessa fase: aqui.








— Você cozinha bem, Lotte. — Michael disse, enquanto mastigava.

— Michael! — John resmungou.

— Não brigue com ele. Sabe que não há problema. — me sentei, e coloquei as panquecas no prato de Daisy, que estava ao meu lado.

— Não estamos acostumados a não ter alguém que nos perturbe, e que não nos obrigue a agirmos de modo que odiamos. — após terminar de falar, John colocou um dos pedaços dentro de sua boca. Arqueei uma sobrancelha. — O quê?

— Vocês estão conosco há sete anos, John. E... Desde quando fala assim? — ele riu.

— Estava em um livro que eu li. — deixei meu queixo cair. — Estava louco para dizer isso.



Ri, e parei. E depois ri novamente, e ele me acompanhou. As crianças — era o modo de dizer, afinal, Michael já estava um homem —, apenas se olhavam sorrindo.

— O que foi, romântica nata? — perguntei, olhando Daisy, mas Michael quem explicou.

— Vocês são lindos juntos. — o loiro comentou baixo, e depois colocou panquecas em sua boca.



Eu e John nos olhamos. Por mais incrível que parecesse, nenhum de nós dois ficou envergonhado com isso. Apenas sorrimos. Afinal, se éramos lindos juntos, significava que talvez fosse o certo. E que, penando assim, eu me sinto muito mais que feliz com ele. Então, não importava.

Planejamos sair hoje, domingo. Os dois já tinham espaços reservados no guarda-roupas. Fomos à um shopping, na área burguesa de Londres.

Nós lanchamos, e após jogar um pouco, ele nos levou para fazer compras. E se quer saber, Daisy e Michael se divertiram mais que nós dois, que após escolher três ou quatro peças de roupas, ficamos em um completo tédio. Ao voltar já estava anoitecendo.



— Podemos dormir aqui novamente, Lotte? — Michael perguntou, e John me olhou em uma pergunta silenciosa. Bem, praticamente moram aqui.

— Mas é claro. — eu sorri. — Por que eu iria negar? Este apartamento é, tecnicamente seu.



Ele sorriu, rindo sem-graça.


— Não é. E nem sua. É do dono. — colocou seu casaco sob a mesa, e fiz o mesmo.

— É, tem razão. — dei de ombros.

Eu e Daisy nos banhamos, em seguida, John entrou, e aí, Michael. Colocaram as roupas que compramos, e eu quase cheguei a confrontá-los, argumentando que eram novas. Mas... Eles eram ricos, de qualquer forma. Após todos estarmos limpos, jantamos, e vimos um filme. As crianças brincavam no quarto, e eu e John conversávamos sobre a escola de Daisy, quando Michael o chamou. Disse que queria perguntar algo à ele.

Fui para o quarto brincar com Daisy, para lhes dar a privacidade que o irmão mais novo — exigiu — pediu.

Mas a curiosidade me tomava por completo.


— Fique aí, querida. — coloquei a boneca na cama da casinha, ela a cobriu. Me levantei devagar, e me escorei no portal.



— Por favor, Wendy. — escutei. É a irmã dele, não? — Elas são fãs. Não há problema em contar para elas.


Lost Boys [PETER PAN]Onde histórias criam vida. Descubra agora