Capítulo 3

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Capítulo três
Seja Bem-vindo

Charlotte






Escutei um gritinho fino e baixo. Meus olhos se abriram no mesmo instante. Me levantei rapidamente, e John resmungou por isso. Corri pela casa, abrindo cada porta sem ao menos me preocupar com quem dormia, e quando adentrei o quarto de Daisy:

— O que houve? — John correu até mim após meu grito, e me escondi atrás dele.

Ele permaneceu imóvel, e logo Michael chegou. O loiro sob a janela parecia assustado, mas o jovem ao meu lado parecia maravilhado, assim como seu irmão mais velho, que sequer piscava.



— Vocês... O conhecem? — perguntei, analisando toda a situação.

Será que era...?


— É o Peter Pan, mãe! — Daisy pulou e pulou, e correu até Michael, o abraçando. — Obrigado, Mike!


Ele apenas continuou imóvel, e sorriu.


— Lembra de nós? — a voz de John era baixa, quase como um sussurro. Seus olhos atrás das lentes dos óculos estavam marejados, e ao tocar suas costas, pude o sentir tremendo.


— Eu... Acho que sim. — a voz dele soou, me fazendo arrepiar por completo. Ele era um ser sobrenatural, ou o quê? Conseguiu me fazer estremecer apenas ao falar.


— John! Michael! — sua vozinha fininha era, incrivelmente, fácil de se escutar. Sininho saiu de trás do loiro, irradiando brilho verde. Voou até o cacheado em minha frente, e deu, algum tipo de abraço nele.

Eu podia ver nos punhos cerrados de Michael que ele se segurava para não surtar como Daisy. Apesar de todos parecerem eufóricos, Peter sequer se movia, e mantinha um cenho franzido. E eu, era a única confusa naquilo tudo.

— Eu não estou sonhando, certo? — continuei atrás de John, quase tão imóvel quanto o loiro de verde ali presente.


— Quem é essa? — a pequena olhou para mim após abraçar John e Daisy.


— É minha mãe! — a pequena afirmou, animada.


— Tão nova? — sua voz soou desdenhosa. Ela era tão ignorante à esse ponto?


— Não é tão delicado dizer algo assim para uma pessoa. — o loiro ao meu lado disse.


— Não, tudo bem. — revirei os olhos, e depois sussurrei para John: — Está tudo bem?



Ele assentiu com a cabeça.


— Eu... Devo os apresentar? — parecia hesitar em até mesmo respirar. Peter provavelmente causava isso nas pessoas, já que eu também não queria me mover.

Sininho voou até Peter, que continuava imóvel.


— Onde... — após a voz sair rouca, pigarreou, dando apenas um passo para frente. — Onde está Wendy?

Daisy deixou de se mover com euforia, e de repente, um ar melancólico — aparentemente sombrio — tomou o quarto. Os dois irmãos se entreolharam, e me perguntei se eu podia me meter, e dizer algo.


— Está na... Casa dela. — Michael disse, baixinho.


— E vocês moram aqui? — não havia nenhum tipo de ânimo ou interesse, tanto em sua voz, quanto na postura.


— Tecnicamente. — John abriu a boca para responder, mas eu fui mais rápida, sem sequer pensar antes.


— E... Ela agora... Está sozinha?


Lost Boys [PETER PAN]Onde histórias criam vida. Descubra agora