Lost Boys [PETER PAN]

Capítulo 4

Capítulo quatro
Você é Má

— Sobre o que estão falando? — Tinker Bell saiu do quarto, voando até nós dois. Fiz minha melhor interpretação de calma, escondendo o nervosismo.

— Sobre o quão diferentes vocês dois são. — John falou, como se já tivesse pensado no que dizer.

Seu jeito de se antecipar. O que nos salvava em todas as situações críticas. Mas o que sempre era um ponto a seu favor.

— De como eu imaginei, e como ele se lembrava. — justifiquei. Ela apenas riu.

— Peter escolheu mudar há anos. — seu pequeno rostinho se tornou triste. — Mudou para uma pessoa a qual eu não conheço tanto quanto antes.

Olhei John. Eu sequer sabia qualquer traço sobre Peter, talvez um pouco de seu passado com Wendy, mas... Há pouco eu não sabia ao menos que existia, até hoje. Talvez meu namorado — e melhor, além de único, amigo — soubesse de mais coisas do que eu, e talvez, eu não quisesse, ou devesse saber.

— Ele mudou por... — John falou, com cautela, e toquei seu braço, sinalizando para que não disesse coisas muito... Sensíveis. — Nós termos deixado a Terra do Nunca?

A fadinha já havia entendido sobre o que queríamos dizer. Se ele estava assim por Wendy ter o deixado. O ''esquecido''.

— É. — olhou para o chão. — Tenho quase certeza.

— Falando de mim por trás? — se recostou na porta, cruzando os braços.

— Não, de forma alguma. — John nos encobriu. Bendito raciocínio rápido.

— Vou tentar não me ofender. — revirou os olhos. — Daisy está com Michael.

Parecia mais... Calmo. Não tinha um ar tão arrogante como antes. Seu humor parecia melhor, também.

— Obrigado por... Dar uma chance à ela. — tentei expressar ao máximo minha gratidão apenas nas palavras. Eu tenho certeza de que já estava bom para ele.

— Disponha. Bem, Tinker, está na hora de irmos. — a fadinha olhou para o líder, e quando ele se virou para entrar no quarto, a porta do apartamento foi aberta com brutalidade, assustando à todos ali.

— Cheguei tarde? — estava ofegante, se apoiando na porta. A loira vestindo um sobretudo de pelos falsos cor de creme, vestido branco e meia-calça marrom, automaticamente perdeu o fôlego ao ver Peter, que se virou devagar ao ouvir sua voz.

— Nem um pouco. — John disse baixo, e com um toque em minha mão, me mostrou que devíamos recuar, e os deixar cara-a-cara. Nós dois fomos para o canto do cômodo.

— Wendy... — sussurrou. Deu apenas um passo para a frente, erguendo seu braço.

— Ah, não. — a fadinha não parecia estar tão feliz por a ver.

— Peter... — sua voz saiu baixa. Em passos lentos ela se aproximou, mas o outro continuou parado. — É você mesmo.

O olhar do loiro de tornou cheio de vida. Eu vi a felicidade nas orbes verdes. E parecia ser a única que enxergava aquilo.

— Faz tanto tempo. — sua voz saiu em um suspiro, e com os olhos marejados, a loira tentou o tocar. Mas ele esquivou.

— Sim, faz — o brilho em suas orbes desapareceu, e ele franziu o cenho. — nove anos.

Daisy e Michael surgiram atrás do mais velho. Mike foi tomado por lágrimas no momento em que os viu. E a mais nova, abraçou-o.

— Anos desde que me deixou. — cuspiu as palavras. — Anos os quais tive esperanças de que voltaria, mesmo sabendo que havia me esquecido.